Madri (TRENDSmérica) – Com intenção de acabar com os mitos que giram em torno do cabelo, incluindo o encrespamento, a gordura e os diferentes usos que se podem fazer do champô, falamos com especialistas sobre essas questões para responder às perguntas mais recorrentes.
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Hoje em dia, cada vez é mais frequente o uso do champô seco ou, até mesmo, do champô de cavalo que no momento certo prometeu um crescimento mais rápido do cabelo. Também queremos resolver outras dúvidas relacionadas a alguns produtos capilares que, em muitos casos, são de uso diário, como chapinha, secador ou a laca, entre outros, e que nem sempre são os mais recomendáveis.
O diretor dermatologista do centro que leva o seu nome, o especialista Javier Bassas Bresca, nos explicou que "o encrespamento do cabelo se produz por uma falta de hidratação, especialmente em certos tipos de cabelos como o ondulado".
Além disso, as razões pelas quais se produzem o encrespamento e a gordura do cabelo, às vezes, também "vêm determinados por uma certa predisposição genética e fatores extrínsecos, como utilizar loções alcoólicas ou champôs muito adstringentes", ressalta o Dr. Bassas.
"Quanto à gordura, devemos saber que cada cabelo tem anexa uma glândula sebácea. Há fatores hormonais que regulam o nível de secreção de gordura, como os andrógenos, por exemplo, que são os hormónios masculinos que estimulam a produção de gordura".
Especializado em dermatologia médica-cirúrgica e venereologia, o Dr. Alejandro Martín-Gorgojo tem ainda especialização no âmbito da tricologia – ciência que estuda os problemas do cabelo – e revelou à TRENDSmérica que "o encrespamento depende também de fatores como o grau de hidratação do cabelo – no que influi a quantidade de gordura da fibra capilar – e a aplicação de certas medidas de centros de beleza, como alguns alisamentos".
Do mesmo modo, "a gordura ou sebo do cabelo dota de resistência e brilho a fibra e age como se tratasse de um condicionador. Algumas pessoas apresentam um excesso de gordura, que pode ser causado ou associado a diferentes problemas que precisam de uma adequada avaliação e diagnóstico por parte de um dermatologista", particularizou o Dr. Martín-Gorgojo.
O mito do champô seco A equipa da TRENDSmérica tinha algumas dúvidas sobre os mitos do uso do champô seco, uma tendência que nos últimos meses se tem posto muito na moda e que, para algumas adeptas, promete milagrosos resultados.
De acordo com essas adeptas, até mesmo algumas famosas, às vezes, não é necessário o uso do champô, uma vez que o cabelo autorregenera-se e nutre-se num prazo de 15 dias se não for lavado.
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Tal como explica o Dr. Bassas, "o champô seco consiste em aplicar substâncias que têm grande capacidade de absorção e atraem a gordura para deixar o cabelo limpo. A utilidade deste tipo de champô reside na falta de tempo de lavar os cabelos, embora seja algo muito recorrente entre manequins e artistas, já que eles têm a propriedade de dar maior volume aos cabelos".
Corroborando estas palavras, o Dr. Martín-Gorgojo assegurou que efetivamente "o champô seco é um falso mito", uma vez que "cada um dos cabelos tem um ciclo de vida que não se modifica ao se deixar de lavar o cabelo durante alguns dias".
Se há alguma dúvida, também a doutora dermatologista Cristina de Hoyos acrescentou que "a lavagem diária dos cabelos não afeta seu crescimento, só sua estética, pois elimina a sujeira que se acumula sobre as fibras e contribui para o brilho ao substituí-las por outras mais cosméticas".
Não há champô que acelere o crescimento capilar Para que tenhamos uma ideia mais especializada, "o cabelo é uma estrutura morta, uma vez que se trata de queratina, o vivo é o folículo piloso, que é onde se gera o cabelo e está uns dois milímetros debaixo da pele ", tal como indica o Dr. Bassas.
"Qualquer substância que possa influir em melhorar a qualidade ou o crescimento do cabelo teria de ter a capacidade de chegar a tal folículo, e isso é algo que somente poderia realizar-se mediante loções que pudessem ser absorvidas pela pele. O champô não é absorvido, mas influi no aspeto e hidratação do cabelo", comentou o Dr. Bassas. Por isso, os especialistas que consultamos asseguram que "não há um champô que possa acelerar o crescimento do cabelo", pelo menos por enquanto.
Por outro lado, é certo que "existem remédios que, aplicados localmente, alongam a fase de crescimento – anágena – do cabelo, mas somente são indicados a pacientes que sofrem de alopecia", segundo esclareceu o Dr. De Hoyos.
Utilize champô neutro ou "cosmeticamente agradável" Uma das maiores vantagens do champô neutro é que ele pode ser utilizado frequentemente sem castigar o cabelo, e não tanto aqueles champôs de centros de beleza ou de cuidados clássicos.
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No entanto, "em casos de dermatite seborreica, sim, é preciso utilizar champôs específicos, como são a piroctolamina e o Cetoconazol", ressaltou o Dr. Bassas.
O Dr. Martín-Gorgojo, além disso, reiterou e destacou o uso de "um champô cosmeticamente agradável, ajustado às expetativas e desejos de cada pessoa, sempre que não sejam diagnosticados problemas do couro cabeludo que requeiram a prescrição médica de um champô específico".
Não abuses de certos produtos Os especialistas na matéria nos confirmaram que o uso de produtos como a laca, as ceras, a gomalina e a espuma "não tem nenhum efeito benéfico para o cabelo e só é prejudicial se usado com abuso, uma vez que o cabelo terá tendência a ressecar-se e a perder o brilho", como nos afirmou o Dr. Bassas.
"Os tratamentos de cosmética para moldar o cabelo, seja alisá-lo, seja frisá-lo, não prejudicam o cabelo sempre que estes sejam bem realizados e não se abuse muito”, resenhou o Dr. Bassas, "abusar muito do secador pode deixar o cabelo mais quebradiço e ressecado".
Além disso, os especialistas recomendam não abusar deste recurso, não utilizar altas temperaturas e evitar a todo custo alisar o cabelo e não empregar o secador com o cabelo muito molhado, como apontou o Dr. Martín-Gorgojo.
Cuidado com o alisamento japonês Nas palavras do Dr. Bassas, "o alisamento japonês é um tratamento delicado que deve ser realizado por mãos especialistas, de maneira que não seja prejudicial".
Da sua parte, o Dr. De Hoyos quis reiterar também que "o alisamento japonês requer o uso de substâncias agressivas para romper a estrutura capilar e pode provocar, em longo prazo, um ressecamento excessivo das fibras do cabelo, fazendo com que estas fiquem mais frágeis e se rompam com mais facilidade"
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