Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Apesar da valorização do algodão e da concorrência de importados, compras de máquinas para o setor cresceram 46,57% de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano passado

RIO - A indústria têxtil reclama do impacto da valorização do algodão no mercado internacional e da concorrência com os produtos importados, mas parece apostar em uma expansão. As importações de máquinas e equipamentos têxteis cresceram 46,57% de janeiro a abril, frente ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). O montante investido foi de US$ 299 milhões.

Os tecidos ficaram mais caros, e o produto nacional, menos competitivo. Mas, entre os varejistas, a avaliação é que os importados demandam muita antecedência e planejamento, embora tenham boa qualidade e custem menos. Por isso, muitos optam pelo produto brasileiro para aumentar as vendas.

Alberto Osório, sócio da Maria Filó, conta que apenas 5% dos produtos da grife são importados. A marca tem 24 lojas próprias e 22 franquias pelo País. Ele ressalta que, além do preço, a mão-de-obra especializada e os insumos de qualidade tornam atraente o produto importado da Índia e China. Mas há risco de atraso na entrega.

"Até fazer desenvolvimento à distância, receber o produto, fazer ajustes, tudo isso leva mais tempo do que a produção interna. O tempo é de dois a três meses. E ainda tem o risco de atrasar no transporte. Então tem que antecipar muito o processo de criação", explicou Osório, que espera expandir as vendas da rede de R$ 69 milhões em 2010 para R$ 90 milhões em 2011.

A grife Mercatto é outra que aposta em um crescimento sustentado pela indústria nacional. A marca negocia com os fornecedores preços mais baratos para compras em escala. São 350 mil peças produzidas por mês. Segundo o diretor comercial da grife, Renato Cohen, a intenção é que as vendas cheguem a R$ 9 milhões em 2011. "A maioria dos produtos é nacional. Temos apenas uma pequena parcela de compras da China. Como o nosso volume é muito grande, nós conseguimos um preço muito bom com os fornecedores daqui", disse Cohen. "Às vezes o produto importado demora mais do que deveria. Isso acaba engessando a coleção e você fica sem ter o que vender na loja".

Com 38 lojas próprias e sete franquias, a grife ainda espera abrir outras cinco lojas e oito franquias até o fim do ano. Para dar conta da demanda, a Mercatto investiu R$ 3 milhões em um novo centro de distribuição, com 4 mil metros quadrados, que deve entrar em operação em dois meses. "O nosso maior investimento é em tecnologia, principalmente na cadeia de fornecimento, na parte de logística", contou Cohen.

Já a grife Basthianna investiu em uma fábrica maior para atingir a meta de vender 35 mil peças por mês e dobrar o número de pontos de venda, hoje em 400. "Nós fizemos uma fábrica nova para permitir o crescimento. Dupliquei minha capacidade de produção e fiz novas contratações", falou a proprietária Juliana Marçal, que substituiu o algodão pela viscose na última coleção para reduzir os custos dos produtos.

Investimentos

Segundo Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit, o setor têxtil investiu R$ 2 bilhões em 2010. Em 2011, o montante deve ser menor, por causa da percepção da inflação e dos juros mais altos, mas ainda deve chegar a 1,5 bilhão.

"Isso é muita coisa, porque somos um setor de mão-de-obra intensiva. É um número bastante expressivo. A maior parte deve ser em máquinas, muito disso vindo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), e o resto em design, moda e treinamento", calculou Diniz Filho.

Apesar dos investimentos, Eloysa Simão, diretora-geral do Senac Rio Fashion Business, ainda vê a indústria nacional de tecidos como defasada, o que obrigaria as grifes a importarem até 80% dos tecidos usados nas coleções. Ela vê a importação como uma ameaça ao produto nacional. "São baratos, têm um custo/benefício inegável e muitas vezes entram no País sem impostos", afirmou Eloysa.

Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, confirma a ameaça e alerta que os importados já chegaram ao pequeno varejo. "Chinês só fala em contêiner. Antes, só grandes organizações, como C&A e Renner, podiam importar. Agora têm os 'traders', grandes importadores que pulverizam os produtos vindos da Ásia entre os pequenos varejistas."

As importações no setor têxtil cresceram 33,5% de janeiro a maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a Abit. Já as exportações aumentaram 4,3%.

Fonte:|economia.estadao.com.br|

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A indústria brasileira esta se posicionando para PRODUTIVIDADE e eficiência. O volume de importação de maquinas novas no ano passado assim o diz. Agora o GOVERNO BRASILEIRO deve se posicionar  também na eficiência da diminuição do CUSTO BRASIL: A reprimir a corrupção, o Contrabando, facilitar as importações honestas, simplificação de documentação e principalmente os custos gerados por estradas estropiadas e portos obsoletos. A eficiência é uma estrada de duas mãos. A nossa parte estamos fazendo, agora e a da senhora, Presidente Dilma. SdM

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