Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Quase um ano após uma grande operação comercial com produtos brasileiros, lançada em uma badalada festa com milhares de convidados e show do Gilberto Gil, a elegante loja de departamentos parisiense Le Bon Marché - que pertence ao grupo LVMH, líder mundial do luxo - ainda amarga prejuízo com os artigos de moda do Brasil. Motivo: os altos valores cobrados pelas grifes brasileiras, de várias centenas de euros, que limitaram consideravelmente as vendas e provocaram um encalhe de peças, segundo apurou o Valor.

O evento "Le Brésil Rive Gauche" no Le Bon Marché foi realizado entre abril e junho de 2013. Logo depois, veio a promoção de verão e as peças foram vendidas com descontos. Mas na liquidação de inverno deste ano, em janeiro, ainda havia várias araras repletas de roupas brasileiras na chamada "Braderie" (local da loja onde são vendidos, geralmente, coleções antigas com reduções de 70%, bem superiores ao da liquidação geral). Mesmo na "Braderie", os valores das roupas de grifes como Reinaldo Lourenço, Pedro Lourenço, Osklen ou Adriana Barra ainda estavam na faixa de € 140.

Segundo apurou o Valor, alguns modelos tiveram bom desempenho de vendas, mas no cômputo geral, as vendas ficaram longe do sucesso esperado. O Le Bon Marché só vende marcas muito sofisticadas. Organizadores do evento chegaram a comentar na época que os preços cobrados pelas grifes brasileiras "eram fora da realidade de mercado" e que se os valores fossem mais baixos, o desempenho teria sido melhor.

Alguns exemplos: um top de seda da Osklen custava, no lançamento do evento, € 315; uma saia estampada da marca Pedro Lourenço saía por € 590; era preciso gastar € 1,5 mil por um vestido em tecido jacar e couro do Reinaldo Lourenço. Isso sem falar nos pijamas de seda da marca Adriana Barra (apenas a blusa custava € 525 e, a calça, € 575). Não é à toa que na "Braderie" que terminou no último dia 8, ainda havia vários pijamas, mesmo com o preço mais camarada, de pouco mais de € 100.

"Isso são preços de grifes de luxo mundialmente famosas. O consumidor, na hora de comprar, prefere normalmente os nomes que todo mundo conhece", afirma o consultor de moda Paulo Pereira, que trabalha há mais de 20 anos em Paris para marcas de prêt-à-porter brasileiras.

Chanel ou Hermès, as grifes mais seletivas no universo da moda, são ainda bem mais caras, mas elas estão em um outro patamar em termos de imagem. "A moda brasileira não é competitiva quando chega à França. Os preços para exportação são muito altos e ainda são multiplicados, geralmente, por 2,5 pelos lojistas e se tornam inviáveis", afirma. Além disso, diz ele, a concorrência na França é gigantesca. "Os estilistas do mundo inteiro querem vender no país e a oferta de produtos é enormes."

Para Pereira, além do problema dos preços, a moda brasileira não consegue se implantar em países como a França porque as empresas têm uma "cultura imediatista". "As marcas participam de feiras e, se não vendem bem em um ano, já desistem logo. É um trabalho de longo prazo e, se a presença não for constante, não dá certo."

Procurado pelo Valor, o Le Bon Marché não quis comentar desempenho das vendas de moda brasileira. A empresa havia divulgado no início do evento - que também incluía produtos como alimentos, bebidas, joias e móveis - prever vendas de € 2,8 milhões. No final, segundo apurou o Valor, as vendas teriam atingido € 2 milhões. Este evento com produtos brasileiros teria sido o maior prejuízo em operações comerciais na história do Bon Marché, devido sobretudo aos artigos de moda.

Mas houve sucessos comerciais no "Brésil Rive Gauche", como o dos sabonetes Granado e Phebo. O elegante estande temporário acabou se tornando permanente no Le Bon Marché.


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Por Daniela Fernandes | Para o Valor, de Paris


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Para Pereira, além do problema dos preços, a moda brasileira não consegue se implantar em países como a França porque as empresas têm uma "cultura imediatista"

Europeu não é otário !!!

Moro em Paris e jamais pagaria o velor que o Brasil coloca nas roupas aqui comparado com marcas centenarias com o mesmo preço….

Este evento com produtos brasileiros teria sido o maior prejuízo em operações comerciais na história do Bon Marché, devido sobretudo aos artigos de moda.

Para Pereira, além do problema dos preços, a moda brasileira não consegue se implantar em países como a França porque as empresas têm uma "cultura imediatista". "As marcas participam de feiras e, se não vendem bem em um ano, já desistem logo. É um trabalho de longo prazo e, se a presença não for constante, não dá certo."

este paragrafo, mostra exatamente o perfil do empresario brasileiro, o imediatismo, palavra fora do dicionario de quem quer exportar, tem que ter um produto diferenciado, coisa que nenhum destes citados tem, depois eles sao conhecidos aqui no brasil porque sao amigos das pessoas certas na midia, ou tem muito dinheiro para fabricar a marca, la fora eles sao ilustres desconhecidos, porque estes que gastam dinheiro para fazerem as semanas de moda la fora, voce chega no desfile, so tem brasilieros e jornalistas brasileiros, outros saem com uma bandeira de sustentabilidade que cola muito bem aqui no brasil, mas la fora eles realmente sabem o que é produto ecologico e sustentavel, ja expus com alguns destes e como eu nao sou famosa aqui no brasil fui colocada separada deles, mas o cliente chegava no meu stand e dizia ah isto é produto ecologico, isto e sustentavel e o preço ainda é melhor, so que nos certamente nao seriamos convidados para apresentar o produto para o  Le Bon Marché,  esta deve ter sido mais uma operaçao feita com o algum destes programas de exportação ou coisa parecida (certamente dinheiro publico), so para os amigos, entao fica de fora realmente a moda brasileira, porque isto que esta ai nao representa a moda brasileira, respresenta as marcas brasileiras, fabricadas as custas de muito dinheiro e ai acontece isto queimando os cartuchos que realmente poderiam ser usados para divulgar a moda brasileira e nao de um grupinho que tem os amigos certos no lugar certo, isto é que chamo um tiro que explodiu na cara do brasil.

