Surpreendi-me com a qualidade das ideias e pelos ensinamentos e dicas que obtive até o momento. Nada é por acaso. Estou envolvido em diversos
projetos de mudança em alguns clientes e verifiquei que muito daquilo
que estava precisando para utilizar como reforço da argumentação com os
responsáveis pela mudança, estavam ali bem à minha frente, nas páginas
do livro.
O que muito intriga a alta direção das organizações que necessitam de mudanças é que maioria dos seus empregados não vêem com clareza a sua
necessidade e menosprezam a urgência em efetivá-las.
A pergunta que o executivo, diretor ou gerente da empresa que percebe a urgência da mudança faz e que Kotter reproduz é:
“Por quê? Empregados preguiçosos ou pouco competentes?”
A resposta do autor: “Existem alguns que certamente nunca vencerão concursos de talentos, mas esse não é o problema.
A dois níveis hierárquicos desse gerente (ou dos responsáveis pela mudança)(**) os empregados estão vivendo em um mundo diferente. Alguns
deles nunca são expostos às chamas que emanam dos analistas de
investimentos ou dos ardentes comentários dos clientes (grifo meu). Não
vivem em uma plataforma em chamas, mas em um prédio que parece não
precisar de reforma, pelo menos no andar deles. As poucas pessoas que
realmente vêem a fumaça entrando em suas salas estão furiosas por que
alguém começou o incêndio. Em vez de demonstrar um verdadeiro sentido de
urgência para resolver o problema, a partir de hoje, elas reclamam. É,
diz irritado o contador, precisamos de mudanças urgentes no Marketing.
Você nem imagina o que esse pessoal faz!”
Permito-me acrescentar outras situações interessantes que presenciei e ouvi durante estes últimos anos.
Algumas soluções são simples e exige dedicação de todo o corpo gerencial da organização e um foco concentrado nos problemas a serem
resolvidos:
A energia que se instala numa organização com boa comunicação interna, com focos e objetivos claramente identificados por todos os
empregados e que percebem a importância de tratar a mudança como
essencial, é poderosa. Os resultados
aparecem e estimulam todos a tratarem-se como clientes, como parceiros
fundamentais de uma mudança que pode significar a sobrevivência e o
sucesso da organização.
O todo e cada uma das partes vão agradecer e irão escrever uma nova história onde a urgência é planejada e significa que o seu objetivo
maior são os resultados consistentes e motivadores. Nem tudo é urgente; é
preciso dar o sentido da urgência.
(*) John Kotter é professor emérito de liderança na Harvard Business School e escreveu diversas obras com mais de dois milhões de exemplares
vendidos no mundo.
(**) Minhas contribuições.
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