Coco Chanel dizia que uma mulher deve ser duas coisas: elegante e fabulosa. A foto da estilista francesa está sobre a mesa da Juliana Pereira, em seu atelier, no bairro Boa Vista, em Porto Alegre. Há um ano no local, a gaúcha proporciona a suas clientes exatamente o que Chanel propunha, oferecendo a elas vestimentas únicas e de alta qualidade.
Juliana trabalha há 12 anos com alta costura, mas ganhou projeção nacional - e até internacional - no dia 1 de janeiro deste ano, ao assinar a roupa da posse do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O conjunto, em nude e renda, fugiu aos casuais terninhos utilizados pela petista. "Foi uma honra quando surgiu a oportunidade de fazer a roupa da presidente", avalia ela. Dilma fez as provas das roupas durante os finais de semana. "As funcionárias também ficaram orgulhosas de participar deste momento histórico", relata.
A trajetória fashion de Juliana começou, ainda na infância, com a influência da mãe, Neusinha Pereira, que também é dona de um atelier. Foi lá que Juliana cresceu e foi tomada pela paixão pela moda - "moda é algo encantador, não tinha como fugir. Eu tinha dez anos e forrava botões", relembra. Mesmo tendo seguido carreira solo, ela não se considera concorrente da mãe, já que "a técnica é a mesma, mas as características são diferentes".
Juliana cita, como suas inspirações, estilistas internacionais: "Chanel, Valentino, Lacroix. Eu era pequena, via os livros e ficava encantada". Atualmente, ela aponta o libanês Elie Saab como espelho para suas criações: "ele tem uma pitada perfeita de rendas, de brilhos", descreve.
Devido a um aumento na busca por peças de festa, Juliana passou a focar mais esta categoria. "Porto Alegre é um mercado muito aquecido, tem muitas festas, e também tenho clientes do interior do Rio Grande do Sul e até de outros estados", conta. Embora a roupa de Dilma tenha aparecido em capas de jornais e revistas pelo mundo, a estilista diz que não percebeu um aumento significativo na clientela após a posse, até porque, conforme ela, o negócio já vinha crescendo gradualmente antes disso.
Junto ao marido, que trabalha no ramo imobiliário, Juliana construiu seu novo atelier, de três andares, no qual conta com a colaboração de quatro costureiras, as quais Juliana chama de "fadinhas", e duas bordadeiras freelancers. "Este era o meu sonho quando comecei, ter este espaço amplo, meu", declara, descartando uma possível mudança de endereço para outro estado, "gosto disso aqui, de atender a cliente e controlar de perto o resultado", diz.
GABRIELA KOROSSY/AGÊNCIA CÂMARA/JC |
Fotos da posse da presidente Dilma Rousseff, vestindo um conjunto da estilista, foram publicadas em jornais e revistas de todo o mundo |
Nas araras no andar inferior, as clientes podem conferir as criações pret-à-porter (termo francês que significa "pronto para levar") da estilista, as quais ela disse adorar fazer, pois pode explorar gostos e inventar à vontade. Quando necessário, Juliana dá um toque final à roupa, como algum acabamento ou ajuste. Sobre essa linha, ela tem previsão de aumentar a sua quantidade de produção. Porém, questionada sobre vender para outras lojas, mantém-se um pouco receosa. "Preciso analisar muito bem essa ideia, tem sempre um ajuste final a ser feito na peça, o olhar final é importante", afirma.
Na produção de uma roupa, a estilista diz que primeiramente observa a cliente e define cor e tecido, para só depois desenhar o modelo. Ela não tem um número de provas definidas, porque aponta que cada pessoa tem uma necessidade e um prazo específicos. Juliana, em outro ponto em comum com Chanel, não se importa em trabalhar em fins de semana, caso a cliente só possa ser atendida nesses horários. Ela tem dois filhos e fala que nunca parou de trabalhar. Sua filha, de cinco anos, segue o caminho da mãe, frequenta o atelier e se mostra encantada com as peças. "Brinco que ela é a próxima", diz a estilista. O universo de rendas e brilhos é realmente atraente, seja para meninas que sonham em se tornar princesas, seja para aquelas que querem ser presidentes.
Com reportagem de Giani Milani
MODA
A viagem da designer Cris Capoani por lugares do mundo se materializa na coleção de inverno 2015. O passeio começa em Londres, no bairro MayFair, com suas modelagens inspiradas na aristocracia inglesa, passando por mulheres Glaciais com peles exuberantes e casacos que valorizam a silhueta feminina e finalmente, chegando a "cowgirls" elegantes, no Western, em meio a franjas em saias, botas e jaquetas em couro.
Tags:
Aumentar os negócios depois de vestir a presidentA, isso sim , surpreenderia.
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por