Foto: ARQUIVO |
Conab estima aumento de 20% no tamanho da terra destinada para o cultivo da commodity no Estado |
O preço recorde do algodão das últimas semanas levou produtores do Estado
a expandir a área nesta safra, a maior dos últimos anos. Na Bolsa de
Nova York, o preço da libra-peso alcançou a maior cotação em 140 anos
(US$ 1,19) porque falta matéria-prima para a indústria têxtil mundial.
Na semana passada, cotada a R$ 93,9, a arroba do produto estava 126%
mais cara do que em novembro do ano anterior (R$ 41,66).
A alta vai manter aberta a usina de beneficiamento da planta da
cooperativa Copasul, em Naviraí, que seria fechada neste ano por conta
da escassez de matéria-prima. De volta à atividade, outros produtores
devem aumentar a área de cultivo do algodão em 20,4%, de 38,6 mil para
45,6 mil hectares. O plantio começa em 1º de dezembro. O espaço estimado
é o maior das últimas seis safras. Na de 2004/05 foram 58,9 mil
hectares. A produção deve ser de 188,5 mil toneladas, 31,8% superior à
de 2009/10, que fechou em 143 mil toneladas.
A supervalorização é motivada pela falta de produto para atender à
crescente demanda, principalmente da indústria de roupas. Para abastecer
o mercado, a Copasul vai aumentar a produção em 28,57%, passando de 7
mil para 9 mil toneladas, em área de 3 mil hectares. “Nossos planos
mudaram: se antes a ideia era desistir, hoje é aproveitar”, comemora o
gerente comercial Vanderson Brito.
A lavoura do agricultor Gilson Pinesso, que produz em São Gabriel do
Oeste, em Mato Grosso e até no Sudão (África), também terá expansão.
Para ele, a alta nos preços recompõe perdas sucessivas dos produtores e
vai durar até 2012. “Não tem algodão no mundo”, repete.
O efeito colateral é o preço das roupas, cuja alta estimada por ele é
de 10%. “Isso é inevitável, mas o brasileiro já paga barato pela roupa”,
defende Pinesso, que dirige associação da classe em Mato Grosso, onde
planta em três cidades. Incluindo a produção internacional, nesta safra
ele deve produzir 42 mil toneladas.
Plantar no Sudão é mais lucrativo. Impostos são reduzidos, custo de
produção é menor e o tempo que o navio leva para chegar ao principal
mercado, o Paquistão (Ásia), é bem menor do que se partisse do Brasil. O
convite para plantar no país veio do ministro da agricultura do Sudão.
“Eles me escolheram”, diz Pinesso.
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