Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Transformação Mostra Crise do Setor Têxtil na Cidade - Americana

Prédios onde funcionaram ícones do segmento nos anos 70 hoje abrigam de igreja evangélica a bufê infantil

Inserido sob a névoa da desconfiança e dos apelos de resgate ignorados, o mercado têxtil nacional sofreu nova baixa com a mudança de ramo da Coteminas, uma das gigantes do setor, pertencente à família do ex-vice-presidente José Alencar, responsável por empregar 1,1 mil pessoas em duas fábricas instaladas no Rio Grande Norte, que passa pelo processo de desativação das unidades para investir no setor imobiliário.

Prédio da antiga Decoratriz_Portal liberal.com.br

Decoratriz: Da unidade que ocupava um quarteirão e contava com 130 empregados na produção só restam ruínas, em meio ao cenário urbano de Americana

Marcelo Rocha/O Liberal

Novidade entre as grandes do setor, realidade já envelhecida para as menores empresas têxteis. O fechamento de fábricas de pequeno e médio porte e a transferência para outras atividades econômicas atinge o polo de Americana, o maior da América Latina, há tempos.

De posse de arquivos da década de 1970, época áurea da indústria têxtil americanense, O LIBERAL escolheu aleatoriamente dez pequenas e médias empresas daquela época, de maneira a simbolizar as demais, e constatou, quatro décadas depois, a transformação por que passaram e a transferência de atividades nos espaços onde antes era vivido o ritmo frenético e o vigor da indústria. Somente as empresas pesquisadas pelo LIBERAL eram responsáveis por 1.242 empregos. De igreja evangélica a bufê infantil, todas mudaram sua cara.

Fundada em 1943, a Tecelagem Santa Margarita destacava-se na Rua Tamoio, na Vila Santa Catarina, com seus 7,3 mil metros quadrados de construção.

Empregava 350 pessoas à época. Hoje, deu espaço ao funcionamento da Igreja do Nazareno. Na mesma região da cidade, funcionava a Indústria Têxtil Maria de Nazareth.

Com dois endereços, nas ruas Anhanguera e Tamoio, era responsável pelo trabalho de 45 pessoas. O prédio da Rua Anhanguera transformou-se em escola, foi utilizado pela Prefeitura como Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e agora voltou, de certa forma, à origem têxtil, com o funcionamento de uma fábrica de almofadas.

Na região central, continuidade à desfiguração do cenário industrial. Apenas na Rua Cândido Cruz foram três locais visitados pelo LIBERAL. No sentido da Avenida 9 de Julho, a Joel Bertiê & Cia prestava serviço com 42 funcionários. No mesmo espaço, hoje funciona um restaurante.

Logo à frente, 90 trabalhadores tocavam as atividades da Tecelagem Santa Eliza. Atualmente se deparam ali com uma loja de materiais elétricos.

Na mesma rua, a Tecidos Decoratriz ocupava um quarteirão inteiro. Contava com 130 empregados à frente da produção. Quatro décadas depois, não houve mudança de atividade ou destinação do espaço, mas somente o abandono e a falta de utilidade do local, aproveitado como abrigo por moradores de rua, usuários de drogas e andarilhos.

Ainda no Centro, a Tecelagem Bom Jesus se impunha na Rua Capitão Correia Pacheco. Eram 180 trabalhadores. Seu destino: tornar-se estacionamento de veículos. Já a Fabram Indústria e Comércio de Tecidos era a "dona" da Rua 12 de Novembro. Noventa e cinco funcionários desempenhavam suas funções naquele galpão, aproveitado, hoje, como bufê infantil.

Já no final da Avenida da Saudade, a Neymar Indústria e Comércio de Tecidos foi uma das responsáveis por dar início ao desenvolvimento da região, com o trabalho de 180 pessoas. A atividade inicial se foi e veio, no lugar, a Igreja Universal do Reino de Deus. Por fim, o prédio da Dollo Têxtil, empregadora de 130 profissionais na Rua Fortunato Faraone, está à espera de um novo destino, disponível para locação.

O cenário verificado em todas elas representa a crise que assolou e continua a assolar o setor. Sem rumo, deixaram de existir, mudaram de ramo, mas permanecem com seus nomes edificados no fomento à atividade industrial americanense.

Apesar disso, o Polo Têxtil de Americana ainda responde por 1,6 mil empresas, pequenas e médias em sua maioria, e emprega 40 mil pessoas. Em 2011 foram 15% de queda na produção e 2,1 mil vagas de emprego fechadas, primeiro saldo negativo desde 2005.

Fonte:|http://www.oliberalnet.com.br/noticia/205AA204A97-transformacao_mos...

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Não podemos transformar esta situação  em uma "guerra santa", temos que lutar sim ,mas separar o que é resultado da crise e o que é resultado de má administração, negócios mal feitos, investimentos errados e,investimentos que não foram feitos na hora certa. 

Claro em Americana e como em toda região tem empresas com problemas mas tem empresas que fecharam ou estão em situação ruim por culpa de seus próprios erros.

Luiz Gustavo,

O único industrial textil que não errou foi Antonio Ermírio: Mudou de ramo logo. Como a Vicunha e Coteminas estão tentando agora.

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