Há exatos oito anos, escrevi o seguinte, num artigo publicado no Globo:
No Brasil, o governo assume uma série de encargos e tarefas que não lhe dizem respeito. Ele é banqueiro, petroleiro, administrador de portos, aeroportos, produtor de televisão, dono de restaurantes, empresas de ônibus e de seguros. Também é grande proprietário de imóveis, mecenas e produtor cultural. O fato é que esse polvo gigante estende seus tentáculos sobre inúmeras atividades que deveriam estar entregues à iniciativa privada.
Enquanto isso, no exercício das suas funções substantivas, naquilo que é a própria razão de ser do Estado, ele é omisso ou ineficiente. Não consegue dar à população um mínimo de segurança. A justiça é lenta, cara e imprevisível. As Forças Armadas encontram-se virtualmente sucateadas. Nossas fronteiras são um perfeito queijo suíço, por onde entram armas, drogas e todo tipo de contrabando. Sistema viário, infra-estrutura e logística são caquéticos. Sobre educação e saúde, então, é melhor nem falar. Uma lástima!
De lá para cá, se alguma coisa mudou no país, infelizmente, foi para pior. O governo continua metendo o bedelho em tudo, os casos de corrupção não param de crescer, enquanto os serviços públicos, que são monopólio do Estado, continuam ladeira abaixo.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório sobre a violência no mundo capaz de envergonhar qualquer brasileiro minimamente decente. Segundo esse estudo, o Brasil detém o maior número absoluto de homicídios entre todos os países pesquisados. De cada cem pessoas assassinadas por ano no planeta, cerca de treze são mortas no interior de nossas fronteiras. Segundo a OMS, o total de homicídios no mundo foi de 475 mil, em 2012, dos quais 64,3 mil foram praticados em terras tupiniquins.
Em termos proporcionais, o país está entre os dez locais mais perigosos do mundo. A taxa de 32 mortos para cada 100 mil habitantes é mais de cinco vezes superior à média mundial, de pouco mais de 6 homicídios para cada cem mil.
Considerando esse mesmo critério, a América Latina – onde vigora há tempos o badalado populismo marxista, segundo o qual a causa da violência é a desigualdade e não a impunidade – é a região mais violenta do planeta. O país com maior taxa de homicídios do mundo é Honduras, com 103,9 incidentes a cada 100 mil pessoas. O segundo lugar é da Venezuela, com 57 casos, contra 45 na Jamaica e 43,9 incidentes na Colômbia e em El Salvador.
Não por acaso, a região encontra-se na contramão do resto do mundo. A OMS aponta para uma queda de 16% no número de homicídios do planeta, entre 2000 e 2012, enquanto no Brasil essa taxa não para de crescer, pelo menos desde 2007.
Trata-se de um verdadeiro descalabro. Mata-se mais no Brasil do que no Iraque ou no Afeganistão. Ainda ontem, um dia depois da divulgação do relatório da OMS, a polícia apresentou um assassino em série, que teria matado mais de 40 pessoas em Nova Iguaçú, no Rio de Janeiro, depois que a população local denunciou o delinqüente. Se dependesse da nossa polícia, que só consegue apurar cerca de 8% dos casos de homicídio, segundo o próprio Ministério da Justiça, esse monstro provavelmente continuaria fazendo mais vítimas impunemente.
E ainda querem que eu tenha orgulho de ser brasileiro…
Fonte: Instituto Liberal
http://imil.org.br/artigos/segurana-pblica-vergonha-nacional/
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