Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Quem faz nossas roupas? O urgente debate sobre consumismo e escravidão

Quem faz nossas roupas? O urgente debate sobre consumismo e escravidão

A Semana Fashion Revolution 2020 debaterá os temas consumo, composição das roupas, condições de trabalho e incentivo às ações coletivas.

A mensagem do movimento se baseia na questão do consumo global de moda que continua a ganhar velocidade em níveis insustentáveis e se baseia em uma cultura de descartabilidade. Em todo o mundo, são produzidas inúmeras roupas, a partir de materiais não sustentáveis, muitas das quais acabam incineradas ou em aterros. O Fashion Revolution prega que é necessário repensar todo o sistema, passando de um modelo construído sobre o consumo excessivo e a descartabilidade para um modelo circular, em que os materiais e produtos podem ser utilizados por muito mais tempo.

A maior parte das roupas são feitas de materiais e processos que requerem a extração de recursos naturais não renováveis e produzem impactos ambientais negativos consideráveis. O poliéster, por exemplo, representa cerca de 60% da produção global de fibras, e utiliza cerca de 342 milhões de barris de petróleo por ano (dados da Ellen MacArthur Foundation, 2017). Não é sustentável que a indústria do poliéster continue utilizando recursos virgens em sua produção. Desde a criação dessa fibra, em 1941, a utilização do poliéster vem crescendo exponencialmente na indústria da moda, e ao considerar que essa fibra pode levar até 400 anos para se decompor, todo o poliéster produzido nos últimos 80 anos ainda existe em algum lugar do planeta. Para estimular mais transparência e informações sobre a composição das roupas, o Fashion Revolution lança a hashtag #DoQueSãoFeitasMinhasRoupas, para assim aprofundar o questionamento sobre a maneira como as roupas são produzidas.

Sobre a questão das condições de trabalho, há mais pessoas escravizadas hoje do que nunca antes na história. Milhões de pessoas são forçadas a trabalhar, com baixos ou nenhum pagamento, e sob ameaças e violência. Do trabalho infantil nas plantações de algodão ao trabalho forçado nas fábricas de vestuário, a indústria global da moda é uma das que mais contribuem para a escravidão moderna, mas este continua a ser um crime oculto. O Fashion Revolution incentiva maior transparência na cadeia de valor, do campo à fábrica e para os centros de distribuição, a fim de eliminar as diversas formas de exploração.

Assim como os temas complexos de consumo, composição e condições de trabalho, o movimento também se debruça no poder das ações coletivas, entendendo que ações individuais são importantes, mas não são suficientes para trazer a mudança sistêmica necessária a fim de acabar com a exploração das pessoas e do planeta. O que não se pode alcançar sozinho, pode ser defendido coletivamente, tanto para produtores da cadeia de valor quanto para consumidores e ativistas. As pessoas que fazem as roupas estão mais aptas a conseguir melhores salários e condições quando têm uma voz coletiva no local de trabalho. É por isso que os sindicatos são uma força crucial para a mudança.

Com a Semana Fashion Revolution 2020, o movimento alcança uma nova proporção ao promover debates aprofundados e envolver outros atores da sociedade para marcar a história da moda rumo a um setor mais transparente, ético e limpo.

Para saber mais:

@fash_rev_brasil

#FashionRevolution

#QuemFezMinhasRoupas

https://www.cartacapital.com.br/blogs/fashion-revolution/quem-faz-n...

Para participar de nossa Rede Têxtil e do Vestuário - CLIQUE AQUI

O movimento global Fashion Revolution luta por uma indústria da moda mais limpa e justa e propõe temas para serem debatidos ao longo do ano e durante a Semana Fashion Revolution – principal campanha que em 2020 acontece de 20 a 26 de abril. Este ano os temas da campanha são: Composição, Condições de Trabalho, Ação Coletiva e Consumo. “Os temas representam uma visão sistêmica do problema e apontam possibilidades para que as soluções sejam trabalhadas”, diz Fernanda Simon, diretora executiva do movimento no Brasil.

Exibições: 475

Responder esta

Respostas a este tópico

Escravidão ?
Precisamos definir melhor isso.... jogar no ventilador, é facil.
Sou de Santa Catarina, Vale do Itajai, e conheço centenas de facções.
Venham visita-las !
Recomendo a todos para irem ao Alto Vale.... Presidente Getúlio e municípios confrontantes. 
Ficarão de queixo caído com ambientes de trabalhos, respeito, transportes da porta da casa até a porta da fábrica, salários compensadores, estacionamentos cheios de carros de funcionários..... 
Acredito sim que exista trabalho análogo a escravidão na costura, mas por isso digo que precisamos separar o joio do trigo.
E as nossas peças "importadas" ? ..... será que são trabalhadas da mesma forma ?

Bem.... importante frisar que não tenho facção..... apenas estou reportando o que tenho visto por aí.

Mario Cesar

Mario sem querer discordar de você, mas, como falou "importante frisar que não tenho facção".

A realidade que descreve pode ate ser coerente quando descreve presidente Getulio. 

Não posso falar por presidente Getulio mas  posso falar frisando Que tenho facção e que conheço bem o vale e sua produção .

Amigo o salario não é como descrito, e temos sofrido muito c om a falta de qualidade e mão de obra.

Muitas empresas na região estão no vermelho e sofrendo com falta de mão de obra.

Por outro lado a pirataria, a falta de fiscalização, e os baixos preços tem afetado diretamente grandes empresas da região, talvez isso não esteja sendo refletido em Presidente Getulio.

