Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Sites estrangeiros sobem tarifas e lojista repassa

Ajuste é feito por Mercado Livre, Amazon, Shopee e Shein – ganho de margem, dizem analistas.

Segundo avisos enviados às lojas, a Amazon passou a aplicar mudanças nas regras em agosto, e Shopee Mercado Livre, em junho e julho, respectivamente. Lojistas começam a repassar a pressão nos custos aos clientes, o que tende a encarecer os produtos.

Outro marketplace com forte crescimento no Brasil, a Shein alterou regras para os promotores de sua marca (chamados de afiliados), limitando a aplicação de descontos nos preços a clientes.

No modelo de marketplace, as plataformas oferecem serviços às lojas, como publicidade nos sites e aplicativos e logística, e recebem uma comissão por isso, que varia de 10% a 20% do valor da venda.

Juros altos e aumentos em custos operacionais explicam em parte essas mudanças, mas consultores veem uma busca por ganho de margem e de redução de perdas.

O movimento se dá em um ambiente de retração das vendas do comércio on-line no país, embora as grandes plataformas afirmem que não sentem esse efeito. O recuo começou em 2022 e permanece neste ano. As vendas on-line encolheram 14% de janeiro a junho, segundo a Neotrust.

No caso da Amazon as tarifas de envio subiram entre 13% e 56% em relação à tabela anterior, calculou o Valor, com base nas novas tabelas enviadas às lojas. Se o cliente usar o sistema completo da Amazon — que inclui coleta, etiquetagem e entrega do produto — o reajuste é de 26% a 33% nos itens mais leves. Se o cliente usar só uma parte, o serviço ficou mais caro. Lojistas dizem que é uma tentativa de migrá-los para o serviço completo da companhia.

No Brasil, essa onda de reajustes ganhou força após compradores já terem sinalizado, em redes sociais nos últimos meses, maior preocupação sobre o risco de elevação de preços em sites estrangeiros, com as novas regras de importação de produtos de até US$ 50, a partir de 1º de agosto.

Reajustes foram feitos para compensar parcialmente o custo operacional mais elevado”

No Mercado Livre, um novo cálculo sobre custos de envios aos domicílios, incluindo variáveis que não existiam, vale desde julho.

A empresa decidiu considerar não só o volume da encomenda, mas a distância da empresa do vendedor até o centro de distribuição do Mercado Livre que atende o lojista. A alteração afeta lojistas que usam o serviço de logística do grupo, batizado de “full”, com entregas no mesmo dia.

Além disso, o custo fixo por unidade vendida na empresa voltou a subir — passou a R$ 6, frente aos R$ 5,50 cobrados até então (eram R$ 5 em dezembro passado). Isso é válido para os anúncios abaixo de R$ 79. O valor é adicionado à taxa de comissão para dois planos (clássico e premium). Cada categoria de produto tem comissões diferentes.

Outra alteração envolve critérios para calcular o custo de envio no modelo de remessa própria (Mercado Envios), em que o lojista oferece frete grátis.

No Mercado Livre, a partir de julho, a base para essa conta passou a ser o peso de 2 kg, e não mais os de 5 kg. E se a remessa pesar mais de 2 kg, será usado o indicador que for maior — o peso físico ou o volumétrico (calculado a partir do comprimento, largura e altura). Antes se considerava só o peso.

“Isso afeta as mercadorias que ocupam muito espaço no transporte, mas que são leves, como colchões. Com esses produtos, se o preço cobrado for apenas pelo peso, o preço do frete pode não compensar o transporte”, diz um diretor de empresa aérea. O Mercado Livre, fundado na Argentina, usa aviões na sua logística no país.

Um ajuste positivo, na opinião de vendedores ouvidos pelo Valor, refere-se a itens de supermercados. Até a metade do ano, a empresa cobrava um valor adicional único de R$ 4 por produto vendido até o limite de R$ 199. Agora foram definidos valores para diferentes faixas de preço. Também não será cobrado do lojista o descarte de produtos que ficam parados nos centros de distribuição, por avarias.

Outro marketplace estrangeiro, a Shopee, sediada em Cingapura, decidiu implementar em junho uma nova tarifa, de R$ 2, que se soma à taxa de comissão no cálculo de custo por item enviado. Amazon, Mercado Livre e Magazine Luiza já cobram esse valor extra.

A comissão da Shopee, para lojistas que usam o programa da empresa de frete grátis, está em de 20% mais os R$ 2. Para aqueles fora do programa, são 14% somados aos R$ 2. O limite máximo de comissão permanece em R$ 100.

A Amazon, que vinha absorvendo as pressões em custos no Brasil, sem repasses frequentes às lojas, promoveu reajustes na taxa de comissão de 13 categorias de produtos. Em 24 categorias não houve mudanças e uma teve queda.

No programa de logística da Amazon (FBA), em que ela armazena, empacota e distribui os itens do vendedor, as tarifas de envio subiram, em média, R$ 3,20. Nas tarifas de coleta do FBA a alta média foi de R$ 0,06 por unidade.

Por Adriana Mattos |

Fonte: Valor Econômico

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