Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

3 conceitos importantes que juntos são algumas das bases do story-telling que influenciam o consumo se tornando as bases do futuro (próximo) do varejo.


Estamos vivendo uma nova revolução baseada na transformação do mundo com forte base no avanço da tecnologia e na fusão do mundo físico com o universo digital. Nesse momento aparecem novos modelos de negócios, ora com o protagonismo da realidade virtual, ora apoiado em qualquer sistema eletrônico que facilite as operações ou que seja conveniente. Falamos e vivemos surfando na nova economia compartilhada que além de democrática deixou se ser uma tendência utópica e virou realidade. Nós (consumidores) estamos mais informados e ganhamos uma promoção de autonomia que nos torna mais poderosos e astutos. As empresas também podem estar mais ligadas e espertas, sabem dos hábitos dos clientes e conseguem atingir e se comunicar com praças geograficamente distantes apenas com alguns cliques. Tem ainda big data (informação), no friction (facilidades) all line (neologismo que pode ser interpretado como a evolução dos termos e conceitos omni-channel e phygital. Entende-se que você pode se comunicar com o cliente até por telepatia) e etc.

Esses são só alguns dos pontos que nos fazem refletir na questão: Como será o futuro do varejo?

A realidade é que não sabemos e não podemos afirmar. Pra começar, refletimos,  o futuro é quando mesmo ?!

Dessa forma, dentro desse cenário desafiador e camaleônico vale buscar insights, refletir sobre os negócios e buscar melhorias que encantem, facilitem e possam alavancar ou não assassinar o seu business. Quando penso no varejo de moda e luxo vejo que o futuro está aliado à experiências únicas. Mágicas, surpresas, sonhos são palavras-chave que precisam estar no coração das novas estratégias.  Não importa se você tem loja física ou digital, ou as duas, as perguntas que precisam ser feitas são : Como/o que eu posso fazer para merecer uma visita ? Como eu posso me tornar mais relevante ?

Não existem respostas ou fórmulas imbatíveis prontas para aplicação, mas segue abaixo alguns dos bons ingredientes para o encantamento que juntos, em minha opinião, são algumas das bases do story-telling  que influenciam o consumo se tornando as bases do futuro (próximo) do varejo.

EMOÇÃO

Marcas podem (devem) criar laços e relações com clientes. A emoção muitas vezes vai contra a razão. Já dizia Sêneca no Império Romano: “Nos não vivemos de acordo com uma razão, mas de acordo com a moda”, em tradução livre. O ato de criar experiências está diretamente relacionado a despertar emoções. Nostalgia através de roupas, músicas, visual merchandising, ações em datas especiais ou simplesmente um atendimento personalizado e UAU que vá além do roteiro batido, que não deixa ninguém mais se sentindo especial, podem ajudar. Pense como você e a sua marca podem fazer para emocionar os seus clientes e visitantes!

Arte interativa em loja em Florença

Arte interativa em loja em Florença

As marcas precisam estar atentas e reforçar sempre os seus valores através não só de suas ações como nos atos de seus embaixadores e representantes. Adorei saber que a Speedo cancelou o apoio ao nadador Ryan Lochte, após as Olimpíadas, dizendo ser contra o seu comportamento. A marca ainda disse que vai doar parte do cachê do patrocínio para a ONG Save The Children, ajudando crianças brasileiras. Medalha de ouro na manobra de marketing que se integra ao senso de comunidade e emociona.  Se por um lado falamos de selfie e de egocentrismo, no contra-fluxo vivemos em um momento de maior interação e preocupação com o outro. MENOS eu eu eu e mi mi mi e MAIS we we we (nós) !

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Comunicado da Speedo sobre Ryan Lochte.

CRIATIVIDADE

Reinvente-se. Criar uma loja mutante ou um site que sempre traz algo novo (produto e/ou conteúdo) é uma maneira de atrair seus clientes mais vezes para o seu negócio. Vale pensar em mix de produtos especiais e giro de mercadoria (essa é uma grande sacada da Zara no fast fashion e da Colette no high fashion) e também em atividades in store. O aspiracional e o educacional entram em jogo para tornar a experiência e o relacionamento com a sua marca memorável. Várias marcas estão expandindo a categoria de produtos para alcançar melhores números e também interagir com outros públicos de novas formas. Achei o máximo a novidade da L’Eclaireur, multimarcas de luxo francesa que agora criou um novo conceito com a culinária. Imagine que uma concept store de roupas e acessórios, agora vende cozinha da No Name Kitchen e comercializa aulas gastronômicas em seu próprio espaço com o renomado chef Alain Ducasse. Imersão e consumo participativo. Seja criativo, pense em parcerias, fale com outros nichos e expanda os negócios de forma autêntica.

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L’Eclaireur, multimarcas de luxo francesa, criou um novo conceito com a culinária.

Clientes fazendo aula de culinária na loja.

Clientes fazendo aula de culinária na loja.

Produtos, músicas, visual merchandising, ações especiais, atendimento UAU vão despertar mais interesse se forem criativos. Pense em como você e a sua marca podem fazer para surpreender.

Já falei sobre não vender só obvio e sobre a goumertização do varejo de moda e luxo  – nesse texto: “Como enfrentar os desafios do varejo em tempo de incertezas“.

AUTENTICIDADE

Seja autêntico. Você até pode copiar ideias, coleções, estampas e etc, mas precisa achar a sua voz, suas características mais marcantes e sua estar alinhado a sua filosofia e ao seu pacotão de branding. A autenticidade pode estar em no produto (você produz algo único, que pode ser reconhecido mesmo sem etiqueta?!) e em todos os outros segmentos que reforçam as vendas e formam o sistema da empresa. Ambos são importantes e criam a marca-persona. Pense na sua marca como uma pessoa. Ela tem tom de voz, gosta de se vestir de alguns jeitos, tem seus livros preferidos, seu estilo de música e hobbies prediletos… Já falei de emoção e criatividade. As marcas que realmente se preocupam com esses preceitos não podem se perder na criação. É preciso fazer tudo com cautela, pensando se essas ações são fieis à marca.

Pra ficar de olho: a Dolce & Gabbana. Eles fazem várias manobras, de desfiles à vitrines artísticas, passando por lojas temporárias e a campanhas distintas. Tudo junto faz sentido e está relacionado a sicilianidade (referente a cultura italiana e a região da Sicília, na Itália) da grife.

Dolce & Gabbana

Dolce & Gabbana

Existem outros exemplos interessantes de marcas conectadas com suas comunidades criando experiências que as tornam relevantes. Lojas e varejo devem ser encarados como hospitalidade ( tipo um hotel ou restaurante). Já pensou que muitas vezes você se lembra com emoção dos dias que passou em um hotel ou daquele jantar incrível em certo bistrô? Pois é, faça com que as pessoas que visitem a sua loja lembrem dela como lembram dos hotéis e dos jantares.  Faça a pergunta : como devo fazer para ser lembrado ?

Posso te ajudar? Vou gostar de conversar sobre isso.

Abraços

por Luis Felipe Di Mare 

http://onegociodovarejo.com.br/como-sera-o-futuro-do-varejo-2/

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