Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Na primeira edição da Texprocess Americas, a feira de processamento de têxteis e materiais flexíveis, o grande tema de discussão foi a volta da produção de vestuário ao Ocidente, com muitos visitantes interessados em equiparem-se com novas tecnologias para fazer face ao futuro.

Produção regressa ao Ocidente

 

Um dos temas mais quentes na mais recente edição da Texprocess Americas em Atlanta, para além dos avanços tecnológicos em exibição, foi a perspetiva de pelo menos algumas das operações de confeção regressarem ao hemisfério ocidental.

Muitos expositores revelaram terem tido conversas com os clientes em relação a este cenário. Muitos mostraram-se também interessados em avanços na automação para retirar parte dos custos laborais da confeção.

Embora alguma desta produção possa voltar aos EUA, os vendedores de maquinaria acreditam que a migração irá acontecer primeiro mais para o sul. «Penso que é seguro afirmar que uma parte significativa da confeção está de volta ao Ocidente, mas a sua primeira paragem é na América Central e do Sul», sublinha Harry Berzack, da Fox Company, uma empresa fornecedora de equipamento de corte e costura sedeada em Charlotte, na Carolina do Norte.

«Não vejo nenhum sinal de regresso aos EUA de um grande volume de artigos produzidos em massa que saíram. Para além dos custos laborais, o país perdeu a sua fonte de operadores de confeção, mas mais importante, os supervisores de linha, mecânicos de maquinaria e até diretores, como engenheiros de produção. Ouvi em várias ocasiões que as pessoas querem trazer de volta o trabalho, mas não conseguem encontrar mão de obra – isto numa economia com um desemprego tão elevado», acrescenta.

Berzack acredita que a confeção que volta estará relacionada com vestuário de elevada qualidade e de preços mais altos para grandes armazéns e algumas categorias de nicho, em vez da produção de jeans ou t-shirts em massa. «O fator limitativo pode, ironicamente, ser a disponibilidade de mão de obra. Talvez por isso vemos tanto interesse em automação e na desqualificação do processo», acrescenta.

Frank Henderson, presidente da Henderson Sewing de Andalusia, Alabama, indica que alguns clientes tinham um sentimento generalizado de não serem capazes de controlar o seu próprio destino com a produção asiática devido aos custos do transporte, aumento dos custos de produção e atrasos nos prazos de entrega. E revela que eles estão à procura da integração vertical, desde a produção do tecido à distribuição nas lojas de retalho, com pouca ou nenhuma intervenção humana. «Vários clientes disseram-nos que estão a considerar mover a produção novamente para o hemisfério ocidental», afirma Henderson. «Muitos mais clientes estão à procura de rapidez a chegar ao mercado, fast fashion, estilos mais frequentes, menos desembolso monetário à frente».

Mike Fralix, presidente da Textile/Clothing Technology Corporation [TC2], faz comentários semelhantes. «Temos ouvido todo o ano, em relação à confeção, que as empresas estão a repensar a sua estratégia de sourcing mundial. Não estão a sair em força, mas estão a reposicionar alguma percentagem de volta a este hemisfério para o México e Colômbia e América Central, e acredite-se ou não, para os EUA. Tem sido mais conversa do que outra coisa, mas conversa é um indicador que as empresas estão a começar a planear», considera.

A Gerber Technologies, que teve um dos stands mais movimentados na Texprocess, também observou esta tendência. «Estamos a ver sinais de algumas pequenas produções regressarem aos EUA do Extremo Oriente», destaca Bud Staples, vice-presidente de vendas para a América do Norte da Gerber Technologies. «A nossa equipa de vendas também começou a ver algum do trabalho de design a regressar aos EUA, sobretudo com empresas na Costa Oeste, que querem criar as suas próprias amostras e gerir produções de tamanho mais pequeno. Estas empresas querem ganhar novamente o controlo dos seus padrões para poderem assegurar um ajuste adequado», acrescenta.

Forte participação de clientes americanos
Expositores, organização e visitantes pareceram todos satisfeitos com a feira, que incorpora a antiga SPESA Expo e fez a sua estreia nos EUA. A Texprocess decorreu em paralelo com a Techtextil North America, na sua nona edição. As feiras combinadas, organizadas pela Messe Frankfurt USA, atraíram mais de 6.800 pessoas ao Georgia World Congress Center.

«Foi já a 9.ª Techtextil North America, mas não me lembro de uma feira tão movimentada desde o primeiro minuto do primeiro dia», sublinha Michael Jaenecke, diretor da Techtextil. «O feedback foi muito positivo no que respeita à qualidade e quantidade de conversações de negócio, As razões são várias, entre as quais a recuperação da economia dos EUA, a combinação com a primeira edição da Texprocess Americas e o apoio das associações, a ATMA e a SPESA», acrescenta.

Berzack afirma que houve uma forte participação de clientes americanos, mas as visitas da América Latina foram fracas. «A qualidade dos visitantes foi elevada e encontrámo-nos com muitos decisores de topo», indica Berzack. «Muitos visitantes vieram para ver o que havia de novo e para onde a tecnologia se está a direcionar. Pareceu-me que o principal interesse estava no estender e corte e não na costura. Se estiver correto, este é um sinal encorajador, já que o que é cortado mais tarde é cosido; e historicamente o corte tem muitas vezes sido o órfão no processo de produção», explica.

Mark Hatton, diretor de marketing e administração de vendas da especialista em linhas A&E, sedeada em Mount Holly, na Carolina do Norte, presente na Texprocess, ficou eufórico com os resultados da feira. «Destacámos três novas linhas de costura para vestuário de desporto que foram muito bem recebidas. A maior parte dos clientes indicaram que o negócio está a aumentar e pareceram otimistas. Talvez os preços mais baixos dos combustíveis estejam a dar mais confiança às pessoas. Da perspetiva da A&E, os consumidores estão a procurar tanto o mais recente como os básicos. Ouvimos falar muito de eficiência e automação», revela.

A Merrow Sewing Machines escolheu Atlanta para lançar um novo produto. «Para a Merrow, a feira foi fantástica», afirma o CEO, Charlie Merrow. «Tendo em conta que lançámos um novo ponto de costura, recebemos muita atenção. Temos estado a trabalhar no novo ponto de costura overlock plano, o programa de marca para Activeseam e amostras há mais de um ano. Tendo em conta que o lançamento do programa em Atlanta foi tardio, acabou por ser o mais correto. Foi uma feira suficientemente pequena onde pudemos passar tempo de qualidade com muitas pessoas», destaca.

Maquinaria pesada foi escassa na Techtextil North America, que agora incorpora os resquícios da ATME-I, que já não é uma feira independente. Mas aparelhos mais pequenos, como equipamento de teste, estiveram muito presentes. Estes incluem produtos de empresas como a SDL Atlas, que destacou o Drying Rate Tester, que determina as taxas de secagem dos tecidos. Este aparelho suscitou um particular interesse entre os visitantes da Techtextil North America. «Mede eletronicamente o tamanho de um tecido enquanto seca», indica John Crocker, diretor de vendas para os EUA e Canadá da SDL Atlas. As empresas de artigos de desporto e produtores de vestuário estão entre os mercados-alvo deste aparelho.

Fonte:|http://www.portugaltextil.com/tabid/63/xmmid/407/xmid/41110/xmview/...

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Respostas a este tópico

Muito interessante. Grato pela  sua participação

China se concentrando em tecnologias de mais ponta. Deve ser isso. Aqui nos compramos cabecas enquanto a populacao se "emburrece". SdM

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