Presencial, multifranqueados e outros avanços mostram evolução das franquias de educação

[Romildo de Paula Leite]

Franquias educacionais concentram mais estudantes em aulas presenciais, mantêm trajetória de expansão com faturamento de R$ 15,5 bilhões em 2024, 9% maior do que em 2023 e perspectivas positivas para 2025.

Demonstrando consolidação da preferência por aulas presenciais no pós-pandemia, maior investimento em tecnologia, capacitação de franqueados, inovação nos modelos de negócio e aumento de multifranqueados, as franquias do segmento de Educação seguem avançando. Essas e outras conclusões são apresentadas pela ABF – Associação Brasileira de Franchising no Diagnóstico Setorial de Educação 2025. O estudo traça o panorama das franquias educacionais no Brasil. De acordo com o estudo, a distribuição dos estudantes em aulas presenciais subiu de 50% para 56% no período pesquisado. O Digital Síncrono (aulas ao vivo em tempo real) também cresceu, enquanto os formatos Híbrido e Digital Assíncrono perderam preferência. O faturamento das redes de Educação alcançou R$ 15,5 bilhões em 2024, um avanço de 9% frente ao ano anterior. Desde 2021, o segmento acumula crescimento consistente: R$ 11,5 bi (2021), R$ 13,0 bi (2022) e R$ 14,3 bi (2023).

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As franquias de Educação reforçaram também seu impacto social e econômico. Hoje, o Brasil conta com 242 redes ativas, que reúnem mais de 17 mil operações em funcionamento e geram cerca de 196 mil empregos diretos, um aumento de 7,4% em relação ao ano passado. O número de operações subiu 11,1% no mesmo período.

Para Rogério Gabriel, diretor da Comissão de Educação da ABF, “as franquias de Educação, pioneiras no franchising brasileiro, têm conseguido manter sua trajetória de crescimento, mesmo diante das oscilações econômicas, investindo em novas tecnologias, como no uso da inteligência artificial, por exemplo, e reforçando a importância estratégica do segmento para a economia e para a formação e capacitação profissional no País”.

Outro dado relevante do estudo da ABF é a rentabilidade: 67% das franquias de educação operam com margens de lucro entre 21% e 40%. Mais de 65% dos franqueados registram margem de lucro acima de 20%, podendo chegar a 40%. A atratividade do segmento para empreendedores é reforçada pelo tempo de retorno: 70% dos negócios atingem o ponto de equilíbrio em até 24 meses, sendo cada vez mais comum o payback entre 12 e 18 meses.

O levantamento destaca, ainda, o avanço na retenção: o tempo médio de permanência dos alunos nas escolas aumentou de forma expressiva em duas faixas – de 7 a 12 meses (de 4% para 16%) e de 25 a 36 meses (de 17% para 24%), evidenciando maior fidelização e satisfação com os serviços educacionais.

Entre os subsegmentos, 40% das Escolas de idiomas e de Ensino profissionalizante têm de 201 a 300 estudantes, enquanto 70% das redes dos demais subsegmentos concentram entre 101 e 200 alunos. A quantidade média de estudantes por unidade também cresceu nessas faixas.

De acordo com Bruno Gagliardi, coordenador da Comissão de Educação, “os resultados confirmam que as franquias educacionais seguem se adaptando às novas demandas do mercado, têm presença local significativa, oferecendo soluções mais completas e fortalecendo o relacionamento com os estudantes. Além disso, o estudo evidencia também que as redes de Educação mantêm projeções positivas de aumento da base de alunos e apresentam um modelo de negócio atrativo, com payback viável e receita recorrente que garante previsibilidade e expansão sustentável”.

A capacitação dos franqueados também é um ponto de destaque para as empresas franqueadoras de Educação. Dentre os principais temas abordados, Liderança está em primeiro lugar, seguida de Gestão emocional e financeira.

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Com relação às principais mudanças observadas depois das adequações feitas em razão da pandemia, 68% das redes respondentes afirmaram terem investido mais em ferramentas tecnológicas, mesmo índice do ano passado.

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Multifranqueados

O estudo indica que houve aumento do número de franqueados multiunidades. Nas redes com até 10% com esse perfil empreendedor, o índice subiu de 35% para 40% e naquelas em que eles representam acima de 30%, a alta foi de 22% para 28%. Segundo Gagliardi, o percentual relevante de franqueados com duas ou mais unidades é sinal de confiança nos modelos de negócios e do potencial de clusterização por territórios das redes de Educação.

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Outro relevante dado trazido no estudo da ABF é que mais da metade das operações das franquias de Educação estão no mercado há mais de cinco anos: 67% das marcas respondentes frente 33% de dois a cinco anos. Esses números revelam o elevado grau de maturidade do segmento e a solidez dos seus modelos de negócios.

Para as marcas pesquisadas, entre os maiores desafios deste ano em relação a 2024 estão: Crescimento da rede (expansão), que subiu de 18% para 20%; Aumento do faturamento (de 13% para 17%) e Recrutamento e retenção da equipe, com redução de 17% para 13%. Já a situação econômica causou menos preocupação – foi de 11% para 7% dos pesquisados –, assim como a Relação franqueador – franqueado, de 7% para 5%.

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“Este novo Diagnóstico Setorial do segmento feito pela ABF evidencia que a educação é uma atividade contínua, duradoura, capaz de gerar resultados, milhares de empregos e renda, e impulsionar o desenvolvimento do País. Temos convicção de que 2025 trará novas conquistas”, conclui Rogério Gabriel.

Metodologia – A pesquisa foi realizada via questionário online de 20 de maio a 16 de julho e contou com a participação de 28 marcas (34% das marcas associadas do segmento), o que corresponde a 77% do total de operações das redes associadas do segmento e 25% das operações estimadas do franchising de educação do País.

Imagens: ABF/Divulgação

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