Trata-se da primeira queda desde 2016. Não houve revisão do resultado do 4º trimestre, afastando a chance do país já ter entrado em uma recessão técnica.
PIB do primeiro trimestre recua 0,2%
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.
Trata-se da primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Apesar de decepcionante, o resultado veiodentro do esperado pelo mercado, confirmando a leitura de maior fraqueza da atividade econômica neste começo de ano e piora das expectativas.
Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por dois trimestres seguidos de queda).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
VALE ESTE Variação trimestral do PIB desde 2016 até o 1º tri deste ano — Foto: Juliane Souza/G1
Não houve revisão do resultado do 4º trimestre de 2018 (alta de 0,1% na comparação com os 3 meses anteriores), afastando assim a chance do país já ter entrado em uma recessão técnica como temia parte dos analistas.
Na comparação com o 1º trimestre de 2018, o PIB cresceu 0,5%. Já o acumulado nos quatro trimestres terminados em março de 2019 subiu 0,9%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Consumo das famílias impede uma queda maior
O resultado só não foi pior porque o consumo das famílias, que representa 64,3% do PIB total, cresceu no 1º trimestre. Mas apesar de continuar representando o principal componente de sustentação da recuperação, os gastos das famílias desaceleraram para uma alta de 0,3%, após terem avançado 0,5% no 4º trimestre e 0,6% no 3º trimestre.
Do lado da oferta, a principal contribuição positiva veio do setor de serviços, que manteve o ritmo de crescimento registrado no trimestre anterior (0,2%). Por outro lado, o comércio teve a segunda queda seguida (-0,1%).
Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:
Serviços: 0,2%
Indústria: -0,7% (pior resultado desde o 4º tri de 2016, quando recuou -1,8%)
Indústria extrativa: -6,3%
Agropecuária: -0,5% (pior resultado desde o 3º tri de 2017, quando ficou em -2,2%)
Consumo das famílias: 0,3% (pior desde o 2º tri de 2018, quando ficou em 0%)
Consumo do governo: 0,4%
Investimentos: -1,7%
Construção civil: -2%
Exportação: -1,9% (pior resultado desde o 2º tri de 2018, quando recuou 4,4%)
PIB trimestral pela ótica da demanda — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Indústria puxa queda
Entre os principais setores, a maior queda foi da indústria (-0,7%), impactada principalmente pelo recuo de 6,3% da indústria extrativa, refletindo os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG). Agropecuária caiu -0,5% na comparação com o trimestre anterior, enquanto os serviços subiram 0,2%.
“O incidente de Brumadinho e o consequente estado de alerta de outros sítios de mineração afetaram todo o setor”, explica a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.
Pela ótica da despesa, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram a segunda queda trimestral seguida (-1,7%), enquanto o consumo do governo (0,4%) e o consumo das famílias (0,3%) tiveram taxas positivas.
A taxa de investimento foi de 15,5% do PIB, acima da observado no mesmo período de 2018 (15,2%).
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