Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que a figurinha do Neymar tem a nos ensinar sobre o mercado

Chegamos a mais uma Copa do Mundo. E, com ela, vem à tona a tradição de colecionar figurinhas dos jogadores. O primeiro álbum oficial foi lançado em 1970 pela Panini Brasil, e a tradição se mantém como uma paixão passada ao longo das gerações, sobretudo pelo fato de o país possuir uma cultura forte relacionada ao futebol. Esse ano, o álbum completo da Copa do Catar terá 670 cromos, sendo 50 figurinhas especiais e 80 raras.

O álbum pode ser adquirido através das bancas de jornais por R$ 12,00 reais ou R$ 44,90 reais, na versão de capa dura. Com relação às figurinhas, são vendidas separadamente em pacotes por R$4,00 reais, contendo cinco unidades cada (ou seja, R$ 0,80 por unidade. As do tipo Legends, que podem ser encontradas nas categorias bronze, prata e ouro, repercutiram na internet nos últimos dias, especialmente depois de uma figurinha lendária do jogador Neymar, da seleção brasileira, ter sido anunciada por R$ 9 mil reais no Mercado Livre e na OLX. Essa situação deu um nó na cabeça de muita gente. 

De acordo com Ivan Faria, CEO da Panini Brasil e América Latina, empresa responsável pelos álbuns, não é possível atestar a frequência dessas figurinhas extras. Mas colecionadores têm comentado que o cromo ouro de um desses 20 jogadores apareceria na média de 1 para cerca de 2 mil pacotes. Essa é a chave para entender por que uma figurinha comprada por R$ 0,80 sofreu uma valorização tão grande entre os colecionadores.

A resposta para esse questionamento é a lei básica da economia: a Lei da Oferta e da Procura. Desenvolvida por Adam Smith, ela explica que o preço de um produto é determinado pela quantidade disponível no mercado, associada à demanda de pessoas querendo adquiri-lo. Nessa perspectiva, quanto maior for a escassez do produto, e quanto mais pessoas o desejarem, maior valor ele receberá. No capítulo “Inflação”, da obra “As seis lições”, Mises nos apresenta um case prático relacionado a isso: “Se a oferta de caviar fosse tão abundante quanto a de batatas, o preço do caviar – isto é, a relação de troca entre caviar e dinheiro, ou entre caviar e outras mercadorias – se alteraria consideravelmente. Nesse caso, seria possível adquiri-lo a um preço muito menor que o exigido hoje”. Assim, pode-se compreender o motivo para a figurinha do Neymar estar tão valorizada e visada pelos colecionadores. Afinal, quanto mais raro o produto e maior a busca que ele possui pelos consumidores, maior o valor que será atribuído pelo mercado

Os elevados valores anunciados por alguns vendedores e colecionadores gerou grande repercussão relativa. Isso porque, para os críticos, seria ilógico atribuir um valor tão alto para simples figurinha. Entretanto, em uma economia pautada no livre mercado, situações como essa são bem comuns. Isso porque o fornecedor pode anunciar o seu produto pelo preço que quiser. Contudo, quem irá ditar se o valor daquele produto é ou não válido, será o consumidor. Se o conjunto de consumidores considerar que a figurinha não vale R$ 9 mil reais, eles não irão comprá-la, obrigando o vendedor a baixar o preço. 

Afinal, no livre mercado, o consumidor é quem avalia o valor do produto. No livro “Definindo a Liberdade”, o ex-congressista norte-americano Ron Paul defendeu “Acredito que todos têm o direito natural de gastar seu dinheiro do jeito que melhor lhe convém, seja em bens estrangeiros ou nacionais”. 

Não obstante, do valor auferido nas bancas de jornais, apenas 20% ficam com os jornaleiros. O restante vai para a gráfica licenciada, a Panini, impostos e a própria FIFA. A diferença do lucro do jornaleiro para o vendedor de figurinhas raras é que um vende um produto com alta oferta e o outro com oferta restrita. Logo, o lucro também SERÁ diferente.

Portanto, o livre mercado funciona desta maneira, quanto maior a escassez do produto e a alta na procura dos consumidores, maior será o preço. Contudo, caso as figurinhas se tornem mais fáceis de serem encontradas, o preço sofrerá uma queda, porque teremos mais pessoas dispostas a vender o produto e para se tornar atrativo ao consumidor, será necessário reduzir o preço. Assim, com a incerteza e o desconhecimento de quantas figurinhas raras serão lançadas, o “novo ativo” tende a continuar valorizado no mercado dos apaixonados pelo futebol. 

Por Mateus Oliveira/Líderes do Amanhã

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