Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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REYNALDO ROCHA

“É como o ovo de uma serpente. Através das finas membranas, você pode claramente discernir o réptil já perfeito” (Dr. Vergerus, personagem de O Ovo da Serpente, de Ingmar Bergman)

A semente do radicalismo, da corrupção e violência já está plantada. Regada e cuidadosamente cultivada.

Na Alemanha pós-Weimar, numa cadeia de nome Landsberg, um líder chamado Adolf Hitler tramava a conquista do poder pela via eleitoral. Conseguiu em 1933, depois de escrever Mein Kampf!.

Foi nomeado primeiro-ministro depois que o nacional-socialismo venceu a eleição prometendo uma “Alemanha para os alemães” e uma era de prosperidade para todos que aderissem ao pensamento único.

A política nazista era simples na concepção. Escolhia-se um inimigo a ser destruído. Comunistas, judeus, cristãos (afinal o cristianismo foi considerado pro Hitler um “atraso social”). A partir de então, todos eram  classificados de acordo com tal critério.

Não havia censura à imprensa. Não havia imprensa.

Políticos tinham duas opções: ou aderiam às novas ordens políticas ou desapareciam.

No plano externo, o nazismo não queria ser exemplo. Precisava ser prova inconteste de acerto. Para tanto, até a força (econômica – mesmo de um país em ruínas – ou de canhões) era justificável.

A democracia (representada pelo “império americano”) era o Asmodeu dos poderosos. A doutrina que destruía valores. Que ousava apontar divergências, falsidades e erros. Um inimigo.

A ideologia não tinha ideólogos. Tinha ícones.

A pouca consistência das teses políticas era desprezada. Defendiam um “homem do povo”! Um pintor medíocre que, infeliz e doente, se imaginava menor que qualquer outro. Alemão ou não.

A idolatria em estado bruto! Uma juventude (?) que seguia o líder como ratos encantados por um flautista de Hamelin. Os devotos agrediam quem ousava contrariar a adoração do líder maior. Financiados, alimentados e comprados pelo nazismo, marchavam unidos para consumar o assassinato de adversários julgados pelo critério do ódio.

Aliado ao que havia de pior no mundo, incluindo ditadores histriônicos e risíveis (como Mussolini), o nazismo era a ameaça que de tão ridícula e insana, não se julgava ameaça real.

Essa miopia histórica custou milhões de vidas.

Não seria o caso de, mantidas as proporções e também as motivações, constatarmos que o ovo já foi chocado?

Já não é preciso procurar o réptil em meio a membranas.

A serpente está entre nós. Talvez espalhando ovos ao longo nossos caminhos.

Mas uma já há.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 3 abril 2013 às 17:07

A serpente está entre nós. Talvez espalhando ovos ao longo nossos caminhos.

Mas uma já há.

Comentário de Jorge Medeiros em 3 abril 2013 às 15:38

Ja está chocado e o povão enfeitiçado.

Ninguem presta atençao à razão ou ao óbvio.

Requer bom senso, sentimento e cultura. Dificil né.

Mas nem os alemães resistiram a toada do Hamelin deles.

Tem que piorar muito ainda para começarem a acordar.

Lá, tiveram que ter a nação destroçada e o lider suicidado.

Albert Speer, e poucos outros comandantes, evitaram em boa medida as ordens de terra arrasada de Hitler, que achava que toda Alemanha tinha que acabar junto com êle.

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