a boa fé' das pessoas sobre o episódio.

Segundo Palocci, em dezembro de 2010 a empresa foi encerrada para que pudesse assumir o cargo de ministro da Casa Civil no governo de Dilma Rousseff. No período em que esteve em seu comando negou ter cometido tráfico de influência ou ter atendidos empresas com foco no setor público.

O ministro, porém, recusou-se a mencionar nomes de clientes e valores exatos de faturamento. 'Não divulgo [os nomes dos clientes] porque, como há conflito político, não tenho direito de expor terceiros nesse conflito. ' O ministro informou apenas que atendeu empresas de setor de indústrias, serviços financeiros e mercados de capitais.

Veja também:

? Veja entrevista do ministro ao Jornal Nacional

? Toledo: 'Com informações incompletas, acreditar em Palocci é questão de fé'

? Palocci 'demorou' para falar, diz OAB

? Oposição irá ao STF para garantir convocação no Congresso

Questionado se o atual momento pode prejudicar o governo e custar sua permanência no cargo, Palocci afirmou que as responsabilidades sobre o episódio são suas e não têm ligação com o governo. 'Não há uma crise. Prefiro assumir plenamente a minha responsabilidade [nesse caso]. Cabe a mim. O governo está tocando sua vida.'

No final da entrevista, Palocci voltou a afirmar que suas atividades eram legais e que está apresentados informações aos órgãos controladores competentes. 'Isso [denúncia] acontece na vida política. Temos que ter tranquilidade e explicar. Não há coisa mais difícil do que provar o que não fez. Não fiz tráfico de influência. Como te provo? Tem que existir boa fé nas pessoas', disse.

Palocci passou a ser questionado pelo aumento, em 20 vezes, do seu patrimônio nos últimos quatro anos. O ministro justificou a evolução com os trabalhos realizados por sua empresa de consultoria, a Projeto, que teria faturado R$ 20 milhões em 2010. Nesse ano, ele comandou a campanha de Dilma à presidência.

A entrevista de Palocci atende a um pedido da presidente Dilma Rousseff. Inicialmente, a estratégia do ministro era esperar o parecer do procurador geral, Roberto Gurgel, sobre o caso. Mas para Dilma seria 'um erro' aguardar. A permanência de Palocci no cargo depende dos esclarecimentos e do fim das acusações. Explicações detalhadas são cobradas até mesmo por petistas e pelo Planalto, que temem que o episódio prejudique o governo Dilma.

Nesta sexta, o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou as justificativas de Palocci dadas ao Jornal Nacional não demoveriam a ideia da oposição de tentar convocá-lo para dar explicações ao Congresso.

Atualizado às 21h24