Estudo realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai ajudar a traçar estratégias competitivas para o setor .
O setor Têxtil e de Confecção brasileiro é o quarto maior do mundo na produção de vestuário, emprega cerca de 1,7 milhão de trabalhadores diretos e faturou US$ 60 bilhões em 2010. Com o objetivo de compreender melhor o cenário atual desta indústria, que enfrenta crescente concorrência de produtos vindos da Ásia, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) acabam de concluir a Pesquisa sobre Usos, Hábitos e Costumes do Consumidor Brasileiro de Vestuário. As instituições acreditam que, ao mapear os novos padrões de consumo, será possível traçar estratégias mais acertadas, o que possibilitará uma vantagem competitiva frente aos importados.
O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira, foi feita uma pesquisa qualitativa que levantou conhecimentos preliminares sobre o assunto. Foram entrevistados consumidores das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro e formadores de opinião de São Paulo. Na segunda etapa, foi aplicada a técnica quantitativa, com dados conclusivos sobre o tema. Foram ouvidos consumidores das principais capitais do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Salvador.
As informações estarão disponíveis nos sites do MDIC (www.mdic.gov.br) e da ABIT (www.abit.org.br) a partir de novembro, onde será possível ter acesso a diferentes informações por meio de filtros e obter os dados completos da pesquisa quantitativa.
O estudo identificou os principais hábitos dos consumidores e a existência de uma forte relação deles com a moda. Algumas características presentes nas peças de vestuário e artigos de moda foram consideradas muito importantes no momento da compra: conforto, bom preço, qualidade e durabilidade. Também foi identificada uma grande demanda de consumo interno decorrente do crescimento econômico. A questão da aquisição de produtos têxteis e de confecção pela internet também foi trabalhada no estudo.
Veja abaixo alguns dos principais resultados da pesquisa: .apenas 27,1% dos entrevistados costumam olhar as etiquetas das peças de vestuário/artigos de moda para saber a origem do produto;
.as mulheres são as maiores responsáveis, com participação de 84,6%, pela escolha de peças de vestuário/artigos de moda para si próprias ou para membros da família;
.a frequência de compra de peças de vestuário/artigos de moda é de uma vez por mês para 37,7% dos entrevistados e a cada três meses para 30,4% dos consumidores;
. as lojas de rua são o local preferido para compra de 56,2% dos entrevistados, sendo que quanto mais jovem o consumidor, maior a preferência pelas compras em shoppings;
.o dinheiro ainda é a principal forma de pagamento utilizada para comprar vestuário/artigos de moda, com 56,4% das preferências, seguido de cartão de crédito, com 30,4%;
. somente 15,2% dos consumidores já compraram peças de vestuário/artigos de moda pela internet;
. No Brasil, a participação do gasto com vestuário no total de despesas das famílias é de 5,5%, sendo que a região Norte apresentou o maior índice: 7,4%;
. televisão é apontada como principal fonte de informação sobre moda, com participação de 72%;
.47,5% dos entrevistados já compraram produtos de moda por causa de propagandas. Este índice é maior entre as mulheres, com 52,7%.
. 84,7% dos entrevistados costumam se informar a respeito de moda, sendo que a cidade que mais se destaca é Porto Alegre (RS), com 98,5%; a de menor participação é Belo Horizonte (MG), com 59%;
.apenas 32,1% dos entrevistados acompanham as Semanas de Moda, sendo que as mulheres costumam acompanhar mais que os homens (40,4% e 22,9%, respectivamente);
.a maneira de vestir das personalidades (artistas, modelos, cantores e jogadores de futebol) influencia 62,2% dos entrevistados, sendo que as mulheres são as mais influenciadas, com 70,7%;
Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da ABIT, uma das estratégias competitivas do setor é oferecer ao consumidor produtos e serviços que respondam aos seus anseios e necessidades de modo mais amplo e efetivo. “Este estudo tem por objetivo proporcionar informações a um dos segmentos industriais mais impactados pelo acirramento da concorrência asiática. Esta é uma ação conjunta do governo e da iniciativa privada para proporcionar à indústria nacional um ganho de competitividade”, explica o presidente.
Para Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o estudo é fundamental para aumentar a produtividade e a competitividade do setor. “Temos trabalhado pelo fortalecimento do setor têxtil, portanto, todas as ações que possam agregar valor ao setor terão o incentivo e o apoio do governo federal”.
A indústria têxtil e de confecção também será beneficiada com a ampliação das atribuições Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), autarquia vinculada ao MDIC. Com a medida, que faz parte do Programa Brasil Maior, a autarquia passará a se chamar Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia e irá atuar em aeroportos e portos para atestar a qualidade das mercadorias importadas.
A alteração integra a Medida Provisória 541/11, aprovada pela Câmara no final de outubro e que seguiu para votação no Senado. A MP determina que o Inmetro atue em conjunto com a Receita Federal para verificar se produtos têxteis, assim como outras mercadorias estrangeiras, cumprem todos os requisitos exigidos para os produtos brasileiros.
Para isso, o Inmetro terá livre acesso às alfândegas de portos e aeroportos do País, exercendo o poder de polícia administrativa e expedindo regulamentos técnicos nas áreas de avaliação da conformidade de produtos, insumos e serviços, para proteger a vida, a saúde, o meio ambiente, e prevenir práticas enganosas de comércio.
Fonte:|http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=179941
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Tem um tipo de consumidor que faz o seguinte; vai a NYC compra uma mala cheia de roupas a preço muito mais baixo que aqui e fica 10 anos sem comprar roupa. Repita o ciclo.
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