Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Pode parecer estranho eu querer falar sobre a crise da indústria têxtil, quando há duas publicações atrás falei que o mercado esta em ascensão. Para tirar as dúvidas, gostaria de esclarecer os seguintes fatos:
SIM, A INDÚSTRIA TÊXTIL ESTA EM CRISE
E
 
SIM, O MERCADO DE NEGÓCIOS DA MODA E GESTÃO DE MARCAS ESTA COM DEFICIÊNCIA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS
Deixe-me mostrar o porquê uma afirmação não contradiz a outra. 
Com a visibilidade que o Brasil vem assumindo como mercado consumidor, grandes marcas de luxo internacionais estão se instalando no país, é o caso de nomes como Louis Vuitton, Gucci, Balenciaga, Hermés e Chanel. Um estudo recente realizado pela Bain & Company em conjunto a Fondazione Altagamma mostra um crescimento de 45% no mercado do luxo no país entre 2003 e 2011.
Isso sem contar que desde 2008 uma novidade surgiu no campo da gestão das empresas de moda: a compra de determinadas marcas por grandes companhias do ramo têxtil ou por grupos fincaneiros a fim de profissionalizar a gestão das mesmas e trazer maior resultado fincaneiro e visibilidade no mercado nacional e internacional. Veja abaixo alguns dos grupos formados e suas marcas:
* Inbrands - Ellus,  Ellus 2nd Floor, Richards, Solaria Richards, VR Menswear, VR Kids, Salinas, Alexandre Herchcovitch, Bintang, Mandi e BOBSTORE.
* Grupo AMC Têxtil - Colcci, TUFI DUEK, Triton, Coca Cola Clothing, Forum, Carmelitas, Sommer
* Restoque - Le Lis Blanc Deux, BO.BÔ, JOHN JOHN, Noir,Le Lis
* Grupo Animale - Animale, ABrand, Auslander, Priscilla Darolt, Farm, Fabula
* Arezzo&Co - Arezzo, Schutz, Alexandre Birman, ANACAPRI
* Marisol - Babysol, Marisol, Lilica Ripilica, Tigor T. Tigre, Pakalolo, Rosa Chá, Criativa, Mineral
Grande parte desses grupos obtiveram sucesso com as fusões. Alguns ainda passam por problemas, mas esse já é um assunto para um próximo post.
E por último, os magazines como C&A, Renner, Riachuello, que estão seguindo os rumos do fast fashion, mas ainda têm muito o que aprender. E é justamento nesse cenário que entra o profissional que esta em falta, o gestor de negócios da moda. Um profissional dinâmico, que saiba administrar, planejar, entenda de finanças, economia (global), marketing e vendas, mas que acima de tudo conheça o mercado da moda e saiba com atuar nele.

Em contrapartida, o setor têxtil, responsável pela produção e exportação de tecidos planos, malhas, acessórios e produto acabado esta em profunda crise. A razão? O aumento das importações de artigos têxteis que consequentemente gera desemprego na indústria. Segundo levantamento da Abit, as importações de vestuário subiram 40,6% entre janeiro e novembro de 2011, na comparação com o mesmo período em 2010.
"O setor textil, confecção e vestuário emprega 1,7 milhão pessoas, sendo que a maior parte delas são mulheres e donas de casa, e esse emprego está sendo comprometido por conta das importações predatórias" (Elias Miguel Haddad, coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecções e Vestuário - Comtextil)
A maior entrada de produtos têxteis no país procede de países asiáticos, como China, Índia e Taiwan, e que devido à disparidade da carga tributária incidente nesses países e no Brasil, conseguem colocar seus produtos no mercado brasileiro (ao consumidor final ou varejista) a preços muito mais baratos do que os nacionais.

Consequência? A indústria têxtil encerrou 2011 com déficit de US$ 4,7 milhões na balança comercial e saldo negativo de pelo menos 20 mil empregos, segundo informações da Abit.
A minha intenção aqui não é discutir a tributação incidente sobre os produtos nacionais, salvaguarda para têxteis, etc., e sim esclarecer a diferença entre as duas afirmações no início desse post. Espero que tenha conseguido!

Essa semana ainda falarei sobre algumas profissões que estão em alta no segmento da moda e de um caso de sucesso que vocês vão AMAR! Fiquem ligados! ;)

Fonte: ABIT, Revista Isto É, Abril.com, Faap - Gestão de Luxo, Portal Protec e anotações próprias

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Respostas a este tópico

Esta matéria esta com números de 2011?? não tem dados mais recentes ?

Justamente.. o problema é que os dados levantados vão até 2011, 2012.... acontece que o cenário pirou de 2012 para 2014, colocando um ponto de inflexão sobre os crescimentos até então existentes.

Romildo ou a noticia é velha ou reincidente.

Mas uma coisa deixa clara para alguns, de outros comentarios. No Brasil o LUXO, continua em alta, não temos madames indo ao exterior comprar, lá só vão a passeio.

