Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Produzido no Brasil: empresas de moda nacionais em rede - parte 2

Nosso velho e conhecido problema: as cargas tributárias oneram o custo dos produtos têxteis. Foto: Pinterest

 

 

A gente já falou aqui sobre empresas de moda que trabalham em rede, ou seja, têm preocupação em sustentar a cadeia quando escolhem fornecedores brasileiros. Bom, bonito e brasileiro é uma campanha lançada pelo Sindivestuário para estimular o consumo interno e fortemente seguido pela Tecelagem Panamericana, de Santa Bárbara D'Oeste, em São Paulo.  A vantagem em comprar matéria-prima nacional não está necessariamente no produto, segundo Evandro Silva, gestor de processos da empresa, mas sim no serviço que a indústria nacional pode oferecer ao cliente.

 

Segue abaixo a entrevista que fizemos com Silva.

 

blog Tendere: Com tantas empresas deixando de comprar produto nacional e importar produto de fora, principalmente da China, você considera importante utilizar o produto nacional?

Evandro Silva: Utilizar o produto fabricado no Brasil mantém um bom índice de empregabilidade de toda cadeia têxtil, da produção do fio até o produto confeccionado e também melhora o poder de compra da população e aumenta o giro do mercado.

 

bT: As empresas clientes da Panamericana têm essa preocupação?

ES: Acredito que até se preocupam mas, por uma questão de sobrevivência do negócio passam a utilizar tecidos importados pois os preços são menores e também são produtos de qualidade.

 

bT: Quais são as vantagens do tecido nacional, em comparação com o importado?

ES: A vantagem não está no produto, não é algo que o cliente pode ver. A vantagem está no serviço que a indústria nacional pode oferecer ao cliente, como desenvolver um produto exclusivo e produzir uma quantidade reduzida de metragem e fracionar as entregas. O diferencial é o “valor” que o cliente percebe no produto.

 

bT: Existe algum diferencial no produto brasileiro que não se encontra, por exemplo, no produto chinês?

ES: No produto em si não, como disse anteriormente, a diferença está no serviço.

 

bT: Você considera a situação da indústria têxtil brasileira atual também uma responsabilidade governamental? Se sim, como políticas públicas poderiam auxiliar o setor?

ES: Sim, pois as cargas de impostos que são geradas durante a produção de um artigo têxtil acabam onerando muito os custos e no final não conseguimos ser competitivos frente ao mercado de importados.

Uma revisão na carga tributária ajudaria a nossa indústria, e também a implantação de políticas mais protecionistas poderiam ajudar o país a ter menor dependência de produtos importados. 

Por exemplo, como pode um país que produz um excedente de 400 mil toneladas de algodão em relação ao consumo, ter que importar fibra e fios de algodão para atender a necessidade de consumo? Essa conta não fecha.

 

 

E você, concorda? Como ter o diferencial "valor" que o cliente percebe no produto?

 

Vivian Berto


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