Mas esta em Pomerode , Blumenau, Brusque, Gaspar, Rio do sul Etc...

Não temos mão de obra qualificada e a que chega não fica na confecção por baixos salários.

Sim aqui ainda tem muita exploração , Sim tem muita facção que é sim regime escravo, Mas com o vc disse tem de separar joio do trigo.

Precisamos combater a politica de pulverização de mão de obra , a pirataria.

Se você esta vendo isso no vale te digo , não viu a 15 anos atras...

Detalhe:

Eu tenho facção e conheço bem de perto o Joio e o trigo que tu fala.

Espero que a região retome o crescimento e supere as perdas que vem sofrendo de 15 anos pra cá. 

Acho que vc olhou empresas não facção.

Mario Cesar Kühn disse:

Escravidão ?
Precisamos definir melhor isso.... jogar no ventilador, é facil.
Sou de Santa Catarina, Vale do Itajai, e conheço centenas de facções.
Venham visita-las !
Recomendo a todos para irem ao Alto Vale.... Presidente Getúlio e municípios confrontantes. 
Ficarão de queixo caído com ambientes de trabalhos, respeito, transportes da porta da casa até a porta da fábrica, salários compensadores, estacionamentos cheios de carros de funcionários..... 
Acredito sim que exista trabalho análogo a escravidão na costura, mas por isso digo que precisamos separar o joio do trigo.
E as nossas peças "importadas" ? ..... será que são trabalhadas da mesma forma ?

Bem.... importante frisar que não tenho facção..... apenas estou reportando o que tenho visto por aí.

Mario Cesar

O tema é complexo, divergências à parte, estou no mercado e transito pelos diversos segmentos.

Vários fatores fazem parte deste contexto e é preciso analisar:

-Empresas qualificadas com todos os pré requisitos e dificuldade para completar  quadro de funcionários devido a baixa qualificação e nenhum engajamento pois muitos candidatam-se apenas pelo retorno monetário mensal,fato que torna o profissional caro relacionado ao que não corresponde.

-Empresas que trabalham há anos driblando todo tipo de dificuldades, sempre buscando soluções e equipe   engajada, gerando economia formal/informal, direta ou indiretamente sempre de forma saudável.

-Empresas as quais chamo de predatórias, que trabalham sem qualquer critério, se estabelecem e em muitos casos evoluem consideravelmente por diversos motivos.

De outra parte é claro que precisamos aumentar bastante o grupo de consumidores conscientes, aqueles que buscam suas marcas preferidas ou aquelas que podem comprar "da maneira que deve ser", não buscando-as nos centros comerciais onde é púbico e notório serem impérios das piratarias ou reduto de empresas predadoras.

Encontramos em toda a parte lojas comercializando "replica de primeira linha" ou "aquela marca incrível , super cara em lojas de shopping a preço bem barato"...

Elas existem porque há demanda, muitas vezes bem maior do que a "normal", situação complexa, envolve questionamento de valores onde constata-se que muitos são  invertidos ou obscuros.

Vejo empresas lutando com as adversidades da economia, outras vivendo consequências da falta de conscientização por investimento no processo produtivo ao longo do tempos, sempre  resultando em uma equação que  "não fecha a conta".

Mas também tenho vivenciado e acompanhado o surgimento de uma nova geração de fabricantes e consumidores , um novo cenário cheio de possibilidades onde há resultados de sucesso.

Estou apostando e trabalhando por isso!!

No fundo pra resolver tudo isso é so fiscalização punição a pirataria , e salários.

Concordo com o que escreveu.

 

Vera Grigolli disse:

O tema é complexo, divergências à parte, estou no mercado e transito pelos diversos segmentos.

Vários fatores fazem parte deste contexto e é preciso analisar:

-Empresas qualificadas com todos os pré requisitos e dificuldade para completar  quadro de funcionários devido a baixa qualificação e nenhum engajamento pois muitos candidatam-se apenas pelo retorno monetário mensal,fato que torna o profissional caro relacionado ao que não corresponde.

-Empresas que trabalham há anos driblando todo tipo de dificuldades, sempre buscando soluções e equipe   engajada, gerando economia formal/informal, direta ou indiretamente sempre de forma saudável.

-Empresas as quais chamo de predatórias, que trabalham sem qualquer critério, se estabelecem e em muitos casos evoluem consideravelmente por diversos motivos.

De outra parte é claro que precisamos aumentar bastante o grupo de consumidores conscientes, aqueles que buscam suas marcas preferidas ou aquelas que podem comprar "da maneira que deve ser", não buscando-as nos centros comerciais onde é púbico e notório serem impérios das piratarias ou reduto de empresas predadoras.

Encontramos em toda a parte lojas comercializando "replica de primeira linha" ou "aquela marca incrível , super cara em lojas de shopping a preço bem barato"...

Elas existem porque há demanda, muitas vezes bem maior do que a "normal", situação complexa, envolve questionamento de valores onde constata-se que muitos são  invertidos ou obscuros.

Vejo empresas lutando com as adversidades da economia, outras vivendo consequências da falta de conscientização por investimento no processo produtivo ao longo do tempos, sempre  resultando em uma equação que  "não fecha a conta".

Mas também tenho vivenciado e acompanhado o surgimento de uma nova geração de fabricantes e consumidores , um novo cenário cheio de possibilidades onde há resultados de sucesso.

Estou apostando e trabalhando por isso!!

Responder à discussão

RSS

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço