Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Não tem mais jeito: aquela bandeira de redução da taxa de juros, que a presidente Dilma tentou empunhar no começo da gestão, está totalmente destruída, corroída pelas traças da realidade econômica. A presidente, como economista que crê no nacional-desenvolvimentismo, pensou ser possível marretar a taxa de juros artificialmente para baixo. Ignorou que, tal como uma mola, sem mudar sua causa estrutural, ela voltaria com força depois.

Não deu outra (e os economistas ortodoxos avisaram, como bons amigos). A ata do Copom da última reunião, que subiu a taxa Selic para 10% ao ano, deixa claro que vem mais aumento por aí:

O Copom entende ser apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso.

Tradução -  “A inflação vai continuar alta, mas, para evitar que fique ainda maior, os juros vão continuar subindo em 0,5 ponto percentual de cada vez.

O barato sai caro, meu pai sempre me ensinou. A economia porca pode gerar transtornos e mais gastos à frente. Com visão míope, a equipe econômica esqueceu que a queda abrupta na taxa de juros era um pacto com Mefistófoles. Ele retornaria para cobrar seu preço elevado. Virá em ano eleitoral…

O Banco Central foi bastante criticado por economistas mais liberais, mas rebateu todas as críticas com desdém, alegando que não haveria a volta da inflação. Ela voltou. Com tudo. Está no incômodo patamar de 6%, mesmo com vários controles em preços administrados pelo governo. E mesmo com a economia sem crescimento.

O crédito público continuou sendo estimulado, assim como os gastos do governo. O Copom até toca nesse ponto, mas parece que os membros do governo não falam a mesma língua:

O Comitê considera oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.

Tradução - “O BC reprova discretamente a recente injeção de mais R$ 24 bilhões no banco oficial de fomento, o BNDES, para a concessão de empréstimos subsidiados às empresas.”

Só tem um detalhe que acrescenta um tom de esquizofrenia nisso tudo: sabemos que tanto Guido Mantega (Ministro da Fazenda), como Alexandre Tombine (Presidente do BC), como Luciano Coutinho (Presidente do BNDES), no fundo não gozam de tanta autonomia assim. A cabeça da hidra desenvolvimentista é a própria presidente Dilma! Por isso ninguém é demitido, apesar desse resultado pífio, medíocre. Ela teria que demitir a si mesma!

Não tenhamos tanta esperança. Não vai acontecer. Logo, é melhor se preparar mais mais aumento nas taxas de juros, com o Copom sempre correndo atrás do mercado e da inflação. Os investidores já sabem que vem chumbo grosso por aí. As taxas de juros no mercado futuro já apontam para isso:

DI futuro. Fonte: Bloomberg

DI futuro. Fonte: Bloomberg

 

Dilma pode esquecer a bandeira do combate aos altos juros. Pode esquecer a bandeira do crescimento acelerado também. Pode esquecer a bandeira da faxina ética (risos). Vai lhe restar as esmolas estatais e o programa “Mais Médicos”, que trouxe escravos cubanos para o Brasil, enquanto financia a ditadura mais longa e assassina do continente. E o povo vai votar… nisso?

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 7 dezembro 2013 às 12:46

E o povo vai votar… nisso?

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