Outlet Lingerie: atenção especial para as marcas e para a exposição das peças
São Paulo - Faz parte da rotina do paulista Maurício Michelotto, de 49 anos, passar algumas horas por semana examinando calcinhas e sutiãs. "Preciso ver se as peças estão bonitas e se têm defeito", diz ele. Dono do Outlet Lingerie, rede de lojas de desconto de grandes marcas, como Calvin Klein e Nu.Luxe, Michelotto tem se debruçado cada vez mais sobre roupa íntima feminina.
O Outlet Lingerie deve encerrar o ano com faturamento de 15 milhões de reais, quase o dobro do obtido no ano passado. As 38 lojas da rede, distribuídas em 12 estados, vendem peças de coleções passadas de calcinhas e sutiãs. "Esse mercado estava sendo muito mal aproveitado", afirma Michelotto.
Depois de fazer carreira como executivo em grandes indústrias de lingerie, Michelotto percebeu que poderia criar um negócio lucrativo ao resolver um problema crônico do setor. Os fabricantes não sabiam como lidar com os itens que encalhavam no varejo.
"Geralmente, as sobras de uma coleção eram despachadas para magazines populares do Norte e do Nordeste, para não ser simplesmente doados", diz Michelotto. "Nessas lojas, os produtos quase sempre eram largados em cestões e não havia muita preocupação com a imagem da marca."
Com o Outlet Lingerie, Michelotto procurou criar outro modelo para vender roupa íntima fora de catálogo. Suas lojas ficam em bairros frequentados por consumidoras de alto poder aquisitivo. Em vez de deixar as peças mofando em cestos, como nos magazines populares, as calcinhas e os sutiãs ficam pendurados em cabides elegantes. A proposta agradou a grandes fabricantes, com os quais Michelotto fechou acordos para ter exclusividade para vender os lotes de coleções passadas.
"Esses contratos são importantes para a expansão da empresa", diz ele. "Com eles, torno mais difícil a chegada de concorrentes nesse mercado". Como faz compras em grande volume, Michelotto também consegue negociar preços melhores com os fornecedores. Alguns itens do Outlet Lingerie são vendidos a preços até 70% menores do que os cobrados nas lojas convencionais.
Embora as peças de marcas famosas sejam o grande atrativo do Outlet Lingerie, recentemente Michelotto decidiu desenvolver a própria coleção de roupas íntimas femininas. "Em geral, apenas 5% da produção total dos fabricantes acaba encalhando no varejo", diz ele. "Com o crescimento da empresa, esse volume começou a ficar pequeno." Michelotto espera que a receita de suas lojas dobre até 2015.
Para ter peças suficientes para atender aos planos de crescimento, ele fechou um contrato com a fabricante de lingeries Universo Íntimo para produzir calcinhas e sutiãs com exclusividade para a rede. Os novos modelos começaram a chegar às lojas em outubro. "As peças foram desenhadas para aproveitar sobras de tecido e renda", diz Michelotto.
Com isso, seus preços são tão baixos quanto os dos demais itens vendidos na rede. "Encontramos uma forma de utilizar as sobras de matéria-prima", diz Jamerson Bandeira Braga, gerente nacional de vendas da Universo Íntimo, que detém a marca Nu.Luxe. "Para nós, foi um ótimo negócio."
Fonte:|http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0055/noticias/o...
Tags:
Parabéns ao Mauricio, extremamente competente em tudo que faz.
Parabens! Bela sacada.
O mesmo conceito pode ser aplicado para outros itens de vestuário, criando um reaproveitamento total de mercadorias não vendidas.
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por