Alguns exemplos: um top de seda da Osklen custava, no lançamento do evento, € 315; uma saia estampada da marca Pedro Lourenço saía por € 590; era preciso gastar € 1,5 mil por um vestido em tecido jacar e couro do Reinaldo Lourenço. Isso sem falar nos pijamas de seda da marca Adriana Barra (apenas a blusa custava € 525 e, a calça, € 575). Não é à toa que na "Braderie" que terminou no último dia 8, ainda havia vários pijamas, mesmo com o preço mais camarada, de pouco mais de € 100.

hahahahahaha, o ego deste povo e maior do que o brasil, eles pensam que la fora eles sao o que a midia fabrica aqui no brasil, la tem que ter talento, fabricar um nome la e bem mais dificil e caro, esta historia de eu fiz me primeiro vestido aos 7 anos, la e motivo de risada kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, eu so lamento e que um a noticia desta mata as chances de uma pessoa ou marca boa de verdade chegar lá.

Ouvi que tinha sido um enorme sucesso, que tinham vendido tudo.

Uma prima minha, que vive em Paris, me contou que foi muito concorrida , e que a impressão é que estava  vendendo muito bem.

Como as aparencias enganam.

Na realidade somos provincianos e muito bestas.

A ponto da "ministra da cultura" financiar desfile de estilista brasileiro.

Só rindo mesmo.

Como diz macaco Simão, somos o pais da piada pronta.



francisca gomes vieira disse:

Para Pereira, além do problema dos preços, a moda brasileira não consegue se implantar em países como a França porque as empresas têm uma "cultura imediatista". "As marcas participam de feiras e, se não vendem bem em um ano, já desistem logo. É um trabalho de longo prazo e, se a presença não for constante, não dá certo."

este paragrafo, mostra exatamente o perfil do empresario brasileiro, o imediatismo, palavra fora do dicionario de quem quer exportar, tem que ter um produto diferenciado, coisa que nenhum destes citados tem, depois eles sao conhecidos aqui no brasil porque sao amigos das pessoas certas na midia, ou tem muito dinheiro para fabricar a marca, la fora eles sao ilustres desconhecidos, porque estes que gastam dinheiro para fazerem as semanas de moda la fora, voce chega no desfile, so tem brasilieros e jornalistas brasileiros, outros saem com uma bandeira de sustentabilidade que cola muito bem aqui no brasil, mas la fora eles realmente sabem o que é produto ecologico e sustentavel, ja expus com alguns destes e como eu nao sou famosa aqui no brasil fui colocada separada deles, mas o cliente chegava no meu stand e dizia ah isto é produto ecologico, isto e sustentavel e o preço ainda é melhor, so que nos certamente nao seriamos convidados para apresentar o produto para o  Le Bon Marché,  esta deve ter sido mais uma operaçao feita com o algum destes programas de exportação ou coisa parecida (certamente dinheiro publico), so para os amigos, entao fica de fora realmente a moda brasileira, porque isto que esta ai nao representa a moda brasileira, respresenta as marcas brasileiras, fabricadas as custas de muito dinheiro e ai acontece isto queimando os cartuchos que realmente poderiam ser usados para divulgar a moda brasileira e nao de um grupinho que tem os amigos certos no lugar certo, isto é que chamo um tiro que explodiu na cara do brasil.



maria regina ferreira marques disse:É isto mesmo muito bem colocado .Re



francisca gomes vieira disse:

Para Pereira, além do problema dos preços, a moda brasileira não consegue se implantar em países como a França porque as empresas têm uma "cultura imediatista". "As marcas participam de feiras e, se não vendem bem em um ano, já desistem logo. É um trabalho de longo prazo e, se a presença não for constante, não dá certo."

este paragrafo, mostra exatamente o perfil do empresario brasileiro, o imediatismo, palavra fora do dicionario de quem quer exportar, tem que ter um produto diferenciado, coisa que nenhum destes citados tem, depois eles sao conhecidos aqui no brasil porque sao amigos das pessoas certas na midia, ou tem muito dinheiro para fabricar a marca, la fora eles sao ilustres desconhecidos, porque estes que gastam dinheiro para fazerem as semanas de moda la fora, voce chega no desfile, so tem brasilieros e jornalistas brasileiros, outros saem com uma bandeira de sustentabilidade que cola muito bem aqui no brasil, mas la fora eles realmente sabem o que é produto ecologico e sustentavel, ja expus com alguns destes e como eu nao sou famosa aqui no brasil fui colocada separada deles, mas o cliente chegava no meu stand e dizia ah isto é produto ecologico, isto e sustentavel e o preço ainda é melhor, so que nos certamente nao seriamos convidados para apresentar o produto para o  Le Bon Marché,  esta deve ter sido mais uma operaçao feita com o algum destes programas de exportação ou coisa parecida (certamente dinheiro publico), so para os amigos, entao fica de fora realmente a moda brasileira, porque isto que esta ai nao representa a moda brasileira, respresenta as marcas brasileiras, fabricadas as custas de muito dinheiro e ai acontece isto queimando os cartuchos que realmente poderiam ser usados para divulgar a moda brasileira e nao de um grupinho que tem os amigos certos no lugar certo, isto é que chamo um tiro que explodiu na cara do brasil.

O Le Bon Marché só vende marcas muito sofisticadas.

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