Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Para embaixador, chineses têm a idéia de que vão “passar de roldão” nas negociações

 

Eis  aqui a  essência denossa diplomacia e postura perante os grandes e  não tão grandes interesses.Vai com acordes  pra quem toca  violão.Compore uma garrafacde cachação. Beba. E acorde numa calçada com um cachorro lambendo sua boca

 

 Se acaso me quiseres  Sou  dessas mulheres  ( paises)  Que só   dizem sim
    Em/G  Db7(9)  C6/9     A7/C#   Bm7(b5) E7(b9)      Am7          D7(9)
Por uma   coisa à toa  Uma noitada boa            Um cinema, um botequim

G6   G#º        Dm6/F   B7/F#     C7M        A7/C#         G6/D  B7  Em7
  E, se tiveres renda (  dólar, euro  etc etc) Aceito uma prenda Qualquer coisa assim
  Em/G    Db7(9)  C6/9     A7/C#    Bm7(b5) E7(b9)       Am7        D7(9)
Como  uma pedra   falsa Um sonho de valsa     (  celular. iPad  etc etc)     Ou um corte de cetim

F#m7(b5)          B7(b9)      Em7(9)  Em/D               C7M   D7(9)         G7M  G6
        E eu te farei   as vontades       Direi meias verdades Sempre à meia luz
B7       B7/D#    Em7(9)      F#7/C#           F#7   B7M       D7(9)
  E te farei,  vaidoso, supor       Que és o maior e que me possuis

 

 

Para embaixador, chineses têm a idéia de que vão “passar de roldão” nas negociações

 

O Estado de S. Paulo

Cláudia Trevisan

 

 


Clodoaldo Hugueney Filho – Embaixador do Brasil na China. Assumiu a Embaixada do Brasil na China em setembro de 2008. Deixa o posto no dia 15 de fevereiro e se aposenta do serviço público no dia 24, quando completa 70 anos. Exerceu, em sua carreira diplomática, os cargos de embaixador do Brasil na Venezuela e na então Comunidade Econômica Européia, em Bruxelas.

O Brasil tem de ser mais duro na negociação com a China, exigir reciprocidade e ter uma estratégia global para o relacionamento bilateral, no qual concessões em uma área possam levar a benefícios em outras. Esses são alguns dos conselhos de Clodoaldo Hugueney Filho, o diplomata que deixa o comando da embaixada brasileira em Pequim na sexta-feira para se aposentar do serviço público, depois de uma carreira de quase cinco décadas no Itamaraty.

“O chinês tem um pouco essa idéia de que vai passar de roldão, mas não passa. Com a gente, não passa”, disse em entrevista ao Estado na semana passada. Nos quatro anos e cinco meses em que ele esteve no país asiático, a China se transformou no maior parceiro comercial do Brasil e na segunda maior economia do mundo. Nesse período, os dois lados criaram o que Hugueney chamou de “arcabouço institucional” para dar rumo à relação, que inclui as metas previstas no Plano de Ação Conjunta (PAC) de 2010 e no Plano Decenal, de 2012.

Segundo ele, o maior interessado em implantar o que foi aprovado é o Brasil, o que vai exigir empenho e coordenação. “Tudo isso foi criado, mas cadê? Quem quer mudar a relação, porque acha que ela não é tão favorável, é o Brasil. É o Brasil que quer diversificar a pauta, quer promover o comércio, quer acabar com a exportação de baixo custo da China, quer abrir outras áreas de cooperação.”

A falta de conhecimento do Brasil em relação à China ainda é um problema e, se persistir, vai custar cada vez mais caro ao País, afirmou. Depois de se instalar em São Paulo, Clodoaldo Hugueney pretende ajudar a reduzir esse “déficit”, com atuação em universidades, palestras e a conclusão de um livro de ensaios sobre a China. “Quando cheguei aqui, eu não tinha consciência das especificidades da relação com a China. É um país onde não há nem uma lista telefônica do governo”, observou Hugueney, que será substituído pelo embaixador Valdemar Carneiro Leão Neto. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual a diferença entre a China de 2008 e a China de 2013?

A China conseguiu preservar sua rota de crescimento em meio a uma crise extraordinária na economia mundial e se tornou o primeiro parceiro comercial do Brasil, com impacto enorme no comércio de commodities. Em 2008, o comércio bilateral era de USS 36,6 bilhões. No ano passado, mesmo com a queda no ritmo de crescimento, foi de USS 75,5 bilhões. As exportações brasileiras passaram de USS 16,5 bilhões para USS 41,2 bilhões.

Mas elas continuam concentradas em minério, soja e petróleo.

