Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O que os bilionários brasileiros estão fazendo pela educação?

 

 

"Elie Horn, fundador da incorporadora Cyrella, já doou 60% de sua fortuna, estimada em US$ 1 bilhão. Mais que isso, Horn lança até o fim do ano a ONG Movimento Bem Maior, que vai estimular a cultura de doação entre os milionários brasileiros. “O Brasil precisa se conscientizar sobre a importância da doação”, diz ele em entrevista à FORBES. O empresário judeu nascido na Síria, que por diversas vezes invoca a Deus para expressar a necessidade de a humanidade ajudar o próximo, estabeleceu para a próxima década a meta de dobrar as doações dos empresários brasileiros para projetos sociais. A ideia dele é que cada empresário assuma uma das dez causas prioritárias eleitas pela ONG – entre elas, a educação.

 

O propósito de Horn faz sentido.

 

Enquanto bilionários americanos, russos e europeus regularmente investem fortunas em educação, são poucos os brasileiros que abrem suas carteiras para projetos ou instituições educativas. No início de outubro, por exemplo, o ucraniano Len Blavatnik, com um patrimônio estimado em US$ 18 bilhões, doou US$ 500 milhões para as universidades Oxford, Harvard, Stanford e Yale.

Horn é o único brasileiro a fazer parte da fundação The Giving Pledge, fundada por Bill Gates e que tem, entre seus 137 investidores, o bilionário americano Warren Buffett. Talvez venha daí sua inspiração para criar um movimento brasileiro, uma vez que a iniciativa americana também envolve convencer pessoas ricas a doar.

 

Temos imensas oportunidades de superar nossos desafios

 

Denise Aguiar, neta de Amador Aguiar, fundador do Bradesco, iniciou sua jornada há 30 anos na Fundação Bradesco como coordenadora pedagógica. Ela fala sobre doações e programas educacionais como vetores de transformação e inclusão social. Segundo Denise, “a maior parte dos investimentos em educação não traz resultados imediatos, principalmente em um país de dimensões continentais e com realidades tão singulares como o Brasil”. Isso não deveria ser motivo para desânimo. “Pelo contrário, temos imensas oportunidades de superar nossos desafios, com a multiplicidade de saberes que temos”, diz. Denise também faz parte de duas instituições que promovem investimentos empresariais na área: Todos pela Educação e Parceiros da Educação.

Para ela, o movimento Todos pela Educação é um dos exemplos mais eficazes de mobilização e articulação entre o poder público e a sociedade brasileira, “por possuir metas e objetivos claramente relacionados à melhoria da Educação Básica no Brasil”. Já a Parceiros da Educação, associação sem fins lucrativos voltada à melhoria da qualidade da educação pública brasileira, “atua de forma a promover parcerias entre investidores sociais e escolas públicas, visando o incremento de seus resultados, também baseados nos principais indicadores de qualidade de ensino”.

 

Lúcia Fávero, diretora executiva da Parceiros da Educação, aponta que um dos enclaves das doações no país dá-se pelo fato de não haver incentivos fiscais para causas vinculadas à educação, como acontece em países desenvolvidos. (A legislação brasileira permite a dedução das doações até o limite de 2% do lucro.) Mesmo assim, ela destaca que “a sociedade civil não pode delegar ao governo a execução de políticas de natureza pública”. Lúcia destaca um crescimento no número de empresários envolvidos na causa em sua instituição: são 44 fazendo parcerias com escolas públicas – há uma década, não eram mais do que 20. Entre as estratégias da Parceiros, estão as visitas frequentes dos filantropos às escolas, com troca de conhecimento entre eles e gestores, professores e alunos.

 

A mentalidade filantrópica do Brasil está mudando.

 

Ana Maria Diniz, uma das fundadoras do Movimento Todos pela Educação, conselheira da Parceiros da Educação e presidente do conselho do Instituto Península, braço social dos negócios de sua família e instituição mantenedora do Singularidades, ressalta que a nova geração está mais envolvida com os problemas sociais, com uma mudança de
mindset. Segundo ela, “está começando a mudar a mentalidade filantrópica no Brasil, com a profissionalização das organizações que deixaram de ser apenas assistencialistas”. No caso do Instituto Singularidades, por exemplo, o foco está na formação de professores e gestores de educação, considerados como agentes multiplicadores dessa área.

Outra questão importante levantada por Ana Maria Diniz é a doação não apenas de dinheiro, mas também de tempo e da rede de contatos. A filha mais velha de Abilio Diniz convoca os empresários e herdeiros de grandes fortunas a se envolverem mais em programas que tragam resultados de longa duração. “Doe seu lugar, sua cabeça, seu networking”, diz ela.

 

E são muitos os brasileiros que podem usufruir de doações no país.

 

Uma pesquisa realizada pelo Fórum Nacional das Instituições Filantrópicas (Fonif) em 2016 demonstrou que, no Brasil, mais de 2 milhões de alunos poderiam estudar em instituições filantrópicas. A Fundação Lemann, por exemplo, que oferece vários programas educacionais, estabeleceu algumas estratégias para conseguir transformar demandas em resultados. “Combinamos nosso propósito em mudar o Brasil com o compromisso de ver uma transformação medida e bem gerida. Todos os nossos programas têm metas claras de cinco anos, que olham para o impacto na vida das pessoas, e metas anuais que olham para resultados intermediários e também para os processos”, diz o diretor executivo da fundação, Denis Mizne. “Bons líderes são capazes de olhar para os problemas de forma propositiva, íntegra e sem atalhos, sempre buscando soluções que dão certo e que têm impacto em escala”, completa Mizne."

Matéria de: Forbes, Negócios

por Kátia Mello

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