Se alguém ainda repete o mito de que não existe música boa sendo feita no Brasil atualmente, o Fun Music – Festival Universitário de Música mostra o contrário. A edição deste ano reúne mais de 100 bandas de todo o país disputando o seu voto e 40 000 reais em prêmios.
Enquanto a votação acontece, em parceria com o Bradesco, patrocinador do Festival, listamos outros 11 jovens talentos que mostram que a cultura musical brasileira sempre está em alta – e pode renascer até mesmo em um TCC de faculdade.
Um dos principais nomes da nova geração da MPB começou nos palcos aos 13 anos. Mas foi em 2008 que Dani Black começou a despontar de vez, quando se tornou o vencedor do primeiro Fun Music. Em 2011, ainda foi escolhido como revelação do ano pela Billboard Brasil. Desde então, o paulista só tem crescido no mercado: já fez parcerias com Elba Ramalho, Maria Gadú e Milton Nascimento. Seu cd mais recente Dilúvio (2015) traz elementos do pop, do rock e até do funk.
Raquel Virgínia e Assucena Assucena, transexuais, acabaram ganhando o mesmo apelido no curso de História da USP, “Bahia”. Juntando-se ao guitarrista mineiro Rafael Acerbi, formaram As Bahias e a Cozinha Mineira. Seu primeiro disco, Mulher, lançado em 2016, traz a mistura do rock e da MPB para falar de feminismo, machismo e homofobia. As influências vão desde Gal Costa até Amy Winehouse.
Com apenas 17 anos Bruna Guimarães compôs as canções que futuramente viriam a compor o EP Lanches – que, inclusive, tem como inspiração toda a junk food que ela costumava comer. O EP foi lançado em 2016, ano em que a goiana subiria em um palco pela primeira vez. Hoje com 21 anos, tem ganhado cada vez mais destaque com seu som lo-fi, e há a previsão de que lance um LP nos próximos meses. Se você também está na dúvida de como se pronuncia Brvnks, é só saber que o nome surgiu no “dialeto” do Orkut: chame-a de “Brunks”.
Depois de muita insistência, Larissa Conforto convenceu seu colega da faculdade de produção fonográfica, Gabriel Ventura, a tocarem juntos as canções compostas por ele. Com o baixista Hugo Nogachi, formaram o power trio carioca Ventre e, em 2015, lançaram seu disco homônimo. No ano seguinte, não só tocaram no Festival DoSol, em Natal, como também viajaram do Rio de Janeiro até lá de carro, conseguindo shows pelo caminho com ajuda dos fãs nas redes sociais.
Esta banda cearense de rock surgiu em 2009 e vem aos poucos conquistando cada vez mais espaço no cenário musical. O nome da banda surgiu durante uma aula de sociologia. O trabalho deles já foi chamado de “renovação do rock nacional”, com o single Tarde Livre sendo considerado o melhor de 2016 pelos leitores da Rolling Stone. No mesmo ano lançaram, através de uma campanha de financiamento coletivo, o cd Praieiro, juntando o já bem estabelecido rock nacional com elementos do pop e do tropicalismo.
A banda de rock sul-mato-grossense teve seu início nos eventos da UFMS e em festas locais. Em 2013, os amigos decidiram se profissionalizar como banda lançando, no ano seguinte, seu primeiro EP, 10% Alien. Codinome Winchester une elementos do indie com o rock psicodélico. Seu sucesso é tanto que, no concurso Temos Vagas, promovido pelo festival Lollapalooza de 2017, ficou entre as bandas mais votadas em todo o território nacional e garantiu lugar no line-up.
Vocalista da banda Liniker e os Caramelows, o cantor tomou o Brasil de surpresa com sua poderosa voz. Seu visual também chama a atenção: com batom, saia, turbante e brincos, a presença do cantor de gênero não-binário evidencia as discussões sobre racismo e homofobia. O clipe de sua música, Zero, rapidamente alcançou milhões de visualizações e chamou atenção até mesmo da imprensa internacional. Em 2016, Liniker e banda lançaram o álbum Remonta, estabelecendo-se como uma das melhores obras do soul e black music brasileiro. E deixa qualquer um mordido saber que Liniker tem apenas 22 anos.
Ana Caetano e Vitória Falcão se conheceram quando estudavam na mesma escola, no interior do Tocantins. Enquanto estudantes universitárias, despretensiosamente começaram um projeto que mudaria a vida delas:colocaram na internet alguns vídeos de covers. Uma das gravações chamou a atenção do músico Tiago Iorc, que decidiu apadrinhar a dupla. Elas realizaram a gravação de seu primeiro álbum por meio de uma campanha de financiamento coletivo e hoje viajam todo o país apresentando seu trabalho, que definem como “pop rural”.
Enquanto ainda estava na faculdade de Direito, Ana Muller começou a publicar suas músicas na internet. O público logo percebeu que nela não faltava talento para expor emoções e sentimentos. Ana compõe desde criança, mas foi na luta contra a depressão, dos 11 aos 24 anos, que mais se aflorou artisticamente. Ela dedica seu EP homônimo a todas as pessoas que também tiveram a doença, ou que passaram por algum outro problema psiquiátrico. Seu som une elementos da música caipira de raiz à MPB.
O que falta de nome em Sara, sobra em talento artístico. Ela começou a compor quando tinha 15 anos, e diversas canções de seu álbum Ômega III, lançado enquanto cursava Artes Visuais na UFMG, retratam justamente esse período de sua vida. Sara foi considerada uma das melhores estreias de 2015 e recentemente lançou o clipe da música Carne Vermelha.
Quem diria: o primeiro CD da Filarmônica de Pasargáda, O Hábito da Força(2012), foi o TCC do vocalista, Marcelo Segreto. Desde então, diversas ideias, estilos e formas se encontram no trabalho da banda formada em 2008 por alunos do curso de música da USP. A dose de humor e ironia sempre é carregada em suas obras. O álbum mais recente, Algorritmos (2016), abraça o mundo digital com canções que contam com sons de interferência de celular, música interrompida pelo limite de caracteres e até mesmo uma conversa de WhatsApp cantada.
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