Há alguns anos, quando meus filhos eram pequenos e morávamos numa casa , usei um aparelho para eliminar insetos voadores, evitando produtos químicos, prevenindo qualquer reação à rinite de um deles. Hoje moro em um apartamento e sou menos atacado pelos bichinhos voadores .
Bom, achei que era, pois eles me descobriram e agora fazem algumas visitas. Fico imaginando se estão subindo pelo elevador, pois pelas janelas, devido a altura, não entravam.
Com boas lembranças do aparelho pesquisei na internet e a princípio encontrei um produto fabricado na China, como não recebi informações seguras sobre a assistência técnica, resolvi investir um pouco mais de tempo e procurar algo produzido na nossa terra.
Umas horas a mais dedicadas à pesquisa, vi alguma indicação de um possível fabricante nacional. Como não havia conseguido qualquer informação no mercado resolvi perguntar à empresa se fabricavam e onde poderia encontrá-lo.
A resposta não foi rápida, achei que não tivessem recebido meu e-mail, mas eis que uma tarde estou checando a correspondência e lá está o retorno do SAC, Serviço de Atendimento ao Consumidor.
Todas as descrições do produto, forma de operação, foto e uma indicação onde poderia comprar. Exatamente como recebi: “você pode encontrar nas melhores casas do ramo de sua cidade”.
Isso me fez lembrar a época em que eu trabalhava bem distante de minha residência, viajava com amigos e no caminho ouvíamos um programa de rádio que fazia propagandas de uma fábrica de velas. O locutor dizia mais ou menos assim: - Peça pelas velas marca X nas boas casas do ramo.
Todo santo dia havia, como dizia um dos companheiros de viagem, uma “perguntação”: - Onde em nossa cidade havia uma boa casa do ramo.
Eu já havia procurado pelo aparelho na cidade onde tenho residência. Por onde passei ninguém conhecia. Já havia visitado uma boa casa do ramo no centro da cidade de São Paulo, que havia me indicado o aparelho chinês e não conheciam nenhuma outra marca.
O produto é muito interessante, já o usei, mas como me chamou a atenção o fato de que muitas pessoas ainda o desconhecem resolvi fazer uma pesquisa ou uma “perguntação” como diria meu amigo.
Perguntei a cem pessoas sobre o aparelho, pelos mais diversos nomes, ninguém tem lembranças de tê-lo visto ou ouvido falar. Fiz uma descrição do aparelho, obtive o mesmo resultado.
Comercialmente há duas questões a serem tratadas pelo fabricante, caso queira ter mais sucesso com o produto, não quer dizer que não tenha:
A primeira é redefinir o que nos dias de hoje podemos considerar “boas casas do ramo”. A segunda é tornar o aparelho conhecido, pois este faz o que se propõe.
Um caso interessante para quem estuda e trabalha com propaganda, pois o grande foco hoje em dia é estabelecer a diferenciação entre produtos e as vantagens de um sobre outro.
Neste caso voltamos àquilo que ela se propunha há alguns anos: Divulgar a existência de um produto e estabelecer pontos de venda.
O produto que encontrei, importado da China, vem em quantidade limitada e mesmo não sendo tão conhecido apresenta escassez, o que mostra que se as boas casas de ramo fizerem alguma divulgação todos terão resultados bem satisfatórios .
Você que é fabricante deve ser o maior incentivador da demanda dos seus produtos e precisa ter grande domínio sobre a distribuição destes, uma vez que pode estar deixando de explorar um enorme potencial de vendas.
Logo após a primeira resposta do SAC pedi que me informassem quais lojas de minha cidade eram clientes e poderiam ter o aparelho. Surpresa!
Nenhuma boa casa do ramo tinha o que eu precisava. Recebi duas indicações, uma a 40 quilômetros da cidade em que resido que conta com 355.000 habitantes, e outra a 45 quilômetros.
A aglomeração urbana nesse raio ultrapassa 2,5 milhões de habitantes e as boas casas do ramo contam com apenas duas.
Muito trabalho comercial a executar. Que bom!
Realmente, se for feito.
Ivan Postigo
Diretor de Gestão Empresarial
Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira...
Autor do e-book: Prospecção de clientes e oportunidades de negócios
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