Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O plano da SAP para fazer a inteligência artificial falar a língua dos negócios

Em parceria com a Databricks, a empresa alemã inaugura o Business Data Cloud, plataforma que busca consolidar dados empresariais.

Muhammad Alam, membro do conselho executivo da SAP. Imagem: divulgação

A SAP anunciou uma nova peça em sua engrenagem de dados empresariais. O SAP Business Data Cloud surge como uma tentativa de resolver um problema antigo: como extrair valor real da montanha de dados espalhados por sistemas heterogêneos, frequentemente isolados em silos incompatíveis. A proposta é integrar tudo em uma única estrutura confiável, impulsionando o uso da inteligência artificial nos negócios. A parceria com a Databricks dá o tom da ambição – e das dificuldades – do projeto.

Nos últimos anos, o discurso sobre dados passou por um desgaste. As promessas de transformar informação em ouro digital se chocaram com a realidade de sistemas fragmentados e modelos de IA que, sem acesso a dados devidamente organizados, erram mais do que acertam.

Muhammad Alam, membro do conselho executivo da SAP, reconhece essa fragilidade. “Hoje, menos de 10% dos dados corporativos são realmente utilizados para tomada de decisão. O que estamos tentando resolver é exatamente isso: como tornar os dados acessíveis e acionáveis para IA e análises avançadas, sem depender de processos morosos de extração e replicação?”

O SAP Business Data Cloud propõe um modelo diferente. Em vez de insistir em transferências e conversões desgastantes, a plataforma mantém os dados em seus sistemas de origem, conectando-se a eles de maneira nativa. Na prática, significa que informações financeiras do SAP S/4HANA, contratos da SAP Ariba ou registros de funcionários do SAP SuccessFactors podem ser acessados diretamente, preservando seu contexto original. “O problema não é a falta de dados. É a falta de uma estrutura que os torne úteis. E não apenas úteis, mas disponíveis no momento exato em que são necessários”, afirma Alam.

O modelo da nova solução também se conecta ao crescimento da chamada ‘data product economy’, conceito que transforma dados empresariais em ativos gerenciáveis, prontos para serem usados como insumo de IA. Alam explica: “As empresas passaram anos coletando dados, mas só agora estão percebendo que precisam tratá-los como produtos. Se não conseguirem organizar, gerenciar e distribuir esses dados com eficiência, nunca vão destravar o potencial da IA.”

A aliança com a Databricks adiciona um componente técnico essencial ao projeto. Conhecida por sua expertise em engenharia de dados e machine learning, a empresa fornece a espinha dorsal para que a SAP execute sua estratégia sem precisar reinventar a infraestrutura subjacente. Isso é especialmente crítico para o funcionamento de agentes de IA, como a Joule, assistente baseada em inteligência artificial generativa da SAP.

A era dos agentes inteligentes

Por isso, em meio ao desafio de transformar uma massa de dados dispersa em insights valiosos, o Business Data Cloud não se contenta apenas em unir informações – ele propõe uma revolução na forma como elas são processadas. A SAP aposta na criação de agentes de inteligência artificial que, longe de serem meros executores de comandos pré-programados, aprendem e se adaptam ao fluxo dinâmico dos negócios.

A Joule, assistente generativa da SAP, é o exemplo dessa nova geração. Com acesso a dados estruturados e contextualizados, ela ultrapassa o papel de simples consultora digital, atuando de maneira integrada aos processos empresariais. Em setores como finanças e vendas, esses agentes prometem reduzir a morosidade dos sistemas tradicionais, antecipando desafios e propondo soluções com a agilidade necessária para um ambiente corporativo cada vez mais competitivo.

Ao permitir que a inteligência artificial compreenda as nuances específicas de cada operação, a SAP transforma dados antes fragmentados em ativos estratégicos. “Sem dados limpos e contextualizados, qualquer IA se torna apenas um gerador de frases bonitas”, ressalta Muhammad Alam, enfatizando a importância de uma base sólida para que os agentes operem de forma eficaz. Essa abordagem, que une tecnologia de ponta e uma profunda compreensão dos processos empresariais, visa tornar a IA uma extensão da inteligência organizacional, capaz de colaborar com as equipes e impulsionar decisões de alto impacto.

Assim, enquanto o Business Data Cloud se propõe a quebrar silos e unificar informações, os agentes de IA emergem como o próximo passo nessa jornada – transformando dados em uma ferramenta viva, capaz de aprender, adaptar-se e, finalmente, reescrever as regras da eficiência corporativa.

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