Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O futuro do trabalho é dos generalistas criativos

Mercado de trabalho pede por mais softskills e adaptação das empresas.

À esquerda, Ricardo Rocha, CEO da Acaso. À direita, Celso Kleber, CEO do Grupo Mooven. Imagens: divulgação.

O futuro do trabalho é recheado de incertezas, mas há formas de nos prepararmos para as transformações que virão pela frente. Uma delas é acompanhar temas em alta no debate público. Sustentabilidade, o avanço do uso de tecnologia no dia a dia e maiores tensões geopolíticas são alguns deles, de acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF), em parceria com a Fundação Dom Cabral (FDC), e devem impactar a forma como nos relacionamos com nosso trabalho nos próximos anos.

O estudo aponta para um amanhã promissor, com uma projeção global de 170 milhões de novos postos de trabalho criados até 2030, mas que também trará mudanças. Segundo o WEF, 40% das profissões passarão por uma transformação ou se tornarão obsoletas.

Para Ricardo Rocha, CEO da Acaso, empresa com foco no futuro do trabalho, a obsolescência ocorrerá principalmente em habilidades muito específicas, ligadas apenas a determinadas ferramentas. “Tudo aquilo que não nos impulsiona a exercer o nosso máximo potencial humano, em algum momento, se torna obsoleto”, afirma.

Nesse cenário, ganha maior visibilidade no mercado o profissional que desenvolver as chamadas soft skills ou, como Rocha denomina, flex skills — capacidades transversais que permitem identificar e resolver problemas diversos. Entre elas estão o autoconhecimento, a transdisciplinaridade, a gestão do aprendizado, a empatia e a escuta ativa.

Em outras palavras, saber programar será importante, mas analisar e interpretar os dados gerados será essencial.

A mudança não representa um desafio apenas para os trabalhadores, mas também para as organizações. As flex skills são adquiridas com o tempo e a experiência, e o obstáculo se torna ainda maior quando o fator geracional é considerado nas relações de trabalho.

“De um lado, você tem a geração X e até a Y, que se preocupavam muito com a longevidade nas empresas. A geração Z não tem essa motivação. Isso gera um conflito entre líderes e novos funcionários”, afirma Celso Kleber, CEO do Grupo Mooven.

Para superar a necessidade de reter talentos e a dificuldade de encontrar profissionais qualificados para desenvolver novos projetos, Kleber reforça a importância da atualização constante. “Precisamos separar uma hora por dia para nos atualizarmos sobre diversos assuntos”, comenta. “As carreiras ganham amplitude a partir de agora, e quem é da minha geração (X) precisa entender que o mundo mudou.”

Para Rocha, da Acaso, a experiência com clientes mostrou que muitas vezes a solução está dentro de casa, mas é preciso ser desenvolvida. “Nunca foi sobre cargos, sempre foi sobre habilidades postas em prática para a resolução de problemas. Os problemas mudaram e é preciso identificá-los e quais as habilidades que podem resolvê-los.”

Uma das soluções propostas pelo executivo é de que as empresas pautem seus trabalhos em missões. Neste modelo, os profissionais seriam contratados com foco em resolver determinadas questões. A carreira é então vista como um conjunto de experiências e resoluções que se acumula no caminho. “Entendemos que o futuro pertence muito mais às pessoas com capacidade de serem generalistas e que sabem se especializar em contextos de problemas específico.”.

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