O Brasil é um grande exportador desses produtos e não há nada de errado nisso. Se não fossem as nossas exportações minerais e agrícolas para a China, a nossa performance no comércio exterior em anos recentes seria desastrosa. Mas o resultado em outros produtos é importante também. As exportações de celulose passaram de US$ 690 milhões em 2008 para US$ 1,2 bilhão no passado. As vendas de aviões eram de US$ 250 milhões e, no ano passado, bateram todos os recordes, com US$ 882 milhões. Nós temos condição de competir na China em manufaturas, como mostramos no caso do avião. Nós dominamos 80% do mercado de aviões regionais na China.

A representação diplomática do Brasil em Pequim reflete a importância da China?

Quando eu cheguei, nós éramos cinco (diplomatas). Agora, somos 13 e logo seremos 15. Isso é adequado? Isso reflete o nível das relações do Brasil com a China? Não. Mas houve um avanço enorme. Eu digo sempre para o Itamaraty: nós temos de abandonar, sobretudo na Ásia, a tese do (diplomata) generalista. Nós temos de desenvolver especialistas, como fazem todos os países.

Que conselho o sr. daria para o governo e seu sucessor?

O trabalho que fizemos nesse período permitiu criar um arcabouço institucional e dar um rumo para a relação. Isso foi dado pelo Plano de Ação Conjunta (PAC), aprovado em 2010, pelos comunicados das visitas do presidente Lula (à China, em 2009), do presidente Hu Jintao ao Brasil e, sobretudo, pelo comunicado da visita da presidenta Dilma (Rousseff) em 2011, que foi complementado com o Plano Decenal anunciado na visita do (primeiro-ministro) Wen Jiabao ao Brasil. Quais são os desafios daqui para frente? Primeiro, há o desafio de implementação. Tudo isso foi criado, mas cadê? Quem quer mudar a relação, porque acha que ela não é tão favorável, é o Brasil. E o Brasil que quer diversificar a pauta, quer promover o comércio, quer acabar com a exportação de baixo custo da China, quer abrir outras áreas de cooperação, etc. Nós, que não estamos satisfeitos com o status quo, é que temos de dedicar esforço para implementar tudo isso. Investimentos, comércio desleal, pauta de diversificação, tudo está previsto no PAC. Tudo pode ser tratado e discutido. A presidente propôs o salto qualitativo nas relações e nós temos de fazer valer essa proposta, empurrar o salto qualitativo. Deixar a relação “rolar” beneficia a China, porque eles têm a visão, eles têm a estratégia, eles têm a massa de pessoal para implementá-la, eles têm as empresas investindo no Brasil, eles têm a competitividade.

E os outros desafios?

Nós temos de aprender a negociar com a China. É um exercício complexo, difícil, uma burocracia pesada, um sistema diferente, mas nós temos de desenvolver uma estratégica de negociação com a China. Em vez de chegar aqui e dizer “puxa, me dá essa coisa aqui que eu estou precisando”, dizer “olha, eu preciso disso e em troca eu posso fazer isso para você”.

Usar mais os interesses que a China tem no Brasil para obter benefícios aqui?

Isso. E a reciprocidade é a regra.

Tem de jogar mais duro com a China?

Tem.

O Brasil não joga duro o bastante com a China?

Se você olhar o discurso chinês, a palavra negociação não aparece. É sempre cooperação. Há um elemento de cooperação, mas eventualmente também haverá áreas de negociação, nas quais se discute interesses, o que eu abro, o que eu não abro.

O Brasil tem de conceder menos facilmente as coisas para a China?

Tem de negociar. Não há nada de feio nisso. A terceira coisa que acho importante é que, para implementar e negociar, é necessário fortalecer a coordenação no Brasil. E não só do governo. Não podemos ter uma estratégia no campo do comércio separada da estratégia no campo da ciência e tecnologia, por exemplo. E preciso ter uma visão de conjunto da relação, uma estratégia global, para saber o que fazer em uma área e como isso vai repercutir em outra.

Onde fazer concessões, onde exigir reciprocidade?

E qual é o custo de uma, o benefício de outra, no contexto de uma relação global com a China. O governo tem de ter uma estrutura de coordenação sobre a China, que defina bem essa estratégia. Mas isso também é importante para o setor privado, para a academia e para permitir um diálogo entre os três. A última coisa é a questão do conhecimento. Apesar de nós termos evoluído, ainda temos um déficit importante de conhecimento em relação à China. Na medida em que esse déficit permaneça, isso vai custar cada vez mais caro ao Brasil, tanto em termos de atritos com os chineses, por falta de compreensão da forma em que eles operaram, quanto de oportunidades perdidas. Quando cheguei aqui eu não tinha consciência das especificidades da relação com a China. É um país onde não há nem uma lista telefônica do governo. É uma coisa completamente diferente.

O processo de negociação implica não sucumbir à maneira chinesa?

O brasileiro combina um modo de ser amistoso com uma visão muito clara do interesse brasileiro. Os atritos que eu tive aqui era por causa disso. O chinês tem um pouco esse idéia de que vai passar de roldão, mas não passa. Com a gente, não passa.

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