Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Com base em números de 2012, estudo verifica que as vendas do setor caíram quase na mesma proporção da alta nos investimentos

Os investimentos na indústria de vestuário paranaense chegaram a R$ 146,9 milhões em 2012, uma alta de 9,3% em relação a 2011, segundo o “Estudo de Competividade do setor vestuário” feito pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Ieme). A produção em dólares, no entanto, apresentou queda de 9,7% no período analisado.

Para Marcelo Surek, coordenador do Conselho Setorial da Indústria do Vestuário da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), o setor vem perdendo competitividade. “Faltou sinergia entre os setores da indústria do vestuário, tanto no desenvolvimento da estrutura – maquinário – como no treinamento dos funcionários”, relata.

Outro ponto destacado no estudo é a questão da comercialização do vestuário paranaense. O consultor do Ieme Marcelo Prado acha que o estado deve deixar a “carapuça” de “produtor/consumidor”. O Sul recebe 63% do vestuário feito pelas indústrias do Paraná, sendo que 49% das peças são consumidas pelo próprio estado. Para Prado, é preciso expandir e melhorar o produto interno para que ele possa ser comprado por outras regiões.

Uma das formas seria a criação de ações internas. “Precisamos montar um instituto de desenvolvimento têxtil e de vestuário integrado, planejar o setor e montar novas práticas de gestão nas empresas”, conta.

Apesar do cenário negativo, o segmento espera crescimento de 13,8% nos investimentos gerais, 8,6% na aquisição de maquinário novo para as indústrias, 2,6% na manutenção das máquinas e 58,6% para outros investimentos em 2013.

Já para a produção crescer, além da modernização das máquinas, o Ieme acredita que os empresários precisam ficar de olho em seis valores relevantes da economia: impostos, mão de obra, infraestrutura, juros, câmbio e no novo consumidor – aquele que se importa mais com qualidade que com quantidade.

Novo consumidor

A Lafort, marca de roupas de Curitiba, derrapou em 2013 no quesito consumidor. “Começamos o ano com otimismo, mas as vendas foram caindo porque não conseguimos compreender muito bem o novo jeito de comprar das pessoas”, comenta a proprietária Irit Czerny.

Para reverter a situação, a marca está investindo em análise de mercado. “Estamos de olho em tudo, temos uma equipe focada nos desejos de consumo expressos pelas redes sociais, que mudam de mês em mês, e fechamos contratos com várias blogueiras”, relata Irit.

Conhecer o poder de compra do público-alvo dos artigos de vestuário produzidos no Paraná também é preocupação das fábricas. Segundo o estudo, o poder de compra desses produtos está concentrado nas classes B (43,3%) e C (33,8%). A classe A representa 19,5% e as classes D/E somam 3,4%.

Estado produz principalmente peças femininas

No Paraná, os principais polos de vestuário são a região Noroeste, Maringá, Cianorte, Londrina e Apucarana. E a maioria das peças, 67%, é para o mercado feminino, principalmente o de Curitiba e região, que é o que mais consome a produção paranaense de roupas.

Em termos de estilo, a linha casual é responsável por 22,5% da produção estadual, seguida da linha jeanswear (19%) e da promocional (15,4%).

Em relação ao país, o estado representa 8,8% da produção de peças e é o 5.º em valor bruto de produção. A quantidade de empresas da indústria têxtil do estado representa 9% da nacional.

As pequenas empresas representam 45% da produção, seguida das médias (22,1%), grandes (18,6%) e micros (14,3%). “O Paraná é um estado competitivo frente aos outros da nação, mas precisamos fortalecer nossa indústria para crescermos mais”, relata Marcelo Prado, consultor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Ieme).

Em 2012, setor gerou cerca de 1,8 mil empregos, chegando a mais de 76 mil funcionários.

Situação do ramo não é diferente no Brasil

O cenário no Brasil é parecido com o do Paraná. Os investimentos no setor de vestuário chegaram a US$ 776,4 milhões em 2012, o que representa uma elevação de 22,7% sobre os valores de 2011. A produção nacional do período, no entanto, apresentou recuo de 3,1%.

As exportações passaram de US$ 239 milhões em 2008 para US$ 154 milhões em 2012, uma queda de 35,5%. A balança comercial apresentou déficit de US$ 2,0 bilhões naquele ano. A China é a maior consumidora do país, representando 65,4% do total consumido.

“Há 10 anos, líamos nos jornais que o Brasil ia vestir o mundo. Isso não aconteceu e não vai acontecer tão cedo”, relata o consultor do Ieme, Marcelo Prado.

http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1431981&a...

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Comentário de Sergio Marcelo Pacheco em 12 dezembro 2013 às 9:25
Engraçado, o sr. Marcelo Surek falando em sinergia, em treinamento dos funcionários...
Ele devia aplicar esses "itens" em sua empresa primeiro, para depois vir cobrar dos outros.
Comentário de Sandra Regina Lourin Pineiro em 12 dezembro 2013 às 6:31
Não aconteceu devido aos produtos importados que tem entrado no Brasil! Com os impostos que pagamos é impossivel competir com eles!
Comentário de Romildo de Paula Leite em 11 dezembro 2013 às 14:08

“Há 10 anos, líamos nos jornais que o Brasil ia vestir o mundo. Isso não aconteceu e não vai acontecer tão cedo”, relata o consultor do Ieme, Marcelo Prado.

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