O dilema dos CIOs: acelerar a digitalização sem paralisar a operação

Pesquisas demonstram que, na jornada de transformação digital das empresas, o desafio não é apenas de investimento, mas também de integração.

No centro da transformação digital, CIOs e lideranças do mercado vivem um paradoxo capaz de definir o futuro de organizações dentro de um ambiente de negócios guiado por disrupções a cada a minuto: como acelerar a digitalização, incorporando novas tecnologias com agilidade, sem, no entanto, comprometer processos críticos que mantêm o negócio em funcionamento?

Esse equilíbrio delicado tem se tornado um dos maiores dilemas da liderança corporativa global e pode ser evidenciado em debates importantes do mercado. Em pesquisa recente da PwC que avaliou as prioridades do CIO em 2025, por exemplo, foi identificado que 40% dos executivos de tecnologia classificam o ritmo da inovação como uma das três principais barreiras à implementação de suas estratégias digitais. Em outras palavras, a velocidade da mudança, que deveria ser catalisadora, muitas vezes se torna um entrave.

Esse dado lança luz sobre um ponto crucial: não basta investir em soluções avançadas se o negócio vive um dilema de maturidade que dificulta a integração tecnológica aos processos do negócio Tal barreira, pode ser ainda potencializada por questões de resistência cultural, falta de mão de obra especializada e letramento digital nas equipes.

E sim, quando estes fatores se combinam, há riscos para o equilíbrio operacional do negócio que, consequentemente, afetam o ritmo da transformação, fato que pode contribuir para um gap competitivo no longo prazo.

No copo meio cheio desse debate, temos também uma maior abertura para a mudança no mercado, no sentido de buscar estratégias que, concomitantemente, favoreçam os processos de digitalização sem comprometimento das operações e do dia a dia dos negócios.

O próprio levantamento da PwC reforça, nesse sentido, que 38% dos CIOs e CTOs afirmam que a base tecnológica de suas empresas está totalmente preparada para dar suporte a um novo modelo de negócios. Ou seja, existe uma parcela relevante do mercado disposta a migrar para uma nova etapa da transformação digital, mais colaborativa, inteligente e estratégica. O desafio não é apenas a prontidão tecnológica, mas como orquestrar esse avanço em meio à fragmentação do mercado e à complexidade das operações.

Hoje, muitas grandes corporações se deparam com um ambiente em que a multiplicidade de fornecedores gera sobrecarga de gestão, aumento de custos e riscos de descompasso entre áreas críticas.

Esse mosaico de soluções, embora represente diversidade de expertise, pode paralisar em vez de acelerar, sobretudo quando não há uma visão estratégica central que integre as iniciativas. É nesse ponto que o modelo das holdings tecnológicas desponta como alternativa capaz de reduzir fricções e, ao mesmo tempo, aumentar a velocidade da inovação.

Ao reunir empresas especialistas sob uma mesma estrutura, holdings oferecem um ecossistema em que times multidisciplinares atuam de forma sinérgica, com processos integrados e visão estratégica unificada que pode acelerar etapas na jornada de digitalização de outras empresas.

Isso significa que o CIO deixa de lidar com dezenas de fornecedores fragmentados para se conectar a uma rede articulada de parceiros que operam sob a mesma lógica para uma entrega de ponta a ponta. O ganho não é apenas de eficiência operacional, mas também de segurança e previsibilidade, já que a integração entre squads e plataformas reduz falhas e acelera ciclos de inovação.

Esse formato também responde a uma das maiores pressões que recaem sobre os líderes de tecnologia: a necessidade de mostrar resultados rápidos sem comprometer a estabilidade. A holding tecnológica funciona, nesse sentido, como ponte entre visão e execução, pois permite escalar soluções sob medida, integrando recursos alinhados às tecnologias emergentes que mais avançam no mercado (da IA a automação avançada) no cotidiano das operações.

Nesse contexto, para uma jornada de transformação digital bem-sucedida, é fundamental a equalização de processos, sistemas e integrações, bem como a inclusão de RPA (Automação Robótica de Processos) e IA (Inteligência Artificial) cognitiva. A sinergia entre esses elementos permite que as organizações otimizem suas operações, automatizem tarefas repetitivas e tomem decisões mais assertivas.

Com as holdings tecnológicas, abrimos um novo capítulo nos modelos de inovação aberta – parceria entre empresas que potencializa processos de inovação –, movimento que cresceu mais de 130% no Brasil em 2023 segundo a 100 Open Startups; abrindo caminho para um mercado mais colaborativo, inteligente e estratégico.

E, para os CIOs, essa mudança de lógica também redefine seu papel. Mais do que gestor de departamentos de tecnologia isolados e fragmentados, ele se torna o condutor de uma trajetória contínua de ganho de maturidade digital, na qual parceiros estratégicos substituem a lógica tradicional dos fornecedores e trazem mais sinergia para o contexto das organizações.

Com isso, ao olharmos para os movimentos de digitalização no mercado, as holdings de tecnologia surgem como uma rota decisiva de consistência operacional, velocidade e escalabilidade da inovação para empresas que estão prontas para se reinventar e fortalecer seus diferenciais competitivos no presente e no futuro.

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