Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por que o e-commerce cresce mesmo num cenário de crise econômica?

Com um volume bruto de mais 8,6 bilhões de Reais e a expectativa de crescer 8% em 2016, o e-commerce contraria o cenário econômico atual.

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Como num passe de mágica, o consumidor sumiu das lojas físicas. Os indicadores do varejo nos últimos meses não têm sido nada animadores.

Acabaram o crédito fácil, o sonho do pleno emprego, a confiança do consumidor e a massa salarial do trabalhador brasileiro.

Mas não são só notícias ruins que eu trouxe nesse texto. Há um setor que cresceu 22% em 2015, apesar da crise política e econômica.

Um volume bruto de mais 8,6 bilhões de Reais em crescimento. E a coisa não para por aí. A expectativa é de crescer 8% em 2016, contrariando o cenário econômico atual.

Que setor é esse? São as vendas pela Internet, o chamado e-commerce ou comércio eletrônico.

Quer saber como isso tem sido possível?

Em primeiro lugar ainda há muita gente no Brasil que nunca comprou pela Internet. Segundo dados da ABComm, Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (www.abcomm.org) quatro milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra pela Internet em 2015. Esse número deve se repetir em 2016.

É um volume bastante significativo de novos consumidores chegando ao canal e que ajuda a oxigenar o faturamento.

O perfil desses novos compradores é bem diversificado. O motivo pelo qual nunca compraram também. Destaque para o público mais velho, com idade acima de 50 anos. Um perfil que até agora ainda desconfiava da segurança do canal online, mas que aos poucos ganha confiança para fazer seu primeiro pedido numa loja virtual.

Outro perfil de novos e-shoppers é o com faixa etária entre 18 e 21 anos. Esse público nunca teve medo de comprar pela Internet, faltava era dinheiro no bolso. Conforme atingem a idade economicamente ativa e tem acesso ao primeiro cartão de crédito, não pensam duas vezes antes de decidir em que canal comprar.

As mulheres também se destacam. Mais de 60% dos novos compradores é do sexo feminino. Mulheres adoram comprar pela Internet e contam isso para todo mundo. Que outro fator é tão influenciador de compras quanto a recomendação de um amigo?

Esse público tem aumentado a participação da venda online de produtos de categorias tais como moda, saúde e beleza. Ajuda mais ainda o fato que essas são categorias que tem uma frequência de compra mais elevada.

Outro fator que vai ajudar o e-commerce brasileiro esse ano, é a percepção do consumidor de que comprar pela Internet é sempre mais barato. Em tempos de crise as pessoas querem poupar cada centavo.

Eles comparam preços em sites especializados, buscam melhores ofertas em marketplaces e pesquisam minunciosamente cada detalhe do produto e leem as avaliações feitas por outros consumidores antes de decidirem que marca e em que loja irão comprar.

O consumidor está muito mais sensível a preços e parcelamento. O prazo de entrega já não influencia tanto na decisão de compra. O que o consumidor quer mesmo é uma boa oferta. Mesmo que preciso esperar uns dias a mais para receber o produto.

Esse é um dos motivos que fez o Black Friday ficar tão forte no calendário do e-commerce brasileiro. Essa já é a segunda data mais importante para o comércio eletrônico brasileiro, atrás apenas do Natal.

Outra notícia boa para as lojas virtuais brasileiras: o dólar em alta assustou os brasileiros que gostam de comprar em sites internacionais. Só no ano passado esses brasileiros gastaram oito bilhões de Reais em lojas virtuais estrangeiras. Apesar de continuar em crescimento, sites chineses e norte-americanos, andaram perdendo alguns clientes esse ano.

Não custa lembrar que no quarto trimestre de 2008, no auge da crise financeira que foi a maior da história do capitalismo desde a grande depressão de 1929, o e-commerce cresceu 6% nos Estados Unidos.

Outra questão que deve ser pontuada é o aumento de desemprego comparado com as oportunidades no comércio eletrônico.

Atualmente há um paradoxo no Brasil. Enquanto milhões de brasileiros estão sem emprego, as empresas têm dificuldade em encontrar especialistas qualificados em comércio eletrônico e marketing digital.

Há muita gente que diz que sabe, ou pensa que sabe, mas na hora de fazer na prática, falha.

Se hoje em dia há necessidade de competências digitais para quase todos os tipos de trabalho e profissões existentes, não importa se a carreira é engenharia, contabilidade, enfermagem, medicina, arte ou arquitetura, entre outras, imagine então dentro das empresas e no varejo mais especificamente.

Investir em e-commerce é um bom negócio para o varejo em tempos de crise. O consumidor ainda está por lá. E você?

por Mauricio Salvador em 24/04/16 com 0 comentários 
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