O algodão traz uma boa notícia. A queda nos preços da commodity agrícola, nas últimas semanas, trará impactos positivos sobre vários itens da sua cadeia produtiva. Isso, em si, é importante, pois produtos que o usam como insumo têm um peso importante na composição dos índices de inflação. Deveremos assistir, portanto, a uma redução nos preços dos tecidos, no próximo mês, e no das roupas, a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo matéria na Folha de São Paulo deste sábado,(abaixo) o preço do algodão em caroço no atacado estava, em julho, 142,3% acima de seu valor. Com o recuo dos seus preços – entre março e abril passados, o IPPA registrou queda de 10,3% — espera-se que cerca de 32% dessa variação seja transmitida em, no máximo, em um mês, para o tecido de algodão. No caso das roupas, a transmissão demora até cinco meses, e é menos intensa, de cerca de 14%.
Causas externas
O comportamento do preço do algodão comprova o que vínhamos afirmando. A inflação, natural numa economia em crescimento de baixo para cima da renda, tem tido causas para além da pressão interna dos preços dos serviços. Sua origem esteve no aumento dos preços externos das commodities, dos alimentos e de matérias primas como algodão, petróleo e minerais.
O aumento da inflação não se deu internamente pelo “excessivo gastos do governo”, ou pela expansão do crédito dirigido, ou sequer pelo crescimento da demanda. Essa mesma demanda, aliás, se resolve com mais produção e serviços, com crédito e financiamento. E deve ser enfrentada, ainda, com políticas públicas que articulem os setores com excesso de demanda para o investimento. É descabida a tese de que inflação de demanda se combate diminuindo o crescimento econômico ou, pior ainda, aumentando juros
FONTE: http://correiodobrasil.com.br/algodao-em-baixa/239878/
Redução no preço das roupas ajudará na queda da inflação
A queda nos preços das commodities agrícolas nas últimas semanas tem impactos esperados positivos sobre vários itens que compõem os índices de inflação no Brasil.
No caso de algodão, podemos olhar para uma cadeia produtiva onde, na origem, temos o algodão em caroço, no meio, os tecidos de algodão e, na ponta, as roupas.
Medindo as variações de preços dos dois primeiros pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPPA) e o último pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), ambos da Fundação Getulio Vargas, temos o seguinte cenário.
Entre o início de 2006 e a metade de 2010, os preços mantiveram-se em patamares estáveis, com maior oscilação no caso da matéria-prima bruta, que foi afetada, com outras commodities, pela crise de 2008.
Entretanto, a partir da metade de 2010, esses preços sofreram grandes elevações.
O fundamento do problema estava na redução da oferta causada por problemas climáticos e por restrições de exportações adotadas por alguns grandes países produtores, em um contexto de consumo mundial em elevação e com estoques relativamente baixos.
O pico desse processo aconteceu em março passado, quando o preço do algodão em caroço no atacado estava 142,3% acima do valor de julho de 2010.
O efeito esperado dessa alta expressiva foi de estímulo aos produtores, com aumento do plantio e da oferta, e perspectiva de redução dos preços no futuro.
De fato, os preços do algodão no mercado mundial começaram um processo de forte recuo nas últimas semanas, sendo os reflexos já sentidos no Brasil.
Entre março e abril passados, os preços do algodão em caroço no IPPA caíram 10,3%. Essa redução terá efeito defasado sobre os preços ao longo da cadeia.
No caso dos tecidos de algodão, o IPPA ainda registra aceleração em abril, quando os preços ficaram 26,2% acima dos de julho de 2010.
Na ponta da cadeia, o item roupas do IPC-S, ainda em aceleração, mostrou em abril nível 6,7% acima do do mesmo mês no ano anterior.
SEGUNDO SEMESTRE
Quanto vai demorar a transmissão da queda da matéria-prima para o consumidor final?
Pelos valores acima, fica claro que a volatilidade vai diminuindo ao longo da cadeia, e que as transmissões são defasadas no tempo.
Estimando econometricamente essas quantidades, vemos que cerca de 32% das variações de preços do algodão em caroço são transmitidas rapidamente (no máximo em um mês) para o tecido de algodão, não tendo efeitos significativos depois disso.
Já no caso da relação entre o preço do algodão e as roupas, a transmissão é muito mais lenta (em até cinco meses) e menos intensa, de cerca de 14%. A conclusão é que, descontados os efeitos sazonais de mudanças de coleções, devemos ter redução nos preços das roupas só a partir do segundo semestre deste ano, contribuindo para a trajetória esperada de redução da inflação.
Fonte:|folha.uol.com.br|
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Boa tarde J.j. TORRES
Realmente já estou percebendo as melhoras no mercado, mas acho pouco provável uma redução dos preços em 5 meses por parte do confeccionista tendo em vista que o importador não está comprando tecido como de costume a 9 meses.
Sem o tecido importado os valores não terão uma redução, os gandes importadores ainda estão trabalhando com o estoque e estão passando suas compras para Agosto, mesmo sabendo que o estoque não conseguirá dar conta da demanda em Junho, Julho e Agosto. Parece um discurso comum entre todos que os preços ainda devem cair muito até Julho.
Com as compras no mês de Agosto devemos ter o mercado normalizado em Outubro e Novembro no atacado visto que a entrega da China tem prazo médio de 45 dias.
Espero ter somado outro ponto de vista a todos.
Um abs e boas vendas
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