Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O ERRO DAS EMPRESAS NO CÁLCULO DO PAYBACK DE PROJETOS AMBIENTAIS

ECOINOVAÇÃO
INFORMATIVO SOBRE GESTÃO AMBIENTAL AVANÇADA E SUSTENTABILIDADE

O ERRO DAS EMPRESAS NO CÁLCULO DO PAYBACK DE PROJETOS AMBIENTAIS


Um dia desses, um coordenador de gestão ambiental de uma empresa de grande porte, que sempre frequenta os principais prêmios de sustentabilidade do país, me disse o seguinte: “A Direção de minha empresa valoriza muito investimento em sustentabilidade, porém para que um projeto ambiental seja aprovado precisa ter um payback razoável”.

Mas a que payback ele se referia? As empresas precisam compreender a magnitude da problemática ambiental nos dias de hoje. E, consequentemente, precisam saber o potencial de retorno de ações ambientais que demonstram que a empresa se preocupa com questões que vão muito além de vender produtos e serviços, ações a favor da vida, a favor das gerações futuras.

Portanto, é um equívoco primário fazer o cálculo do payback de projetos de meio ambiente com a visão puramente econômica e financeira. Se estamos falando de visão de futuro, de nova abordagem, como considerar um método de cálculo do passado?

O payback de projetos ambientais precisa considerar um aspecto fundamental para as empresas atualmente, a inovação. E deve ser considerada a forma muito poderosa de inovação, a ECOINOVAÇÃO.

Assim, no cálculo do payback, além dos aspectos econômico/financeiros usuais, precisa ser considerado:

a) O potencial de publicidade espontânea gerada pelo projeto;

b) O ganho com o lançamento de novos produtos ou serviços a partir da implantação do projeto (ecoinovação);

c) O fortalecimento da imagem/reputação da empresa;

d) O ganho com a atração/retenção de talentos;

e) O ganho de liderar o mercado com uma ação inovadora.

A ciência contábil ainda não dispõe de ferramentas para quantificar em moeda muitos dos aspectos acima, mas isso não significa que devemos desprezá-los.

As pesquisas de Bob Willard demonstram que um grande retorno para as empresas do investimento em sustentabilidade vem da atração e da manutenção de talentos. Se esse aspecto é difícil de quantificar em moeda, então vamos desconsiderá-lo do cálculo do payback? Vejam o exemplo a seguir.

Em 1999, no âmbito de seu ambicioso Programa de Sustentabilidade iniciado em 1994, a Interface, empresa norte-americana referência mundial em gestão ambiental, implantou em sua unidade industrial chamada Bentley Prince Street um sistema de captação de energia solar constituído de 450 painéis fotovoltaicos capazes de gerar 128 kW.

Sabe o que mostrou o cálculo tradicional do payback? O investimento de 1,2 milhão de dólares retornaria em 33 anos (isso para um equipamento que duraria 17 anos)!!. E qual foi a decisão da Direção da empresa?

Considerando toda a amplitude do projeto, ou seja, envolvendo vendas, marketing e clientes (não somente a área financeira), a decisão da empresa foi de implantar o sistema. E qual foi o retorno do investimento?

A Interface lançou no mercado um novo produto, um carpete feito com energia solar, chamado Solar-Made (uma grande ecoinovação). Sobre o payback do projeto, a Interface conta o caso da Universidade da Califórnia que fez uma compra de 20 milhões de dólares em carpetes da empresa, exatamente pelo fato de ser utilizada energia solar na fábrica.

Uma foto do sistema de energia solar da fábrica da Interface pode ser vista em:


A mensagem é essa. Enquanto as empresas pensarem com a cabeça do século passado, perderão grandes oportunidades. Sustentabilidade é tema muito mais amplo do que uma mera análise econômico-financeira tradicional.

FONTE

ECOINOVAÇÃO
Silva Porto Consultoria Ambiental
www.silvaporto.com.br

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Comentário de Ingo Joachim Schymura em 23 fevereiro 2011 às 20:29

Muito procedente.

O que dizer então, quando existem segmentos específicos em PROGRAMAS DE SUSTENTABILIDADE dirigidos à Indústria Têxtil, cuja amortização/payback é de no máximo 18 mêses.

Este é o caso da reciclagem de Soda Cáustica por evaporação, no processo de Mercerização.

A empresa fabricante deste equipamento: VSMC-KASAG/Suiça

O representante no Brasil, por coincidência sou eu.

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