Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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É lamentável que o Estado só ofereça o incentivo fiscal para atrair empresas para Mato Grosso

Na semana passada, em uma quinta-feira (16/07), o governador mato-grossense se reuniu, em São Paulo, com a diretoria da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). 

Na ocasião, Pedro Taques demonstrou interesse em atrair os empresários do ramo para o Estado, com o fim de transformar Mato Grosso em polo têxtil. 

Atitude extraordinária, digna de todos os elogios, uma vez que esta unidade da Federação responde por 57% da produção nacional de algodão.

A Abit mostrou-se entusiasmada. Bem mais quando se percebe o quadro atual da indústria brasileira que, por conta da crise, vem perdendo terreno desde 2011, com demissões e diminuição da produção. 

Inexiste por parte do Governo Dilma Rousseff, qualquer medida que venha impulsionar a industrialização do país. 

"Não se fala também em baratear o custo da energia, com a diminuição do imposto que incide sobre ela, e não se tem igualmente nenhum planejamento de ação para que a população e o Estado possam ganhar com a chegada dos empresários do ramo têxtil"



Situação complicada. É, portanto, oportuno e necessário o esforço de Mato Grosso, Minas Gerais, Brasília, Goiás e Tocantins em apoiarem o chamado empreendedorismo.

Isto só, contudo, não basta. É preciso muito mais para fomentar a indústria do país. 

Daí a importância da tentativa do governo mato-grossense em abrir condições para a chegada, aqui, de empresas e empresários têxteis, uma vez que mais de quarenta municípios, capitaneados por Sapezal e Campo Verde, produzem todo algodão da região. Mas tal potencialidade não é verificada nas indústrias de transformação. 

O que revela, por outro lado, a falta de estudos e de planejamento por parte dos partidos políticos e dos políticos do Estado, com o objetivo de incrementar a industrialização da região. 

Fala-se muitíssimo na industrialização da região. Mas nada existe realmente de concreto no Estado. 

Parece até, e isso é ruim, que os sujeitos políticos se contentam com a atual condição de Mato Grosso, a saber: mero e eterno produtor de matérias-primas. 

O que impede o Estado de alcançar um estágio de crescimento econômico para o conjunto da sociedade, e, consequentemente, se distancia em demasia do desenvolvimento. 

Este não pode, nem deve ser entendido como crescimento, o qual para se consolidar depende igualmente da diversificação dos setores da economia. 

Mas não é, infelizmente, o que se vê por aqui. 

Isso fica mais claro quando se observa, por exemplo, que das 5.474 empresas na fabricação de produtos têxteis, em 2014, o Estado apenas contribui com 61 delas, com 2.182 pessoas ocupadas. 

E olhem que, em 2004, Mato Grosso aparecia com 53 unidades. Em dez anos, portanto, teve um crescimento insignificante de 8 empresas. 

A produção de algodão da região ajuda, assim, no crescimento industrial de outros Estados. Quadro que precisa ser mudado. E isto urgentemente. 

Mas o que, mesmo, o governo regional está a oferecer para atrair a chegada de empresários? 

Nada além do incentivo fiscal - programa que deveria estar voltado unicamente para a industrialização, com uma real contrapartida: a adoção, por parte das empresas beneficiadas, de escolas e postos e policlínicas, corresponde ao período do incentivo fiscal. 

Não se fala também em baratear o custo da energia, com a diminuição do imposto que incide sobre ela, e não se tem igualmente nenhum planejamento de ação para que a população e o Estado possam ganhar com a chegada dos empresários do ramo têxtil.

E isto é ruim. 

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e analista político em Cuiabá.
lou.alves@uol.com.br

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Respostas a este tópico

    Mas o que, mesmo, o governo regional está a oferecer para atrair a chegada de empresários? 

Romildo, esta seria minha pergunta? O que o estado tem a oferecer|?

Qual seria o contigente de pessoas habilitadas a oferecer conhecimento texteil, ou de confecção, pois isto é imprencindível para uma tomada de posição!! Outro detalhe, qual seria o local mais adequado a implantação de empresas, Cuiabá? CAMPO Grande? os dois estados MS e MT são muito grandes, com cidades menores que as capitais, mas com grande potencial, então , ONDE:???

Assim como o Mato Grosso é fornecedor de materia prima, o Brasil também só exporta materia prima. Que mal há nisso, analizando como país? Quanto tempo duraria um incentivo fiscal? As instituições brasileiras merecem crédito para que mudemos para lá? E importante : o Algodão migra! Já foi nordestino, já foi paulista, paranaense, mineiro, etc. Valeria um investimento não deslocável atrás de materia prima? Só com muita vantagem e muita garantia!

Eis o grande problema Ferre, nos somos exportadores de MP, onde esta o manufaturado? Onde estão os profissionais, onde esta a capacitação, onde esta esta merda de governo corrupto, qu relega a capacidade intelectual de nosso POVO. Se temos a MP, por que não há manufaturado? A china não tem minerio, é o mair exportador de aço? Não é incrivel? Somos auto sufucientes em petroleo, onde esta as refinarias? Estão nas mãos de Lula, Zé Dirceu, C.Correia, Odebrechet, OAS, Renan, Cunha, familia Sarney, PT, PMDB, Cerveró, Dutra, não sei mais quem, é inumero o movimento de pessoas ligadas a corrupção, e quer saber mais, não sei até onde vai estas investigações, pois já há alguns caras, fazendo nova blindagem ao Lula.

Quando um cara trai a esposa, o lema é não admitir ,até morrer, o Lula faz igual, não é meu o TRIPLEX do Guarujá, o Sitio de Atibaia não é meu, meu filho é honesto igual a mim, não há fazenda é invensão de minoria elitizada, nada de Friboi, nada de porra nenhuma. Como é que podemos ser um paiz honesto? Como vamos exportar os fios de algodão? Como vamos exportar fibras, se derrubam todas as teses de desenvolvimento que possamos ter, pois negocios escusos, rendem dinheiro. Só isto já basta?

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