Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Jappa Quer que Empresas Lancem Efluentes na Rede de Esgoto

Entidade ambiental cobra providências da Vigilância Sanitária e da Cetesb para fiscalizar empresas

A Jappa (Associação para Preservação Ambiental Jacaré Ribeirão Vivo) encaminhou no início deste mês ofícios para a Visa (Vigilância Sanitária Municipal) e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – Agência Ambiental de Campinas), solicitando desses órgãos providências sobre o lançamento de efluentes industriais diretamente nos corpos d’água do município.

A direção da Organização Não Governamental (Ong) afirma ter recebido da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informações de que os coletores e emissários de esgoto do Distrito Industrial ‘Alfredo Rela’ e do Córrego do Jurema encontram-se em plena operação e em condições de atender às empresas do município.

No ofício a Jappa diz que foi informada que as empresas Bordeaux, Condupar, Covolan Têxtil, Cooperavi (Granjas Mara), Fabril Scavone, Kromberg Schubert, Linhasita, Malhas Elizabeth, Mavalério, Momentive, Neotextil e Timavo do Brasil ainda não utilizam os emissários coletores da Sabesp, fazendo ainda lançamento de seus efluentes diretamente nos corpos d’água do município.

Segundo a diretoria da entidade isso ‘fere o Decreto nº. 8468 de 08/09/76. A Jappa conclui cobrando providências da Visa e da Cetesb no sentido de que as empresas utilizem o serviço de coleta e tratamento de esgoto, como determina a Lei.

Maioria de indústrias não comenta assunto
Silêncio. Essa foi a opção da maior parte das indústrias citadas pela Jappa como fora das normas, quando questionadas pelo BOM DIA sobre a adequação no despejo de seus efluentes. Onze foram contatadas desde a última segunda-feira. Até esta quarta apenas três – todas têxteis - deram informações concretas.

A Linhasita indústria de linhas disse estar em negociação com a Sabesp para utilizar o emissário público. “Tanto nosso efluente industrial quanto o doméstico são tratados em nossa Ete [Estação de Tratamento de Esgoto], a qual atende as legislações vigentes. Porém em atendimento ao decreto citado já está aprovado junto à Sabesp a utilização do seu coletor/emissário, sendo que já foram instalados os medidores de vazão. Falta somente a ligação no coletor, a qual, segundo a gerencia da Sabesp, está programada para esta semana”, diz a empresa, que confirma a desativação de seu sistema quando o tratamento dos efluentes passar para Sabesp.

A Covolan Têxtil, que atua na cidade há 17 anos e faz beneficiamento de tecidos, diz atuar com equipamentos modernos para tratar efluentes, “inclusive retirando toda a cor da água, o que era um desafio muito grande para todas as empresas. Tendo também sistema de reuso da água, onde a maioria de toda água tratada é reutilizada para novos processos, reduzindo a vazão [descartada]”, diz nota.
A indústria diz estar em negociação com a Sabesp para o uso do coletor. “A Covolan imaginava que poderia continuar a tratar seus efluentes sem a necessidade de pagar mais por isso. O investimento foi feito justamente porque não havia, anteriormente, informação de existência de coletores públicos capacitados para a recepção dos efluentes. Ainda que a Covolan esteja com sua licença de operação em dia e devidamente enquadrada no artigo 18 do Decreto 8468/76, há que se cumprir a norma existente. No entanto, para se viabilizar os lançamentos nos coletores públicos, há a necessidade de realização de obras, que deverão ser providenciadas pela Sabesp, o que demanda tempo e licenças ambientais”. Até lá, diz a indústria, o tratamento continua sendo feito internamente.

A Neotextil – que opera unidade de tinturaria, estamparia e acabamentos especiais em Itatiba há três anos – utiliza desde 2010 sistema de tratamento e descarte de efluentes por meio da Sabesp.” O descarte do esgoto da fábrica vai para a rede pública, para o tratamento da Sabesp, dentro das especificações da própria Sabesp.”, diz a indústria por meio de sua assessoria de imprensa.

REDUÇÕES DE CUSTO
A Covolan foi a única indústria a admitir que, em se pesando demais o custo adicional com a nova forma de descarte, poderá ter “reduções de custo operacional (demissões) e até mesmo paralisação das atividades”. A empresa tem hoje 216 funcionários. “Terá que haver um consenso a fim de que seja adequado aquilo que é gasto mensalmente pela Covolan e o que será pago à Sabesp. Terá que haver uma desoneração nos custos de tratamento da Covolan e uma adequação aos pagamentos que serão efetuados para que haja um equilíbrio”, se posiciona.

SEM CONVERSA
Varias indústrias retornaram ao pedido do BOM DIA informando que os profissionais responsáveis pelos efluentes não estavam disponíveis. Nas têxteis Malhas Itatiba (antiga Elizabeth), Fabril Scavone e na alimentícia Mavalério os profissionais estariam em viagem ou de férias. A química Momentive Performance Materials afirmou não poder responder na data pedida e a metalúrgica Kromberg & Schubert informou não ser da política da empresa conceder entrevistas.

Na Bordeaux Tecidos, o responsável também não pode atender, porém a fábrica alegou que o descarte de efluentes segue os parâmetros exigidos pela lei e que “temos nos acertado com a Sabesp para utilização da rede coletora de esgoto”. Condupar e Timavo do Brasil não responderam aos emails nem ligações do BOM DIA.

Fonte:http://www.redebomdia.com.br/noticias/dia-a-dia/67548/jappa+quer+qu...|

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Bom artigo. Otima "Trombonada". SdM

 

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