Presença quase obrigatória nas últimas temporadas, a estampa é a bola da vez! Chegou com força total nas coleções de inverno e verão 2013. Embora tenha, frequente e historicamente, lugar garantido na coleção de estilistas e marcas renomadas da haute couture, a estampa (em looktotal) sempre foi utilizada com reserva por grande parte das marcas de moda, especialmente no pret-à-porter.
Mas parece, enfim, que designers, estilistas e consumidores se renderam e a estampa vem ocupando lócus privilegiado na moda, o que revela (ainda que momentaneamente), talvez, a busca por expressão e singularização do sujeito contemporâneo, reforçando o papel do corpo – e da própria moda! – como mídia.
Há uma nítida relação entre a linha que trama a vida, as memórias individuais e coletivas e a que conforma os traços de desenhos que estampam as superfícies do mundo cotidiano. O exercício de narrar e descrever o que se vê e vivencia, através de imagens, é prática antiga e revela a necessidade do homem de registrar, isto é, de marcar (no tempo e espaço), suas experiências.
Ao entrelaçar tais linhas, o homem materializa os cenários da sua existência. Ao transplantar para o mundo das imagens suas vivências, o indivíduo transplanta também suas memórias afetivas, suas crenças, seus valores e ideias. As imagens, compreendidas, portanto, como símbolos, são significado e presença.
Acredito que esse seja um dos motivos pelos quais as estampas se caracterizem como elementos fundamentais para que as empresas, sobretudo as de moda, criem vínculos comunicacionais/emocionais com os consumidores. A estamparia, além de poder conferir originalidade e diferencial a produtos, carrega a identidade da marca/designer e oferece ao consumidor a possibilidade de explorar sua subjetividade a partir de conceitos e símbolos – traduzidos pelas composições gráficas – com as quais se identifique.
A Pucci destaca-se pelas estampas inconfundíveis e psicodélicas/ Reprodução
Alcançar esses atributos e sincronizá-los com a identidade da marca, no entanto, não é tarefa tão simples. O desenvolvimento dos padrões para compor a superfície dos materiais a serem utilizados na fabricação dos produtos estampados, exige um processo criativo elaborado e sistemático que envolve diversas etapas, entre as quais a pesquisa de tema, conceito, tendências, formas, cores, materiais, público consumidor, processos produtivos e mercadológicos. O designer deve atuar também para identificar, analisar e aplicar as ferramentas necessárias à produção das estampas.
Algumas marcas/designers/estilistas são bastante hábeis no desenvolvimento de suas estampas e conseguem compor um conjunto harmônico por meio da combinação de variáveis estéticas, socioculturais, conceituais e até mesmo, ergonômicas – e se destacam por isso. É o caso de Emilio Pucci e suas inconfundíveis cores e psicodelias; Miuccia Prada e suas referências conceito-vintage-cult; do glamour sexy de Dolce & Gabbana; e da irreverência visual e emocional de Alexander McQueen, somente para citar alguns dos meus preferidos.
No Brasil, algumas marcas têm se destacado por desenvolver um bom trabalho com a estamparia. Sobre isso, falo no próximo post.
Por Clícia Ferreira Machado
Consultora da Federação das Indústrias de MG
http://www.audaces.com/br/Criacao/Falando-de-Criacao/2013/8/20/esta...
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No Brasil, algumas marcas têm se destacado por desenvolver um bom trabalho com a estamparia.
Vivemos disso.
É um trabalho apaixonante, com visuais cambiantes, que não nos deixam entediados.
Confira:
Ao entrelaçar tais linhas, o homem materializa os cenários da sua existência. Ao transplantar para o mundo das imagens suas vivências, o indivíduo transplanta também suas memórias afetivas, suas crenças, seus valores e ideias.
adorei o post!!!
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