Experiências têxteis garantiram o frescor dos desfiles de primavera/verão do Fashion Rio e surgem como promessa de inovação na modaNem modelagem, nem comprimento, nem cor. As estrelas da recente edição do Fashion Rio, realizada entre 5 e 10 de junho, foram outras. Quando a moda apresentada na passarela chega à vitrine já no dia seguinte, a criatividade precisa instalar-se um passo atrás no desenvolvimento. Foi o que se viu em grande parte dos 29 desfiles no line up oficial, com estilistas apostando em experimentações têxteis e efeitos tecnológicos. Um deles foi o do pernambucano Melk Z-da. Ele utilizou organza, cetim e tafetá como base para criar novos efeitos.
– Todo mundo tem acesso ao mesmo tecido. Eu preciso modificá-lo para ter um tecido diferente – resume Melk, com franqueza.
A diretora geral da Tessuti, Roberta Variolatti, concorda:
– Os tecidos são velhos conhecidos, mas trabalhamos com texturas elaboradas para criar um diferencial.
Mesmo as tradicionais tramas artesanais ganharam novas leituras, com peças desenvolvidas a partir de fios inusitados, como rolotês de tricô industrial e de jeans. O denimwear, aliás, trouxe outras novidades, como as lavagens em degradé. Já Walter Rodrigues utilizou em seu jeans o efeito Butterfly, que promove mudanças na cor conforme a incidência de luz. O processo químico foi desenvolvido pela unidade têxtil da BASF, dentro do conceito Chemistry Design.
O resultado dessa experimentação toda, em geral ainda parece bastante conceitual. Em sua maioria, são peças caras tanto pela matéria-prima quanto pelo fato de ser em parte manufaturadas. Mas, com certeza, em poucas temporadas, as indústrias têxteis encontrarão meios de produzir similares em larga escala. Fechando, assim, o ciclo de popularização.
marcia.feijo@diario.com.br
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