Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Demissões na Coteminas de Campina Grande é Retrato da Destruição do Brasil

De 2015 a 2017, os vínculos no setor de confecção de peças do vestuário encolheram pela metade.

Demissões em setor têxtil dominou as discussões na Paraíba na última semana. - Créditos: Reprodução

Demissões em setor têxtil dominou as discussões na Paraíba na última semana. / Reprodução

No dia 21 de maio a imprensa paraibana e diversos sites e blogs noticiaram a demissão de 400 funcionários na fábrica da Coteminas.

O setor de confecções vem sofrendo com a crise do país, que acaba de ter a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 reduzida de 1,70% para 1,49%.

Se confirmada essa expectativa, o Brasil terá o terceiro ano seguido de um desempenho ridículo do crescimento econômico (1,1% em 2017 e em 2018), após o tsunami que abalou o país em 2015 e 2016, quando o PIB foi negativo em mais de 3% nos anos em que os parlamentares da oposição se mobilizaram para derrubar a presidenta eleita, Dilma Rousseff, aprovando as pautas-bomba no Congresso, num claro sinal de sabotagem às inciativas do governo para driblar as dificuldades da época.

Empossado Temer, com apoio da FIESP, prometeu-se que a aprovação da reforma trabalhista seria o motor da recuperação econômica e dos empregos. Não foi! Agora, o governo Bolsonaro repete a chantagem e diz que só com a reforma previdenciária o Brasil retomará o caminho do crescimento econômico e dos empregos… Alguém ainda se deixa enganar por mais essa balela?

Enquanto isso, muitos trabalhadores continuam a sofrer com a destruição que tomou conta do país com o governo atual.

O setor de confecção de peças do vestuário, como a da fábrica da Coteminas em Campina Grande, depende de um mercado consumidor aquecido para estimular sua produção. Sem isso, as fábricas param e vem a demissão dos funcionários.

De 2006 a 2015, segundo os dados da Relação Anual de Informação Social (RAIS) do governo federal, o setor teve um forte crescimento em Campina Grande, chegando a 606 empregados, após um leve abalo, fruto da crise global de 2009. Foi realmente uma marolinha, como disse o presidente Lula.

O desastre do desemprego para o setor e seus empregados veio com o golpe. De 2015 a 2017, os vínculos encolheram pela metade!

E teve continuidade em 2018 e no primeiro trimestre de 2019, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (CAGED) do governo federal, quando o setor acumulou, em Campina Grande, saldos negativos entre admissões e desligamentos, perdendo 117 vagas no período.

O governo Bolsonaro não tem nada a apresentar ao trabalhadores, do Brasil e da Paraíba, para reduzir o desemprego, somente a reforma da previdência, que não é garantia de geração de emprego – como vimos na “promessa” da reforma trabalhista –, e ainda vai retirar os direitos dos atuais aposentados e dos próprios desempregados, se algum dia conseguirem se aposentar…

Por isso o anúncio recente de mais 400 demissões na fábrica da Coteminas de Campina Grande foi como a “crônica de uma morte anunciada”. Não há nada diferente a esperar enquanto for mantida a política que destrói o crescimento econômico do país!

É preciso fortalecer a participação na Greve Geral no dia 14 de junho para construir outro futuro aos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil: com desenvolvimento, emprego e aposentadoria digna!

* Professor de Sociologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Coordenador do Observatório do Mercado de Trabalho da Paraíba – OMT-PB.

Edição: Heloisa de Sousa

https://www.brasildefato.com.br/2019/05/24/artigoor-demissoes-na-co...

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Respostas a este tópico

Concordo totalmente com Luiz José Nicolodelli .
Falar de governo Bolsonaro, ainda mais com a "resistência" instalada na região, chega a ser patético.
Lamento pelos atingidos e, por meu Brasil.
Se todos se aliarem ao novo governo, são enormes as  chances de revertermos o destino de nossa economia.

Jorge Medeiros

Luiz José Nicolodelli disse:

Caro professor de sociologia....

Concordo com parte do seu artigo...mas mudaria a frase " Enquanto isso, muitos trabalhadores continuam a sofrer com a destruição que tomou conta do país com o governo atual"....... para ...Enquanto isso, muitos trabalhadores continuam a sofrer com a destruição que tomou conta do país com o governo passado.

Minha opinião...não cabe discissão.

Esse panfleto de sindicato travestido de artigo de professor de sociologia é uma piada.

Só sociólogo pode escrever tão tendenciosamente. O setor está péssimo, ninguem nega. Porem a mesma Coteminas contratou 500 trabalhadores em Montes Claros. Manda este professor abrir uma empresa no ramo que ele mais entende que é a educação. Vamos ver se sobrevive.

Parei de ler na frase "Enquanto isso, muitos trabalhadores continuam a sofrer com a destruição que tomou conta do país com o governo atual... " nossa, como não notei que o país estava tão espetacular durante os "governos" anteriores ?

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