Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|administradores.com.br|

De gerentes a presidentes de nações. Mulheres quebram tabu e conquistam altos cargos antes dominados exclusivamente pelo homens. Confira entrevista com a executiva Alessandra Zanettique que superou os
preconceitos através da competência


O tabu de que os homens são os mais eficientes para altos cargos executivos, enfim, está acabando. Cada vez mais mulheres estão ganhando espaço em cargos gerencias, como principais executivas de empresas e
até como chefes de Estado.

No último dia 31 de outubro, o Brasil demonstrou esse fato e elegeu a primeira presidente mulher de sua história. Dilma Rousseff vai entrar para um restrito "clube" de líderes de nação que conta hoje com 17
mulheres. Entre elas estão a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e ...

Outras duas mulheres também exemplos dessa transformação e que ocupam altos cargos empresariais são: Maria das Graças Foster, diretora de Gás e Energia da Petrobras, e Luiza Trajano, diretora do Magazine Luiza. Essas duas brasileiras se tornaram símbolos de competência e sucess....

Por sinal, até em áreas consideradas restritamente "refúgio dos homens", essa realidade está se alterando. Na Inter.net, agência de tecnologia que oferece serviços na área de Tecnologia da Informação,
por exemplo, a competência venceu o machismo. A filial da empresa aqui
no Brasil foi construída em 2001, e desde o início quem preside é a
Alessandra Zanetti. Ela, por sinal, é a única mulher a ocupar o cargo de
CEO em todas as 13 filiais da empresa e uma das raras executivas no
cenário da tecnologia, incluindo TI, Telecom e Digital.

Em um bate papo exclusivo com o www.administradores.com.br, Alessandra falou da difícil trajetória de chegar e manter-se no cargo, além dos desafios e transformações da mulher de hoje.

1 - A área de TI é conhecida por ser uma área de atuação quase exclusiva de homens. Como foi chegar ao cargo de presidente da Inter.net e manter-se a tanto tempo na função?

Não foi fácil chegar a este cargo. Foi necessário muito trabalho duro e determinação para provar que eu seria capaz de administrar e reerguer uma empresa do porte da Inter.net brasileira. Manter-se na
função foi ainda mais complicado. Superamos a crise da bolha "pontocom"
no início de 2000, em que fui responsável por toda a reestruturação da
Inter.net para adequar a empresa a um modelo de empresa
multifuncional, versátil e inovador que continua até hoje. Como mulher e
profissional, tive que mostrar muito mais resultados do que o esperado
para provar que eu merecia permanecer onde estava.

2 - Chegou a sofrer algum tipo de preconceito machista durante esse período?

Acredito que todo bom profissional, seja homem ou mulher, deve ter comprometimento, senso de liderança e responsabilidade. Como há uma predominância de homens no mercado de tecnologia, é normal haver uma
dificuldade a mais para as mulheres em se posicionar e destacar neste
setor em específico. Mas, no meu caso, nunca tive que provar que sou
competente pelo fato de ser mulher apenas, e nem de sofrer preconceito
machista declarado. Já senti uma hesitação e até surpresa por parte de
quem me conhece pela primeira vez e vê que sou CEO de uma empresa de
tecnologia, pelo próprio motivo de ser raro encontrar mulheres
presidentes no ramo em que atuo. Mas, felizmente, nunca passei por uma
situação de tratamento discriminatória e ofensiva.

3 - É difícil gerenciar uma equipe recheada de homens?

Não, pelo contrário, é uma convivência harmoniosa, respeitosa e bastante enriquecedora. Prezo pelo trabalho com homens dedicados, criativos e proativos. Na Inter.net, temos uma seleção rigorosa de quem
irá trabalhar conosco. Nossa escolha não é só baseada em diferenciar
pessoas capacitadas na área de TI e Telecom, mas profissionais
comprometidos e que saibam trabalhar em equipe. Assim, aprendo muito com
eles e não deixo qualquer desentendimento ou dúvida atrapalhar o
relacionamento e a comunicação entre nós. Além disso, os homens têm uma
visão extremamente pragmática e focada dos negócios, além de ter um
posicionamento mais equilibrado e ponderado na forma de pensar e agir.
Isso faz toda diferença quando você tem que gerenciar e liderar uma
equipe.

4 - O que você acredita ser eficaz para gerar mais produtividade entre esses colaboradores? Para isso é preciso ter pulso firme ou utilizar o perfil "mãezona"?

Estimular a criatividade e novas ideias, valorizar o bom desempenho e estabelecer, sempre, uma comunicação aberta e colaborativa com todos. Há ocasiões em que é preciso ser rígida e ter pulso firme,
principalmente quando se tomam as decisões ou surgem conflitos. Mas, da
mesma forma, é necessário saber compreender e ouvir, afinal, você lida
com pessoas, que têm sentimentos e emoções e são iguais a você. Isso é
mais fácil para as mulheres, que costumam demonstrar um lado afetivo e
emocional maior, o que é uma grande vantagem sobre os chefes homens.
Saber equilibrar o emocional e racional é a chave para as executivas e
líderes mulheres.

5 - Maria das Graças Foster (pela Petrobrás) e Luiza Trajano (pela Magazine Luiza) são líderes internacionalmente respeitadas pelo brilhante trabalho que fazem em seus setores. Elegemos também nossa
primeira presidente. Você acredita que, enfim, as mulheres estão sendo
mais reconhecidas pelo seu trabalho e, por isso, conquistando mais
cargos gerenciais?

Sim, não tenho dúvidas disso. A inserção das mulheres no mercado de trabalho vem ocorrendo com grande força nos últimos anos, o que é excelente para o crescimento da independência e autonomia feminina na
sociedade atual. As mulheres de hoje estão desenvolvendo seus estudos e
sua carreira, atingindo o posto de liderança que, antigamente, era
restrito apenas aos homens. Acho isso uma conquista extraordinária e
tenho orgulho disso como mulher, pois, apesar dos entraves e
dificuldades que as mulheres sofrem ainda, conseguimos avançar muito em
termos de perspectiva profissional, pessoal e financeira.

6 – E sobre o mercado de Tecnologia da Informação? Você acredita que será possível desassociar essa profissão como "área geralmente para homens" e ter uma igualdade de profissionais de ambos
os sexos em breve?

Sim, certamente. Já estamos observando um número expressivo de mulheres assumindo cargos de liderança nesta área de TI e isso é uma tendência para os próximos anos. Vamos ver cada vez mais mulheres se
destacando em suas respectivas posições, o que inspira e estimula novas
mulheres a se aventurarem por este mercado, que não necessariamente
deixará de ser dominado por homens, mas contará com brilhantes
contribuições femininas.

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