Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Vestuário deve Pressionar a Inflação em Abril

Fonte:|diariodonordeste.globo.com|

Índice acumulado em 12 meses do algodão em caroço no atacado é de 170,56%, o mais forte dos últimos 11 anos

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Consumidor deve preparar-se para a alta das roupas em abril, por conta da chegada das coleções Outono/Inverno

Rio A inflação do varejo em abril contará com uma pressão adicional, que vai atingir em cheio o bolso do consumidor: um aumento fora do normal nos preços das roupas. Levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que a inflação acumulada em 12 meses até fevereiro do algodão em caroço no atacado acumula taxa de 170,56%, a mais forte em 11 anos, neste tipo de comparação. A indústria têxtil já admite que o repasse do aumento de custos para o produto final é inevitável, o que deve ajudar a elevar as taxas dos indicadores inflacionários no mês que vem.

Responsável pelo levantamento, o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, não descarta a possibilidade de o repasse da alta de custos com o algodão para o produto final ser o mais intenso da década. Porém, ele comentou que isso dependerá também do volume de importações de produtos têxteis disponíveis no mercado, que atualmente fazem concorrência acirrada com os produtos brasileiros.

Nova coleção

Quadros lembrou que, no próximo mês, a nova coleção outono/inverno chega às lojas. Normalmente, os preços do vestuário sobem em abril devido ao término do período das liquidações. Porém, o cenário para o produtor de têxteis este ano é atípico, em termos de elevação de custo de matéria-prima.

"Acho muito difícil não ocorrer um repasse (no preço do produto final). O aumento do preço do algodão foi brutal.

Mesmo que haja uma substituição do algodão por fibras sintéticas, caso a demanda por fios artificiais aumente, o preço deste item vai aumentar também", afirmou, acrescentando que o grupo vestuário representa 5% do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), calculado pela FGV, que mede a evolução da inflação varejista. Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, a magnitude da elevação atual no preço do algodão não tem comparação com períodos anteriores. "Posso dizer com certeza que nunca vi o preço do algodão disparando desta maneira", afirmou.

Oferta em queda

Diniz Filho explicou que a oferta do produto nos mercados doméstico e internacional vem diminuindo desde maio do ano passado, devido ao aumento no consumo da China; ao bloqueio de exportações indianas de têxteis para o mundo, o que reduziu a oferta do produto no cenário internacional; e à quebra de safra nos Estados Unidos.

"Além disso, ocorre uma especulação grande com o preço do algodão nos mercados internacionais, visto que é uma commodity", acrescentou. Este ambiente de oferta em recuo levou à disparada paulatina dos preços do algodão no atacado brasileiro, cujo ritmo acelerou no início deste ano.

O índice oficial de inflação do governo (IPCA), calculado pelo IBGE, também deve sentir os efeitos. Os preços de roupas representam 4,5% do IPCA.

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