Os produtores de algodão de Mato Grosso já estão comprando adubos e defensivos para o plantio que deve começar no mês que vem. A boa notícia é que este ano o custo vai ser menor que no ano passado.
O seu Breno Hinnah é agrônomo na fazenda no município de Pedra Preta, região sul de Mato Grosso. É ele quem está cuidando das compras de adubos e defensivos que serão usados para o plantio do algodão, previsto para começar em meados de dezembro.
A área cultiva vai ser ampliada em dois mil hectares. Com o aumento, foi preciso comprar 20% a mais de insumos. As 5,3 mil toneladas de adubo já chegaram. Na propriedade o adubo está a céu aberto porque acabou de chegar, mas ele vai ser protegido por uma lona impermeável.
Para garantir o plantio, é comum os produtores trocarem parte do algodão que ainda vai ser colhido por insumos. Quem fechou o negócio em dólar pode ser beneficiado com a desvalorização da moeda americana.
Esse é o caso do seu Breno. Na última safra o custo de adubos e defensivos por hectare girou em torno de R$ 1.370,00. Agora, o valor vai sair por uma média de R$ 1,1 mil. São cerca de 20% mais barato em relação ao ano passado.
“Esse ano você vai precisar menos arroba de pluma de algodão para comprar uma tonelada de fertilizante”, calculou seu Breno.
Em outra propriedade a área cultivada de algodão vai aumentar 20%. O agrônomo Márcio de Souza contou que a compra de insumos já está garantida. Ele pretende adubar mais a terra na expectativa de obter uma boa safra.
“Nós estamos com o preço muito bom no algodão. Nós temos que aproveitar agora. Temos que investir mais em adubação e buscar uma produtividade por hectare maior”, disse Souza.
Nas últimas semanas, o preço internacional do algodão vem caindo bastante. Em Piracicaba, São Paulo, o economista do Cepea, Centro de Pesquisas da USP, Lucílio Alves, explicou que, apesar da retração, o valor ainda está alto.
“Nós temos a redução de produção nos dois últimos anos. E agora uma recuperação de demanda um tanto quanto surpreendente. Em especial o mercado chinês, comprando volumes expressivos no mercado internacional, consumindo os estoques. Então, há uma relação inversa entre queda de estoques e aumento de preços. Menor com maior demanda não tem o que segura preço, sem sombra de dúvidas”, esclareceu o economista.
Nos últimos dez dias, o preço internacional do algodão na Bolsa de Nova York caiu 13%. Mas, em relação a novembro do ano passado o valor está 51% mais alto.
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