Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Notícias da Petrossauro: Autossuficiência? Aquela que Lula jurou há 7 anos termos atingido? Que tal em 2020?

Sete anos depois de o ex-presidente Lula ter anunciado com estardalhaço a autossuficiência do Brasil em petróleo, o país precisa importar combustível para suprir a demanda interna.

Por causa da gestão que o governo do PT impôs à Petrobrás, a autossuficiência durou pouco e sua reconquista demorará. Como admite a empresa, ela só será novamente alcançada em 2020, em termos plenos (incluindo derivados).

Como outros grandes atos do governo petista, a autossuficiência anunciada por Lula – com as mãos sujas de óleo, imitando o gesto com que, décadas antes, Getúlio Vargas comemorara a descoberta do primeiro poço da Petrobras – no dia 21 de abril de 2006, na inauguração da Plataforma P-50, a 120 quilômetros do litoral fluminense, foi tema de intensa campanha publicitária.

“Quando a Petrobras foi criada, muitos não acreditavam que fosse viável”, disse, em comunicado, o então presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli. “O fato é que, 53 anos depois, ela conquistou a autossuficiência para o Brasil.”

Como a conquista foi “desconquistada”

Mas a administração que afirmou ter “conquistado” essa condição foi responsável também por “desconquistá-la”, pois não conseguiu fazer a produção crescer em ritmo igual ou superior ao do aumento da demanda interna por combustíveis derivados de petróleo.

Em 2012, a produção média da Petrobras foi de 1,98 milhão de barris/dia, mas o consumo total alcançou 2,06 milhões de barris/dia de derivados, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). O consumo continua a subir, mas a Petrobras continua a produzir menos. Em janeiro, a produção atingiu 1,96 milhão de barris/dia, menos do que a média de 2012, e, em fevereiro, caiu para 1,92 milhão de barris/dia.

A falta de manutenção adequada dos poços fez a produção cair mais depressa. A necessidade de reparos de maior porte, porque a manutenção não foi feita adequadamente, tem implicado a paralisação das operações por períodos mais longos, o que também contribui para fazer cair a produção global da empresa.

Do lado do refino, o que se constata é que, por terem sido definidos de acordo com critérios políticos e não técnicos, alguns projetos não saíram do papel e outros andam muito devagar, e a um custo muito maior do que o orçado inicialmente.

A refinaria orçada em 2,3 bilhões de dólares — mas que custará 18 bilhões

A construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, é uma espécie de síntese da política da Petrobras na área de refino durante a gestão Lula. Para agradar ao então presidente bolivariano da Venezuela, Hugo Chávez, seu aliado político, o ex-presidente brasileiro colocou a estatal venezuelana PDVSA como sócia (com 40% de participação) da Refinaria Abreu e Lima.

A sócia não investiu nenhum tostão na obra, que está muito atrasada e cujo custo, inicialmente orçado em 2,3 bilhões de dólares, não ficará em menos de 18 bilhões de dólares.

A estagnação da capacidade de refino, por causa do atraso na construção de refinarias, força a Petrobras a importar derivados em quantidades crescentes, para atender à demanda interna. Com a produção do petróleo em queda e sem aumentar a capacidade de refino, a empresa quadruplicou seu déficit comercial no primeiro trimestre do ano, em relação aos três primeiros meses de 2012.

O déficit comercial só no primeiro trimestre: 7,4 bilhões de dólares

De janeiro a março, a Petrobrás aumentou suas importações em 40,2%, mas suas exportações diminuíram 50,3%. O resultado foi um déficit comercial acumulado de 7,4 bilhões de dólares.

A produção, reconhece a presidente da empresa, Graça Foster, só voltará a aumentar a partir de 2014. É possível que, no próximo ano, a produção de petróleo seja igual ou ligeiramente superior, em volume, ao consumo interno de derivados. No entanto, como a capacidade de refino não será aumentada, o país continuará importando derivados.

A autossuficiência de fato, incluindo petróleo bruto e derivados, só será alcançada em 2020, quando, de acordo com seu planejamento estratégico, a Petrobrás estará produzindo 4,2 milhões de barris de petróleo por dia, terá capacidade de refino de 3,6 milhões de barris/dia e o consumo interno será de 3,4 milhões de barris/dia.

Editorial publicado na seção de Opinião do jornal O Estado de S. Paulo

Exibições: 120

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço