Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Por que sua empresa deve olhar agora para o Metaverso?

As empresas têm se movimentado para tentar entender o que é o Metaverso e como podem se beneficiar desse novo ambiente.

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Crédito: Shutterstock

Desde que o Facebook anunciou sua mudança de nome para Meta e informou que seus esforços estão focados na construção da sua visão de Metaverso, o termo virou o novo hype da área de tecnologia. E detalhe: não é a criadora do tema, nem a única companhia a investir nessa frente. As empresas têm se movimentado para tentar entender o que é o Metaverso e como podem se beneficiar desse novo ambiente. Ao mesmo tempo, diversos profissionais do mercado são céticos sobre seu real valor e sua adoção por parte dos usuários. Diante desse cenário, como as marcas devem se preparar?

Hoje, já vivemos uma realidade bastante virtual — especialmente após a pandemia, que acelerou essa mudança por conta das limitações que impôs com o distanciamento social. Boa parte das nossas atividades já ocorrem nesse ambiente. Seja no trabalho ou na relação com amigos, nossas interações se dão muito mais pelos meios digitais do que físicos. É só pensar quantas vezes falamos com nossos amigos e familiares por WhatsApp, por exemplo.

A diferença é que, em vez de olharmos para o outro lado através de uma tela, muitas vezes mais como observadores, no Metaverso estaremos imersos nesse mundo virtual, participando ativamente. Aqui é onde normalmente ocorre o ceticismo dos críticos, que fazem paralelo com o Second Life, fenômeno de meados dos anos 2000. Por que vou querer entrar em um ambiente virtual com um avatar para conversar com pessoas? Por isso, é importante entender as tendências tecnológicas, várias delas já consolidadas, que potencializam o Metaverso para algo muito além disso.

O que mudou do Second Life para hoje?

Em primeiro lugar, a capacidade de transmissão de dados e processamento dos computadores é imensamente mais potente do que nos anos 2000 — o que impacta na qualidade gráfica e, também, na performance do meio. E isso será levado a outro nível com a chegada do 5G: a promessa é de que sairemos de gráficos de avatares para representações mais próximas do hiper-realismo. Em vez de enxergarmos um avatar, vamos interagir com a representação virtual das pessoas, como uma espécie de holograma.

Ainda sobre isso, precisamos perceber que o sucesso de muitos jogos online ocorre justamente devido à interação social proporcionada com outros jogadores em um ambiente imersivo, onde somos representados por um avatar que nós escolhemos antes de jogar. Dessa forma, o Metaverso é uma evolução: um novo passo de uma realidade que já está posta.

O segundo fator que potencializa o Metaverso é a blockchain — uma rede descentralizada, com alto grau de segurança e que atesta a propriedade sobre um ativo digital. Pode ser desde uma moeda, como Bitcoin, até um produto digital, como um terreno. Isso cria um novo ambiente econômico, que é autônomo e imune à gerência política de governos. O espaço proporciona diversas oportunidades de negócio para as empresas, pois é através desse sistema que as transações no Metaverso serão realizadas.

A blockchain possibilitou outro fator-chave para o Metaverso: os NFTs (Non-Fungible Tokens). Através da tecnologia da blockchain, chancelam a propriedade sobre um ativo digital, garantindo que a pessoa é dona do ativo, e não de uma cópia. Dessa maneira, você pode comprar um ativo inteiramente digital e ser proprietário dele. Assim como pode vendê-lo, transferindo a propriedade para outra pessoa. Isso tudo de forma direta, sem intermediários e seus custos vinculados, ao contrário das transações financeiras atuais.

Atualmente, os NFTs já se tornaram realidade em alguns segmentos. No mercado de arte, por exemplo, pinturas, vídeos e animações são “tokenizados”. Se ampliarmos isso para a cultura pop, há memes e até itens raros sendo vendidos. Foi o caso da primeira publicação feita no Twitter por seu fundador, Jack Dorsey, vendida por US$ 2,9 milhões.

No mundo dos esportes, a NBA desenvolveu a plataforma Top Shots, onde os fãs podem comprar a propriedade de lances das partidas. Fazendo uma referência ao mundo físico, é quase como as figuras colecionáveis que eram comercializadas antigamente. A diferença está na escassez e na possibilidade de adquirir a propriedade daquele ativo, e não apenas sua cópia. Para termos uma ideia da dimensão desse negócio, a plataforma já rendeu mais de R$ 3 bilhões de novas receitas para a NBA.

