Fonte:|meiofiltrante.com.br|
Fibra de P84
A fibra de poliimida aromática (PI), conhecida comercialmente como P84, pode ser utilizada como matriz polimérica em compósitos reforçados com fibras e
mais recentemente, como um material formador de interfase em mangas
filtrantes aplicadas à indústria cimenteira e aciaria. Além de serem
usadas na filtração, também se utilizam na fabricação de roupas
protetoras para os pilotos de fórmula 1 e para bombeiros, devido à ótima
estabilidade térmica.
As poliimidas de alto desempenho representam
uma importante classe de fibra, por apresentarem vantagens como:
excelente estabilidade térmica, resistência a solventes, boa resistência
mecânica, boa tenacidade, excelente estabilidade dimensional, baixo
coeficiente de atrito, baixa emissão de gases e resistência à fluência e
ao desgaste. A cor característica de amarelo ouro caracteriza a fibra
como uma das mais bonitas.
A geometria multilobal da fibra, com diâmetro 30% maior (Figura 5a) em relação a fibras circulares (Figura 5b), aumenta proporcionalmente a probabilidade de captura de particulados finos
devido à maior área de contato com a fibra (Figura 6a).
Filtração
No começo do processo de filtração, temos a fibra limpa (Figura 7a).
Após a formação da torta sobre a fibra (Figura 7b), temos uma área
multilobal superior de acúmulo de particulados, que garantem uma
homogeneidade maior na filtração. Fibras com alta área de captura
proporcionam menor variação de perda de carga no filtro, devido a ter
uma espessura de torta constante sobre o meio filtrante.
· Uma das avaliações mais importantes está na taxa de emissão. Nota-se a vantagem da P84 multilobal, 47,9% menos de emissão, em comparação com a fibra de PPS. Ambas as fibras eram denier 2,0;
gramatura de 550 g/m2 e superfícies chamuscadas (Figura 14). Outros resultados são obtidos se analisarmos a eficiência de ambos não tecidos, quanto relacionados com a taxa de 10 mg/Nm3 de emissão de particulado, com maior eficiência para o P84 (Figura 15).
· O segundo fator que contribui para o aumento do custo operacional é a queda de pressão no filtro de mangas, que usa um ventilador para movimentar os gases pelo filtro.
Nessa situação, o filtro com mangas de P84 apresenta uma menor queda de pressão do que com mangas de PPS.
· O bromo (Br2) está normalmente presente nos gases de combustão nas caldeiras acionadas por
carvão, dos incineradores de lama de esgoto e dos incineradores de lixo.
Neste sentido, os resultados mostram o P84 com boa resistência química
ao bromo em temperatura ambiente, já os outros materiais tiveram sua
tenacidade reduzida sensivelmente (Figura 17a). O segundo gráfico é
semelhante ao anterior, mostra a degradação acentuada das fibras de PPS e
NO. A diferença está no fato de a degradação das fibras aumentarem
devido o aumento da temperatura para 170ºC (Figura 17b).
· O dióxido de nitrogênio (NO2) é gerado a partir do óxido nítrico (NO) entre 600 e 800ºC no
incinerador. Os óxidos de nitrogênio em alta concentração são
encontrados nos fornos, nas caldeiras acionadas por carvão e nos
incineradores de lixo, devido às altas temperaturas de operação até
1400ºC. Semelhante aos SOx, os NOx contêm um certo nível de dióxido de
nitrogênio, dependendo do teor de oxigênio no gás combustível, da
temperatura e das condições do aquecedor. Comprovou-se que somente o
teor de dióxido de nitrogênio (NO2) causa a degradação da
fibra por oxidação, com queda acentuada da tenacidade. Neste caso foi
usada uma temperatura muito elevada para diminuir o tempo dos testes
(Figura 18). Já o gráfico seguinte (Figura 19), mostra a degradação da
fibra em nível mais acentuado, menos tempo, devido ao ataque químico com
o dobro de dióxido de nitrogênio.
· Os testes em situações extremamente adversas a 240ºC e 6.500 mg/Nm3
· O dióxido de enxofre (SO2) é um composto do gás combustível presente em altos níveis nos gases em
caldeiras acionadas por carvão e incineradores de lixo. Devido sua
natureza, este gás não produz ácido sulfúrico, é necessária a presença
de umidade para ocorrer a sulfonação, que é o principal problema para a
maioria dos meios filtrantes.
O ácido sulfúrico é gerado no ponto de orvalho ácido, permanece no
material filtrante e causa a deterioração da fibra. Os resultados
mostram que mesmo ultrapassando o ponto de orvalho ácido em tais
condições, não danifica a poliimida aromática, pois ocorreu uma baixa
perda de tração (Figura 21). Na prática, em processos industriais temos
sempre uma combinação de várias condições (acidez, óxido de enxofre, umidade e temperatura)
e isso interfere na performance das fibras, mostrada na Figura 22. A
alta temperatura e umidade associada, demonstrada neste caso, acelera o
processo de degradação e a perda da resistência da tração em maiores
níveis.
Produção da Tela de P84
Produção do não tecido de P84
Mangas de P84
As características de filtração superior são obtidas mesmo em
aplicações que não exigem tanto das propriedades térmicas próprias do
P84. Nestes casos, o véu superior da fibra aumenta a eficiência do
material filtrante, com menor perda de carga. Ainda assim, o produto tem
um custo moderado.
Principais Mercados
Asfalto, cerâmica, cimento e cal, fundição, geração de energia e siderurgia.
Conclusões
Uma sensível aplicação à hidrólise e ao entupimento do não tecido, são
as plantas de calcinação e gesso. O P84 superou o desempenho das fibras
m-aramidas e PPS, apresentando uma vida útil excepcional e ótimo
desempenho na filtração. As fibras de P84, mesmo nestes ambientes, fazem
enorme sucesso.
Excelentes taxas de emissão com apenas 4 mg/Nm3, para tratamento de lixo e geração de energia.
Aplicação em aciarias controladas operacionalmente com taxa de emissão de 1 a 2 mg/Nm3, com até 3 anos de uso de mangas de P84.
Certas operações como fornos de cimento e de despoeiramento de
moinhos, são de baixo consumo de energia para o ventilador, por causa do
tamanho da instalação. Uma estimativa da economia de energia, em
condições normais, com baixa perda de pressão, para a maioria de filtros
de mangas é de 200 kWh/m2/ano. Estes cálculos foram feitos a
partir de uma velocidade de filtração de 1,2 m/min e de uma perda de
carga de 120 mmCA, apresentando uma redução de 10% em ΔP.
Me. Luciano Peske Ceron Engenheiro Químico, Doutorando em Engenharia de Materiais (PUCRS), Mestre em Engenharia de Materiais (polímeros/não tecidos), Especializações em Gestão Ambiental e Gestão Empresarial. É responsável pela Engenharia da Renner Têxtil Ltda, atividade que integra as funções de engenharia de aplicação e assistência técnica. Luciano@rennertextil.com.br Skype: Luciano.rennertextil www.rennertextil.com.br |
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2025 Criado por Textile Industry. Ativado por
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI