Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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DEONÍSIO DA SILVA

“Ministro da Justiça, ele conheceu por dentro o Estado do qual, conhecendo as fraquezas, agora ataca, para ajudar um bandido a prejudicar a sociedade”.

Trava-se uma guerra sem tréguas para defesa do Judiciário e da Imprensa, os alvos atuais dos que são farinha do mesmo saco. Os cidadãos escolham suas armas! Não há lugar para omissão nesta luta. Quem calar, vai consentir!

Abomino e vomito o silêncio dos intelectuais, acho um nojo isso! Poucos escrevem manifestando a repulsa. Para cada Marco Antonio Villa, para cada Demétrio Magnoli, para cada Roberto Romano, há centenas de blogueiros pagos para desconstruir a candente defesa que eles fazem dos procedimentos democráticos, que começam por garantir a livre expressão do pensamento (imprensa) e a garantia de um julgamento justo (Judiciário)! Sete anos de tempo para produzir a defesa e os mensaleiros agora temem o julgamento porque anteveem condenação depois de tantas prorrogações, idas e vindas.

SÃO TODOS FARINHA DO MESMO SACO.

Esta frase, que tem o fim de desmascarar pessoas que fingem ser o que não são, nasceu de uma metáfora que compara os homens ao trigo e seus derivados.

A farinha de boa qualidade é posta em sacos separados para não ser confundida com a de qualidade inferior.

Quando indivíduos falsos se arrogam em críticos severos de outros de quem podem ser na verdade cúmplices, sócios ou amigos, surge esta frase para dar conta de que não há diferença entre eles. Originalmente apareceu em latim: “Homines sunt ejusdem farinae” (são homens da mesma farinha).

O famoso escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850) usa a expressão com frequência em seus romances: “C’est sont des gens de la même farine”, que em português foi traduzida com leve alteração.

Parabéns a Augusto Nunes pelo destaque merecido à foto. Não apenas as palavras esclarecedoras do colunista, mas também os gestos, os esgares, a mímica dos três (Cachoeira, Collor e o ex-ministro da JUSTIÇA (!) dizem mais coisas.

Eu fico me perguntando se o ex-ministro aceitaria defender com a mesma pertinácia aquelas mães e pais que num momento trágico da existência deles, desesperados diante da fome dos filhos, entraram numa padaria ou numa farmácia para resolver O PROBLEMA e, sem matar ou ferir ninguém, roubaram só o que lhes possibilitasse atender os filhos naquele dia ou noite cruciais! E foram parar na cadeia, onde a maioria deles apodrece sem socorro de ninguém, a menos que a mídia chame a atenção para essa abominável (des)ordem social brasileira. Por que cumprir a lei, se quem não a cumpre é tratado como rei?

As ações dos três figurantes da foto resultam em danos ao patrimônio público. Sim, qual a procedência do dinheiro que vai pagar os honorários do ex-ministro da Justiça? Não interessa? Aos homens de bem, interessa, sim! Que nos desculpe o ex-ministro, mas ele precisa voltar aos bancos escolares da USP, para o famoso Largo São Francisco, onde estudou Direito, para a aula de Ética. Este modesto escritor e professor se oferece para gratuitamente dar a aula magna desta volta aos bancos escolares, não para ensinar Direito, que é matéria que desconheço, mas para dar uma aula cujo tema seja o Sermão do Bom Ladrão, do Padre Antônio Vieira.

O tempora, o mores! Prefiro guardar na minha memória o ex-ministro que, quando advogado, redigiu com Evandro Lins e Silva a petição que resultou no impeachment de Collor.

Collor escolheu de aliado preferencial o Partido (aliás, é socorro mútuo…) que um dia liderou a sua queda da presidência da República.

O ex-ministro da Justiça exerceu informalmente a função de ministro da Justiça, muitos anos antes de ser o ministro formal do primeiro governo Lula e por três meses do segundo, quando, depois de vitória do Collor, o PT montou um governo paralelo.

O ex-ministro da Justiça chegará aos dois martelos, como são conhecidos os 77 anos, no dia 30 de julho! E terá colocado sobre cada um dos martelinhos manchas que jamais serão apagadas de sua biografia, tão bonita por tantas décadas!

Eu o tinha por um homem de bem até há pouco tempo, mas andava desconfiado e, chamado à atenção por muitos amigos, dos quais discordava, dizia: “calma, gente, todos têm direito à defesa, para isso existem os advogados”. Mas quando um ex-ministro da Justiça não se respeita, dando os sinais que deu, por que nós devemos respeitá-lo?

Fonte;http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/secao/feira-livre/

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