Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte: |forademora.blogspot.com|

O cânhamo industrial é legal na União Europeia, e é uma cultura subsidiada tal como o linho. A produção só pode ser iniciada, quando se utiliza, no mínimo, um hectare de terreno. Podem ser obtidas informações sobre todo o processo de ajuda à produção recorrendo ao Ministério da Agricultura ou a empresas especializadas.
Em Portugal só existe a "Cânhamo de Portugal, Lda.", que apoia o agricultor em todo processo, desde a compra de sementes até à venda da produção.

O cultivo de cânhamo em terras lusas tornou-se massivo por alturas das Descobertas (século XIV e seguintes), pois fornecia a matéria-prima para a preparação de cabos e velas para as embarcações portuguesas. Depois da Restauração da Independência (1640), existe um esforço muito grande por parte do Reino para recuperar e frota portuguesa, pelo que o cultivo de cânhamo é altamente incentivado, como o prova um decreto-real de D. João V em 1656. Passando por vários reinados, ultrapassando a era republicana, esta cultura só deixará de existir legalmente em Portugal em 1971 (para ser retomada em 1998, sob o patrocínio da UE).

Todas as partes da planta podem ser utilizadas com diversos fins, mas destaca-se especialmente a fibra (também chamada de filaça), muito utilizada na indústria papeleira (um hectare de cânhamo produz sensivelmente o mesmo que quatro hectares de eucaliptos, num período de vinte anos). A indústria têxtil também é um mercado de eleição para o cânhamo, sendo cinco vezes mais resistente que o algodão, devido aos seus longos feixes de até 4,5 m. O óleo da semente sempre foi muito solicitado nas indústrias de cosméticos (como base para cremes, champôs, óleos hidratantes, etc.), produtos técnicos (vernizes, lubrificantes, combustíveis, tintas, etc.), bem como para a alimentação humana (óleo de tempero, margarina, flocos de cereais, snacks, etc.)

Neste momento os principais países produtores são a China (maior exportador mundial de têxteis e papel), a França (em 1994 colheu mais de dez mil toneladas, e a produção tem vindo a crescer muito). Em 1999, a Roménia semeou 40.000 acres, o Canadá, 30.000 acres, e o Reino Unido apenas 4.000 acres, mas com muito boas perspectivas de crescimento. Em 1998 existiam em Portugal 23 produtores subsidiados, segundo informações do INGA. A desconfiança dos agricultores, apesar dos óptimos subsídios, estão no topo das razões para o insucesso do cultivo de cânhamo em Portugal.

Uma matéria-prima de excepção!

O cânhamo industrial (cannabis sativa L.), é uma variedade desta planta que conta com uma baixíssima percentagem de THC (princípio activo da cannabis), e que portanto inviabiliza o seu uso recreativo. Segundo o Dec. Reg. nº23/99 de 22 de Out., "a cultura de cânhamo industrial tem vindo a ser alvo de um crescimento exponencial nos países industrializados, não sendo alheio a tal facto as suas inegáveis vantagens ecológicas para além da sua elevada rentabilidade." E está tudo dito!

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