Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Acusado de desviar recursos dos cofres municipais, Antônio Cordeiro, prefeito e candidato à reeleição em Minas, pede votos usando uma tornozeleira eletrônica

Antonio Cordeiro -- em campanha, e monitorado pela Polícia Federal (Foto: Rodrigo Oliveira)Antonio Cordeiro -- em campanha, e monitorado pela Polícia Federal

O vasto anedotário da política nacional, no igualmente farto capítulo das malfeitorias, já incluía personagens tão curiosos quanto o “homem do dólar na cueca”, Silvinho Land Rover, os aloprados e o impagável “Vavá dá dois pau pra eu”. Agora, um novo tipo vem juntar-se a essa galeria.

Um passo à frente, por favor, Toninho Tornozeleira. A população de Coração de Jesus, município no norte de Minas Gerais, assim apelidou o seu prefeito, Antônio Cordeiro (PSDC). Candidato à reeleição, ele foi afastado do cargo por denúncias de corrupção e, desde a semana passada, é obrigado pela Justiça a andar com uma tornozeleira eletrônica – aquele acessório destinado a evitar que criminosos que escaparam por pouco da prisão escapem também do radar da polícia.

 

TEMPO REAL -- A tornozeleira de Toninho (Foto: Rodrigo Oliveira)

TEMPO REAL -- A tornozeleira de Toninho (Foto: Rodrigo Oliveira)

A PF descobriu, em junho, que um esquema atribuído a Toninho surrupiou 2,7 milhões de reais de verbas federais destinadas à prefeitura. O dinheiro vinha de dois convênios com o Ministério da Integração Nacional. Um contrato, de 2009, destinou 1,2 milhão de reais à reconstrução de uma ponte e à reforma de duas barragens. Outro, de 2010, no valor de 1,5 milhão de reais, previa a recuperação de 100 quilômetros de estradas vicinais.

Segundo a polícia, nenhuma obra foi realizada, e o dinheiro acabou repartido entre Toninho, o contador da prefeitura (seu atual candidato a vice), o secretário municipal de Transportes e os donos das duas construtoras que venceram as licitações fraudulentas. Cada um teria amea­lhado 540 000 reais.

Durante a investigação, servidores e empresários disseram que estavam sendo ameaçados pelo grupo do prefeito para mentir nos depoimentos e negar os desvios. A PF pediu, então, a prisão dos envolvidos. A Justiça rejeitou a solicitação, mas impôs medidas alternativas: afastou Toninho e os dois assessores dos cargos, mandou-os ficar a pelo menos 100 metros da prefeitura e proibiu o contato entre eles.

Para verificar se as ordens estão sendo cumpridas, determinou que os três utilizem tornozeleiras eletrônicas – monitoradas em tempo real na tela dos computadores da PF. Se alguma condição for violada, um alerta será disparado automaticamente – e o infrator pode ir para a cadeia.

 

Monitoramento da PF -- Tela do computador que mostra por onde anda o candidato a reeleição Toninho Tornozeleira

Monitoramento da PF -- Tela do computador que mostra por onde anda o candidato a reeleição Toninho Tornozeleira

O monitoramento não tem prazo estabelecido. A Justiça decretou o uso do equipamento até o fim das investigações, ainda sem previsão de conclusão. Toninho Tornozeleira nega todas as acusações: “Sou vítima da maior perseguição política da história do Brasil”.

Enquanto isso, o prefeito afastado tenta reverter a decisão por conta própria. Depois de cruzar 500 quilômetros de estrada, passou a última semana inteira em Brasília, articulando com amigos e apoiadores o fim do seu “constrangimento”, como ele diz.

Sobre isso, afirma o delegado da PF Marcelo Freitas: “O político deveria ficar constrangido por roubar dinheiro público, não por usar uma tornozeleira”. E a galeria cresce…

fonte:http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/so-no-sapa...

 

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