Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Preço baixo do gás americano afeta indústrias no Brasil

Gás brasileiro é cinco vezes mais caro, o que faz com que investimentos sejam adiados ou até movidos para outros países.

Operário na construção da Petroquímica Suape, no Porto de Suape em Ipojuca, Pernambuco

Indústrias do setor petroquímico, químico, cerâmica e vidro estão perdendo competitividade por conta do alto custo do gás brasileiro (Marcelo Sayão/EFE)

Nos últimos três anos, o gás de xisto dos Estados Unidos ficou cinco vezes mais barato que o gás natural no Brasil. Com isso, a indústria brasileira está perdendo ou adiando investimentos de bilhões de dólares. Setores que têm até 35% de seus custos no gás, como o de vidro, cerâmica, petroquímico e químico, perderam competitividade, elevaram importações e migraram seus investimentos para o exterior. 

A multinacional de vidros AGC decidiu há pouco mais de três anos investir numa fábrica de 800 milhões de reais em Guaratinguetá (SP). Anteriormente, a empresa tinha planos de dobrar a capacidade da fábrica, mas a ampliação foi suspensa por tempo indeterminado. Unidades da multinacional nos Estados Unidos, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Egito, onde o preço do gás é mais barato, ganharam preferência na destinação de recursos. "De lá para cá o preço do gás dobrou, o que mudou totalmente o cenário e a rentabilidade. Com certeza o preço do gás tornou a decisão de investir no Brasil muito mais difícil", disse o presidente da AGC Vidros do Brasil, Davide Cappellino.

A também multinacional Cebrace planejou investir 1 bilhão de reais e transformar o Brasil em plataforma de exportação de vidros para a América Latina. Entretanto, a empresa estancou novas decisões de investimentos no Brasil e voltou os olhos para países como Argentina e Colômbia. O mesmo aconteceu com a Guardian, que revê investimentos. Hoje, o setor importa 35% do vidro plano, contra 10% em 2007.

"Não há novos investimentos de peso, e o futuro depende das decisões de agora. Quero ver como o setor vai estar lá para 2018", diz o superintendente da associação setorial Abividro Lucien Belmonte, que estima, grosso modo, uma perda de até 3 bilhões de dólares na década, por causa da redução de competitividade acarretada pelo preço do gás.

Até mesmo uma fonte do governo admite a desvantagem das indústrias brasileiras com altos gastos em gás. "Todo mundo que compete no mercado internacional e que tem produção no Brasil está reclamando conosco", disse ela.

Queda do preço nos Estados Unidos - A reviravolta no mercado aconteceu depois de uma revolução energética nos Estados Unidos, com a disseminação, nos últimos cinco anos, da técnica de fraturamento terrestre em formações de xisto. Neste curto período, o país deixou de ser um grande importador de gás e passou a ser um potencial exportador, cenário impensável em 2008.

O grande aumento na oferta fez o preço do gás americano cair de 9 dólares, naquele ano, para 1,82 dólar por milhão de BTU (unidade térmica utilizada no setor) em abril de 2012. Hoje, o preço fica entre 2,5 e 3 dólares por milhão de BTU. No Brasil, o produto está cerca de cinco vezes mais caro e custa entre 12 e 16 dólares.

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/preco-baixo-do-gas-norte-...

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