Por que a sua empresa deve estar atenta ao Metaverso?

É uma condição fundamental para a sobrevivência de qualquer companhia estar atenta a todos os eventos que possam mudar o comportamento de seus consumidores ou seu mercado. Um exemplo prático foi o que vivemos recentemente com a pandemia: um evento sanitário com impacto devastador para empresas que não estavam preparadas para a realidade imposta. E são justamente os efeitos da pandemia — que, infelizmente, ainda não tem um horizonte claro de quando vai acabar, ou se precisaremos incorporá-la à nossa rotina — que dão algumas primeiras dicas para as marcas.

Uma das mais evidentes é a mudança no modelo de trabalho. De um lado, grandes organizações não planejam voltar ao modelo presencial; e aquelas que pretendem, enfrentam dificuldades para reter seus talentos. Por outro, no ambiente virtual, existe preocupação com a falta de interação entre as equipes. É justamente com o intuito de resolver esse problema que o Facebook construiu parte da sua visão do Metaverso, onde as pessoas podem interagir com outras, agregando outras formas de comunicação — como os gestos e linguagem corporal, que não são bem captados numa videoconferência. É com esse foco também que a Microsoft está investindo seus esforços de Metaverso, integrando-o com sua suíte do Teams.

Da mesma maneira, a indústria do entretenimento pode se valer desse recurso para oferecer experiências imersivas de música, arte e entretenimento. O rapper Travis Scott fez uma apresentação dentro do jogo Fortnite que contou com a participação de milhares de usuários do game. Até artistas mais tradicionais estão participando, como o francês Jean-Michel Jarre, que lançou um show em realidade virtual na Catedral de Notre-Dame.
Na esfera de ativos digitais, existem possibilidades infinitas para comercialização dentro dos Metaversos já existentes. Recentemente, um americano pagou R$ 2,5 milhões por um terreno vizinho ao adquirido pelo rapper Snoop Dogg, dentro do game The Sandbox.

Como se preparar?

Primeiramente, essa não é uma travessia a ser realizada solitariamente: é importante estar ao lado de parceiros, profissionais e ecossistemas de empresas imersos nos movimentos e que estejam desenvolvendo iniciativas no Metaverso. E, assim, avaliar dentro do contexto do seu negócio qual estratégia faz mais sentido: se a criação de ambientes de interação com clientes que desejam ser atendidos virtualmente, ou espaços para comercialização de produtos, ou até mesmo a venda direta de ativos digitais.

O segundo passo envolve rodar projetos-piloto, em pequena escala, para ganhar profundidade e experiência. O objetivo é conhecer suas possibilidades e limitações. Além disso, entender que tipo de dados pode captar de seus clientes, ajudando sua empresa a desenvolver estratégias de atendimento personalizado, de acordo com seu perfil de interesse em consumo. É importante testar modelos que operem inteiramente no Metaverso, numa realidade virtual imersiva, mas também de forma mista, com realidade aumentada ou mixada ao meio físico.

Esses experimentos deixarão claros os gaps e os desafios do Metaverso. Mostrará como ocorre a transição entre os diferentes ambientes, como os usuários levam seus ativos digitais através dos ambientes e como deve ser a estratégia da sua empresa dentro desses possíveis cenários.

Por que é importante olhar para o Metaverso desde já?

A evolução da tecnologia está acontecendo rapidamente. Vivemos um estágio bem inicial do Metaverso, talvez equivalente ao começo da internet comercial. Mas não podemos deixar de levar em conta o contexto que está se formando, com blockchain, NFTs e outras tendências se tornando realidade e já beneficiando empresas. Não seria prudente esperar a chegada da versão ideal do Metaverso.

Para o êxito, um ponto-chave é acompanhar a mudança de comportamento dos seus consumidores. Pensando não apenas nos clientes atuais, mas naqueles mais jovens que serão seu público-alvo daqui a cinco ou dez anos, quando estiverem inseridos no mercado de trabalho e na economia. O seu posicionamento e estratégia de relacionamento será suficiente para atender as necessidades deles? Você será a primeira opção para ele? Fique atento: a sua presença no Metaverso pode fazer toda a diferença.

https://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2022/03/24/435460.html

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