Seria interessante fazer outro post da "onda" de compradores que vão para Goiânia e Pernambuco... e qual o milagre que essas pessoas fazem para vender tão barato e assim além dos importados ainda temos uma concorrência desleal interna...

Boa pergunta, Julio. 

Estudar a formação de preços em Goiania e Pernambuco e entender porque está tão mais barato. 

Meus amigos, as griffes cheias do ouro, as multinacionais da moda, estao em SP/RJ, onde há as levas de bolivianos,paraguaios, venezuelanos e que tais, aqui é mais facil o MP, levantar alugum por fora, o trabalho escravo no nordeste é escondido, e, para as autoridades, vies dos cumpadres, por lá não vão. Deixo claro que não sei se há trabalho escravo por lá, mas na duvida convem verificar.

Olá!

Estamos falando somente em valores monetários, mas será que o nosso consumidor também está mais exigente?

Será que o importado não está a frente no quesito qualidade? Goiânia e Pernambuco talvez tenham mais produtividade e qualidade?

Ja fiz a pesquisa... a mercaria é boa... mas o valor é milagroso.... tem mercadoria com CPF na etiqueta interna...nem CNPJ... to com o produto na mão!!!!!!!!

parabens pela materia, e verdade que o mercado de luxo esta crescendo com a vinda destas marcas, elas vem pro brasil nao so porque as madames estao comprando, mas tambem porque la fora posso citar a europa que conheço razoavelmente o mercado, as madames de la nao querem mais estas marcas, la elas ja sao classe B ou para o nouveau riche, entao hoje estas marcas migram para paises em desenvolvimento, como o BRICS, foi no gun em moscow que vi a uns cinco anos atras, a maior concentraçao de marcas de luxo e um consumo desenfreados dos mesmos, nao seria diferente aqui no brasil, enquanto isto la fora esta abrindo mercados para outros tipos de produtos de moda e que o brasil ainda nao conhece, no nosso caso acabamos de sermos selecionados para um salao chamado  o luxo sustentavel ver site: http://www.1618-paris.com/?lang=en, sao saloes como estes que estao abastecendo a classe A de la, a daqui esta correndo atras dos valentinos da vida, assim como todos os noveau riches, que sobra dinheiro e falta tudoa começar pela cultura e terminar na educaçao, entao e ai que entra este crescimento, corretissima esta materia, quanto a crise do setor textil eu ja disse que quem fica reclamando do governo e deitado eternamente em berço explendido, estes ja estao mortos e ninguem sabe, os que sao visionarios e arregaçou as mangas para desenvolver produto novo inovador, este tem fila de espera e pude comprovar isto esta semana na propria ABIT, um empresario que esta investindo em inovaçao tem fila de estilistas correndo atras do produto dele, este certamente sera um dos que se salvarao e o o que é incrivel ele sabe da crise, mas diz que é na crise que aparecem os empreendedores, temos um pais extremamente carente de novos produtos texteis porem o empresariado prefere reclamar de brasilia, e mais facil que admitir que e um acomodado e que precisa inovar, que o modelo dele ja foi superado a pelo menos 10 anos

Realmente, sou representante comercial de tecidos 100% algodão em Pernambuco há mais de 20 anos e as vendas vêm se mantendo.

Entres os meses de setembro e novembro falta mão de obra no pólo confeccionista, Caruaru-Toritama-Santa Cruz.

Nos últimos 10 anos aconteceu um forte investimento do estado para formação de mão de obra, investimento em maquinário e combate a sonegação, que ocasionou pressão para melhorar custos. Porém, apesar da qualidade ter melhorado muito, as confecções permanecem com a mesma filosofia, ganhar em escala fabricando roupas principalmente para as classes D,C e B.

Felipe Armel Dias da Silva disse:

Boa pergunta, Julio. 

Estudar a formação de preços em Goiania e Pernambuco e entender porque está tão mais barato. 

aquele polo e pra classe Ce D, eles vivem de copias, ganham no volume, porem todos nos sabemos que ali tem de tudo, carga roubada, sonegaçao, nao acredito que tenha trabalho escravo, quem sao escravizados la sao os pequenos e micro empresarios que fornecem para as malditas redes de fast fashion, trabalham 14 a 18 horas por dia e quando entregam o pedido, pagam aos empregados e tira o dinheiro da feira, la tem muitos assim, porem como eles tem um cnpj podem ser escravizados pelas redes de fast fashion, nao tem quem os defenda

eh, eh Julio, esse é o ponto. Preço milagroso podem significar duas coisas: margem de contribuição mínima, com lucro beirando zero, logo seria uma fabricação de subsistencia ou então malabarismo contábil. Peça com CPF..srsrsr, cheira informalidade total.

Francisca Gomes Vieira, concordo plenamente com sua visão. 

Abs,

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