Valor do Metaverso pode chegar a 5 trilhões de dólares em 2030

[Romildo de Paula Leite]

Segundo um novo estudo da consultora internacional McKinsey & Company, o valor do Metaverso pode chegar a 5 triliões de dólares (2,85 biliões de euros) em 2030 devido às potenciais vantagens que um número cada vez maior de empresas de todos os setores veem neste universo no futuro.

O valor do Metaverso pode chegar a 5 triliões de dólares em 2030 - Pixabay

De acordo com o relatório "Value Creation in the Metaverse" (Criação de Valor no Metaverso), o comércio eletrónico será a principal fonte de receita do Metaverso, respondendo por aproximadamente 50% do valor total até 2030 (2,6 triliões de dólares, ou 2,47 biliões de euros) seguido pelo virtual (270 biliões, ou 256,59 mil milhões de euros), pela publicidade (206 biliões, ou 195,77 mil milhões) e pelos jogos (125 biliões, 118,79 mil milhões).

Por outro lado, o estudo aponta que 95% dos líderes empresariais preveem que o Metaverso terá um impacto positivo nos seus setores num período entre 5 e 10 anos, e 31% asseguram que o Metaverso mudará radicalmente a forma de entender e desenvolver a atividade laboral.

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Assim, de acordo com Eric Hazan, sócio sénior da McKinsey, o Metaverso representa um "ponto de inflexão estratégico para as empresas" e uma "oportunidade significativa para influenciar a maneira como vivemos, como nos conectamos, aprendemos, inovamos e colaboramos", diz Hazan, acrescentando: "A nossa ambição é ajudar os líderes empresariais a entenderem melhor o seu poder e potencial, identificarem imperativos estratégicos e agirem como uma força para a sua evolução".

O estudo, que considerou as informações de uma pesquisa feita com mais de 3.400 consumidores, executivos e especialistas da área em diversos países, foi realizado com a ideia de analisar o potencial do Metaverso como uma nova disciplina na qual o mundo físico e o digital convergem, bem como as suas principais perspetivas para o futuro.

Aposta no futuro

O investimento total dos primeiros meses de 2022 ultrapassou os 120 bilhões de dólares (114,04 mil milhões de euros), bem acima dos 57 bilhões de dólares (54,17 mil milhões de euros), que foram destinados a esta realidade alternativa ao longo do ano passado, um valor que, segundo a McKinsey, seria indicativo de que esta nova convergência entre os mundos físico e digital se tornou "uma das grandes apostas para o futuro" devido ao boom tecnológico e à mudança de hábitos de consumo para aspetos cada vez mais digitais.

Quanto aos consumidores, o estudo revela que, entre as mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo que já têm acesso às suas diferentes versões do Metaverso, 59% preferem ao menos uma experiência nele, antes da sua alternativa física.
 
Nesse sentido, o sócio da McKinsey & Company, Emilio Capela, acredita que é possível que o Metaverso tenha “um grande impacto” nos nossos negócios e vidas pessoais da mesma forma que a Internet teve, e destaca o elemento “transformador” dessa realidade paralela que "nos coloca à beira da próxima onda de disrupção digital".

Desta feita, Capela explica que, embora a ideia de se conectar virtualmente esteja em construção há décadas, esta está "a tornar-se cada vez mais real" e as empresas estão a concretizar altas apostas.

No entanto, o executivo destaca que, embora seja verdade que o surgimento da Internet provocou o desaparecimento de dezenas de empresas, o conceito evoluiu “rapidamente”, dando origem à realidade que conhecemos hoje.

Uma estratégia de longo prazo como garantia de adaptação 

Segundo a Mckinsey, o Metaverso deu a empresas de todos os setores a oportunidade de aderir à digitalização através de um “conceito inovador” que aproveita os benefícios da realidade virtual e imersiva, entre outros, para criar um novo ecossistema digital.

Assim, a consultoria ressalva que, para garantir o sucesso da adaptação, as empresas devem desenvolver uma estratégia de longo prazo, capaz de identificar as oportunidades e riscos dessa nova realidade alternativa, bem como decidir a sua posição na curva de adoção do Metaverso com base nos seus clientes e definir "claramente" onde e como conectar-se, estabelecendo quais as novas experiências que se vão adaptar ao mundo virtual.

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