Com actividade em diversas áreas tecnológicas, a Oerlikon engloba alguns dos principais nomes de produtores de equipamentos têxteis, como: Barmag, Neumag, Saurer e
Schlafhorst. Após correr sérios riscos de falência, accionistas e
credores chegaram finalmente a acordo sobre um plano de reestruturação.
A Oerlikon, detida pelo multimilionário russo Viktor Vekselberg, assegurou um acordo para reestruturar o seu balanço, resolvendo um problema financeiro que quase levou a empresa à falência. A construtora
de maquinaria vai aumentar a sua base de capital em 1,3 mil milhões de
francos suíços (cerca de 905 milhões de euros à taxa de câmbio actual) e
reduzir a dívida líquida em cerca de 77% no âmbito do plano de
reestruturação, que foi alcançado após meses de negociações entre
accionistas e credores.
Vekselberg, que detém actualmente uma participação de 45% através da sua holding no Grupo Renova, está pronto a injectar 450 milhões de francos suíços num aumento de capital que manterá a sua participação
entre os 40% e os 45%. O plano também envolve a renúncia de 25 a 125
milhões de francos de dívidas por parte dos credores e uma troca de
dívida por capital.
«A Oerlikon, Renova e os credores acreditam fortemente que a reestruturação financeira aborda de forma abrangente a situação de financiamento do grupo e estabelece uma estrutura de capital sustentável
numa única etapa», revelou a empresa em comunicado.
O tempo tem-se esgotado para o grupo, que no final de Março deveria ter pago a primeira parcela do empréstimo de 2,5 mil milhões de francos que contraiu para refinanciar a sua compra de peças para veículos
automóveis e o fabricante de máquinas têxteis Saurer, há quase quatro
anos atrás. «Congratulamo-nos com o acordo entre os credores, Renova e
Oerlikon e com a rápida execução das medidas no segundo trimestre à
medida que a Oerlikon precisa de dinheiro para aumentar novamente o seu
nível de investimento para um nível sustentável», afirma o analista Reto
Amstalden da Helvea.
A Oerlikon, que fabrica produtos como células solares e revestimentos utilizados em carros de corrida da Fórmula 1, registou em 2009 um prejuízo líquido de 592 milhões de francos suíços e anunciou que 2010
seria um ano de reestruturação operacional e financeira. «A Oerlikon
registou quer resultados mais fracos que o esperado no segundo semestre
de 2009, quer perspectivas menos positivas para as suas operações»,
explica Amstalden. «Acreditamos que a Oerlikon começou 2010 com uma
melhoria menor do que o esperado no poder das receitas e da qualidade»
O grupo, que está a procurar cortar mais 1.700 postos de trabalho até ao final de 2011, depois de cortar cerca de 2.000 postos no ano passado, tem o objectivo de regressar ao lucro operacional no segundo
semestre do ano. Mas o presidente executivo Hans Ziegler revelou à
Reuters que o grupo continuaria a registar perdas em 2010, quando forem
incluídas todas as despesas e custos de reestruturação.
A Oerlikon, que conta com mais de 100 anos de existência, registou uma queda acentuada na procura nos seus principais mercados, devido à mais severa recessão económica em décadas. As encomendas caíram 28,8%
para os 3 mil milhões de francos em 2009, o ano mais difícil da sua
história, enquanto que as vendas caíram 37,9% para os 2,9 mil milhões de
francos à medida que os seus clientes se esforçavam para financiar
projectos durante a recessão. Mas a empresa mantém uma perspectiva
positiva, referindo que «o grupo Oerlikon espera uma recuperação modesta
do volume de negócios em 2010, que deve recuperar em 2011 e nos anos
seguintes».
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